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12/12/2023
Vinagre e alho na vagina contra candidíase....

NÃO PODE!

Vinagre e alho na vagina contra candidíase? Veja riscos de 'receita' sem eficácia e conheça o tratamento certo

Especialistas explicam que, além de não funcionar, prática pode complicar uma infeção genital muito comum que é facilmente tratável com os medicamentos corretos.

Por Emily Santos, g1

Vinagre e alho na vagina para tratar candidíase? Receita não tem eficácia e traz riscos

Coceira, corrimento escurecido e denso, dor ou sensibilidade na vagina são alguns dos sintomas de uma infeção genital muito comum chamada candidíase. E o que se vê nas redes sociais são "receitinhas caseiras", como a que "prescreve" colocar alho no canal vaginal e usar vinagre para lavar a genitália ou fazer banho de assento.

🚨🚨 Especialistas ouvidas pelo g1 explicam que, além de não funcionar, isso pode, na verdade, complicar um quadro que é facilmente tratável com os medicamentos corretos.

Não existe nenhum estudo científico que suporte essa teoria de que vinagre e alho sejam efetivos no tratamento de candidíase. O tratamento para esse quadro é feito com medicamento antifúngico receitado por um médico.

— Ana Katherine Gonçalves, ginecologista e membro da Febrasgo.

 

O que é candidíase

 

Alho e vinagre não são recomendados no tratamento de candidíase, dizem especialistas. Na imagem, mulher com dor na região do abdômen.  — Foto: Freepik

Alho e vinagre não são recomendados no tratamento de candidíase, dizem especialistas. Na imagem, mulher com dor na região do abdômen. — Foto: Freepik

Candidíase é o nome dado a uma infecção genital causada pelo fungo do gênero Candida, que provoca coceira, secreção e inflamação, e pode também causar incômodos na relação sexual.

Nós já nascemos com o fungo da candida no nosso sistema, ele faz parte da flora vaginal. O problema é que, quando ele acha um clima propício para se proliferar, pode acabar causando uma infecção fúngica.

— Luana Bridi, ginecologista.

O ambiente propício para o fungo é quente e úmido, e a infecção acontece com mais frequência diante de alguns fatores como:

 

  • baixa imunidade;
  • diabetes;
  • uso de corticoides ou antibióticos; e
  • uso de absorvente diários.

 

 

Como reduzir as chances de ter candidíase

 

Evitar roupas muito apertadas na região da genitália, não exagerar em produtos (como sabonetes) usados na região íntima e lavar apenas com água corrente são boas maneiras de manter o pH da região equilibrado.

Cuidar da alimentação também é importante, já que isso pode, por exemplo, ajudar a manter um bom sistema imunológico.

Outra dica dada por Bridi é de, sempre que possível, deixar a região "respirar". "Dormir sem calcinha ou usar roupas mais folgadas nos horários livres, em casa, também é saudável", diz.

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Nada de alimentos na vagina! Procure um médico

 

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Aliás, de acordo com a ginecologista Ana Katherine Gonçalves, que é membro da comissão de trato genital inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), deve-se manter qualquer tipo de alimento fora (e longe) da vagina.

Segundo Luana Bridi, essa teoria pode ter surgido da ideia de que vinagre pode ser usado como antisséptico, o que já foi desmentido pelo Conselho Regional de Farmácia de São Paulo.

 

"O vinagre pode, na verdade, piorar a irritação devido à sua acidez", explica a especialista.

 

Já o alho é conhecido por suas propriedades antifúngicas, mas o efeito é avaliado pelo consumo como alimento, e não na aplicação tópica (na pele).

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Candidíase de repetição

 

O alerta é importante especialmente porque, quando não tratada, a candidíase pode durar meses ou até virar um quadro de candidíase de repetição, que é quando a inflamação faz pausas e retorna em curtos períodos de tempo.

Portanto, ao começar a notar os sintomas, a recomendação é procurar um médico, já que, segundo as especialistas, coceira e irritação, dor e secreção vaginal são sintomas comuns a outros tipos de infecção, como as causadas por bactérias, por exemplo, e até de alergia.

O ideal é ir a um médico que solicite um exame laboratorial que determine o diagnóstico específico. Nada de se medicar por conta própria ou de passar qualquer coisa além de água fria na região.

— Ana Katherine Gonçãoves, ginecologista e membro da Febrasgo.

Se o médico recomendar essa "misturinha", nem pense em segui-la. "Pegue a receita com o carimbo e faça uma denúncia no Conselho Regional de Medicina (CRM). E, claro, se consulte com outro especialista que seja confiável", aconselha Luana Bridi.


G1