Versão para impressão

16/01/2024
Quando nós seremos nós mesmos?

Quando nós seremos nós mesmos?

Quando nos damos conta de nós mesmos já estamos aqui
E nós nunca nos perguntamos porquê e para que estamos aqui
Quando crianças somos todos distraídos por nossos folguedos
Quando jovens somos os mais distraídos pelas ilusões
E quando nos chega a tida maturidade de adulto
Esquecemos de nos perguntar por que ou para que estamos aqui
Neste mundo que abriga uma humanidade que nasce e morre
Cheia de crenças que melhor deveriam ser de descrenças
Para termos a liberdade de termos ideias próprias 
No que falar ou escrever que seja real para se entender
E não falar por falar o que se quer ou o que se quer escrever
Que seja inexistente para o entender de quem quer que seja
Porque se soubéssemos quem somos realmente 
E também porque e para que estamos aqui neste mundo
Além dos conceitos imaginários da filosofia e da religião
Talvez nos tornassemos mais responsáveis pelo que falamos
Mais saberíamos avaliar tudo o que ouvimos de outros
Aqueles que tudo sabem porque leram de tudo
Daqueles que escreveram sobre tudo que não comprovaram
E mesmo assim têm muitos que ainda lhes aprovam
Quando crianças ainda adquirimos a autoconsciência
É quando nos conscientizamos que estamos vivos
Isso é um acontecer, é um fato já consumado já realizado
E não há como voltar atrás ou escapar do ter que viver
E ficamos sabendo que a nossa vida um dia termina
Entretanto nunca sabemos quando e como ela vai terminar
Pois sempre vivemos na condição de incertezas 
Das incertezas que nos levam a sermos dependentes
Das “certezas” que outros falam ou escrevem ou divulgam
O nosso viver é “enfeitado” com as ilusões que podemos ser felizes
E com os entretenimentos que nos distraem de nós mesmos
Com o emprego profissional que temos que ter para sobreviver 
E de que não nos existe a morte depois de morrermos
Para podermos viver no mundo dos espíritos ou lá no céu 
Aguardando o dia do Juízo Final ou o dia da ressurreição
Essas “possibilidades” até podem atenuar o medo de morrer
E tudo o que sabemos dessas “coisas” nos vieram de outros
De outros que foram muito imaginativos para nos influenciar
Quando nós nos tornaremos nós mesmos com ideias próprias?
Para evitar que ideias alheias se instalem em nossas mentes?

Altino Olímpio