Madrugada
É madrugada… tento em vão achar o tão necessário sono, mas eis que ele as vezes me prega peças e sai pela janela afora, deixando-me aqui a chamá-lo de volta. A rua que na luz do sol, atormenta com um burburinho incessante de pessoas que mais parecem formiguinhas no seu vai e vem diário, os ruídos dos veículos, tudo está quieto agora.
Eu olho em volta e penso… o que faço?
Contar carneirinhos já está fora de moda e nunca deu certo para mim, o ressonar tranquilo que ouço ao meu lado me deixa mais acordada ainda… então resolvo escrever e fico questionando o silêncio: quantas pessoas estarão como eu nessa madrugada?
Os pensamentos voam para bem longe. Como eu gostaria de poder ir com eles para visitar em sigilo e com invisibilidade lugares e pessoas distantes. Em vão tento puxar meus pensamentos sonhadores para a realidade que está aqui me oprimindo: a insônia. Mas ele viaja e eu sem nenhuma energia para brigar, deixo que ele se vá e me traga lembranças daqueles que distantes de mim, machucam meu coração da mais pura saudade.
Para isso a insônia é boa… ela nos faz viajar e sem sair do lugar buscamos aqueles momentos de pura nostalgia, de sonhos não vividos, de lembranças queridas, e até nos faz ficar poéticos ou talvez patéticos!
Olho para dentro de meus pensamentos e pergunto-me : “ quando vc vai ser pé no chão”?
Acho que nunca, porque lembro-me que sou borboleta 🦋 que não pousa mais que minutos numa flor. Ela busca sempre, ela viaja sempre entre as flores do jardim da vida, buscando néctar e diferentes perfumes…
E assim, sem perceber, eu vou escrevendo, o sono volta de seu passeio, os olhos vão pesando e eu acabo dormindo com o telefone na mão!
Bom sono …
Selma.