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20/05/2019
Agora as ruas são desertas de crianças

Quantas pessoas adultas se lembram ou ficam se lembrando dos seus tempos de criança? Nestes nossos tempos modernos mais somos levados a dispensar o nosso tempo na atenção sobre a rotina do nosso cotidiano e no que “noticiosamente” ocorre no cotidiano dos outros, que, nem mesmo pertencem ao nosso convívio. A maioria das pessoas nem se lembram que foram crianças e muito menos se lembram das brincadeiras de então. Quando em conversa entre pessoas e o assunto é sobre o passado, ai sim, o terem sido crianças é lembrado e não poucos dizem que “eram felizes e não sabiam”. Antigamente as ruas serviam de recreio para as crianças;

Como tenho notado não se vê mais crianças pelas ruas, pois, elas foram tomadas pelos pedestres adultos e pelos automóveis. Na infantilidade e na ingenuidade a felicidade era mais presente e até mesmo mais “convincente” diante da alegria espontânea que ocorria entre os meninos e as meninas que juntos brincavam quando as brincadeiras eram para ambos os sexos, como, pular corda, brincar de queimado, brincar de piques, brincar de bater peteca e etc. Havia muitas brincadeiras que foram esquecidas ou não existem mais para a alegria das garotadas de hoje.

Relembrando-as agora pelos nomes que tinham, se brincava de pula na mula, do jogo de malha, jogo de tacos, jogo de bafo com figurinhas, rodar pião, ioiô, rodar arco de aço pelas ruas, rodar pneus, amarelinha, cirandinha, cabra cega, brincar de roda, assoprar bolinhas de sabão, empinar papagaio, brincar de mocinho e bandido, birole ou biroque com bolinhas de gude, construir e montar em carrinho de quatro rodas, brincar de casinha, fazer cabana na mata, futebol de rua com bola de meia, jogo de botão, brincar de escravos de Jô, pular fogueira, balançar-se em cipó, jogar caxeta, esconder anel, falar ao telefone feito de lata e barbante, soltar balão, explodir bomba e soltar rojão, colar figurinhas de futebol no álbum, roubar frutas do quintal dos outros (risos), tiro ao alvo de lata com estilingue e etc.

As crianças de hoje nem imaginam como eram as brincadeiras citadas acima. Na época de carnaval até dava medo de sair pelas ruas à noite por causa dos mascarados. Eram os meninos maiores, que, com trajes e máscaras horríveis, irreconhecíveis eles saiam pelas ruas assustando e apavorando quem eles encontrassem. Com um porrete até ameaçavam bater nas pessoas. E quando, então, se via no escuro da noite, uma caveira feita de mamão com uma vela acesa dentro dela. As moças corriam de medo (risos). Comparando, quais crianças foram mais felizes, mais unidas, mais desprendidas, mais libertas, mais naturais? Foram aquelas do passado das tantas brincadeiras compartilhadas ou as crianças de hoje já alienadas com a tecnologia e impedidas de saírem pelas ruas para brincarem?

 

Altino Olimpio