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03/12/2021
Ilusões e desilusões

O som das folhas se debatendo nos galhos das árvores está em silêncio. É porque o vento que é um dos meios da natureza de se fazer notar está ausente. O silêncio quando está presente e a gente o sente ele inspira pensamentos sublimes sobre a existência. E ela como é, porque é e pra que é, isso está indefinido. Só em momentos sem ninguém é que a gente mais se percebe como sendo alguém.

Olhando para cima das copas das árvores se vê em parte nuvens escondendo o azul do céu que colore os dias bonitos de sol clareia a terra. Já choveu e uma leve brisa paira pelo ar se fazendo notar com o seu frescor. A natureza, ela aquieta a alma (a consciência) e a alma se empolga por se saber memorada em momentos silenciosos e de solidão.

No se voltar para dentro de si o mundo exterior perde a sua predominância, embora, foi estando nele que vivemos momentos que nos ficaram gravados. Tudo o que vivenciamos na vida até então e que formaram a nossa consciência, se conforma ou configura-se no “em quem somos”. O se estar consigo mesmo em momentos de solidão opcional pode trazer da memória fatos e situações que constituíram a nossa história.

Sabemos que já nascemos com um “prazo de validade” (risos), sim, temos um prazo para vivermos que é do nascer ao morrer. Nesse tempo de vida que temos, temos no viver fases que se diferenciam conforme as nossas idades. A vida existe, ela não é ilusão, mas, o nosso viver quase sempre é movido por ilusões. Não só de ilusões mas também de desilusões. Temos no decorrer da vida momentos de alegrias e de tristezas. Enfim, termos sensações e sentirmos emoções fazem parte de nossas vidas.

Ao nosso final nosso destino será igual ao destino de todos aqueles que viveram e morreram em todas as épocas anteriores a esta nossa. Nós só não somos ilusão enquanto estamos vivendo neste ciclo de nossas existências. Quando morrermos seremos apagados de tudo o que fomos. A vida até parece que é uma traição.

Viemos pra esta existência sem querer e sem saber e depois sem o nosso querer e sem o nosso saber de quando seremos tirados daqui. Afinal qual é a finalidade de tudo isso? Como consolo muitos acreditam que não existe morte. Acreditam que continuarão a existir depois de morrer. Eu não tenho esse consolo. Prefiro viver só com o que consigo ver, sentir, saber e perceber neste viver.

Altino Olimpio