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28/10/2024
Para descontrair

Para descontrair

Há, aquele lugar tinha uma magia inexplicável. Chamava-se Bairro da Fábrica de Papel. Lá, como não tinham muita distração, os adultos, mais eles viviam para as suas ocupações. A garotada vivia em total liberdade para as suas brincadeira e travessuras. Eu e o Zé Polato sempre brincávamos juntos, pois, éramos vizinhos. Nós gostávamos de separar as sílabas das palavras. Por exemplo, o primeiro falava “ca”, o outro falava “va” e o primeiro falava “lo” e assim era como se dividia o cavalo (risos). Era divertido. Também dividíamos os nomes das pessoas que encontrávamos. Se eu começava, falava “Sa”, o Zé falava “tra” e eu terminava “pa”. Assim o nome Satrapa tinha suas sílabas divididas como tantos outros.

Numa ocasião, eu e o Zé estávamos na Estaçãozinha de Concreto, assim como ela era chamada, aguardando a chegada da Maquininha (trenzinho) que nos levaria até Caieiras por onde passava os trens da antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos a Jundiaí). Um senhor muito conhecido no local foi chegando na Estaçãozinha e ele tinha o apelido de Curitiba que mais substituía o seu nome verdadeiro. E eu numa cotovelada no Zé lhe disse: Vai Zé, é a tua vez e bem alto. E o Zé gritou Cuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Imediatamente várias pessoas que estavam presente olharam para onde eu e o Zé estávamos e com ele me falando: Fala “ri” logo, fala ri logo, mas, eu me mantive calado (risos). Ele ficou bravo e disse que nunca mais iria brincar comigo. E foi assim que tivemos mais um dia engraçado nas nossas vidas antes das responsabilidades de adultos nos vitimar (risos).

Altino Olímpio