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10/04/2019
O inevitável incômodo da vida

Neste texto que pode causar desagrado em quem prefere evitar reconhecer a realidade dos fatos, um deles é sobre como o passar dos anos deixa suas marcas contundentes nas pessoas. O padrão de beleza conceituado e acostumado pelos seres humanos só está na juventude deles. Depois, na maturidade já avançada a caminho da velhice, aquela beleza anterior se torna no despencar de tudo o que na mocidade era firme, apreciável e desejável. Como já ouvi, quem se refugia em consolo, diz que a beleza interior é mais valorizada do que a beleza exterior. Isso pra quem a possui quando exterioriza sua simpatia, sua sinceridade, sua inteligência e etc.

Mas, com qual das pessoas nós gostaríamos de passar por momentos prazerosos? Com as que têm beleza exterior ou com as que têm beleza interior? Que dilema hein? Será assim tão difícil de resolver, de responder?

Faz parte do cotidiano quando pessoas ao acaso se encontram depois de muitos anos sem se verem dizerem entre si: Você está muito bem, quase nada mudou em você. Essa franqueza ou sinceridade é muito louvável e invejável. Mas, sempre discreto, o pensamento maldoso tem outro parecer “nossa como ele (ela) envelheceu, quase não o (a) reconheci (risos)”.

Como o vento não se vê o tempo! Mas, com o seu lento fluir ele causa danos irreparáveis na aparência das pessoas. Neste mundo donde os homens tanto gostam de criar mistérios, um deles que mais é dos esotéricos é a lenda de que no século dezoito o famoso Conde de Saint Germain viveu muitos anos sem ficar velho. Como dizem, ele morreu, mas não envelheceu. Mas, nós, como não vamos ser lenda lá no futuro por não termos notoriedade igual ao do tal conde, além de envelhecermos muito ficamos feios já bem antes de perecermos (risos). Esse incômodo é generalizado, entretanto, muitos só vão senti-lo quando a dificuldade de viver aparecer. E é verdade, o futuro só existe para os jovens. Os velhos sem expectativa para o futuro ficam estacionados nos seus presentes só se lembrando dos seus passados (risos).

Altino Olimpio

Comentários:

Oswaldo Muhlmann Junior - Ordem Rosacruz

Sex, 05/04/2019

Boa tarde!

Muito bom o seu texto sobre a nossa rápida passagem por este ciclo de vida, no qual a natureza se pronuncia sabiamente, a despeito do desejo humano de perpetuar a matéria, quando inequivocamente deveria cultivar ou se preocupar mais com a espiritualidade, pois o corpo é de fato o suporte “temporário” para o ciclo de vida presente. Por isso, sábio quem aceita com naturalidade o seu envelhecimento físico, mas com o cuidado de um espírito sempre jovem, como você colocou, pois de fato para esse não há envelhecimento equivalente aos parâmetros físicos.

Bom fim de semana!

Teresa Garcia Gonçalves

Qui, 04/04/2019

Boa noite!

As pessoas são dissimuladas, já nos acostumamos com isso rsssss.

Mas esse negócio de que velho não tem futuro, que só tem lembranças... hummmm... eu concordo com você. Kkkkk, pois assim começo a me sentir.

Abração da Teca

altino olimpio

Qui, 04/04/2019

Teresa Garcia Gonçalves

Então Teca, para alguém que ainda não seja tão velho, mas, que já passou por muitas experiências e ilusões da vida, pra que ainda esperar que o futuro traga algo diferente se, nada mais estará a surpreender? Muitas das decepções da vida são aquelas em que muito se esperou do futuro e que ele não satisfez tais esperanças e desejos. Para quem já passou pela maturidade, a velhice está em como viver os dias sem que eles aborreçam. Não pra todos, mas, são chegados os tempos em que se reconhece que nada se é (risos). O nada sendo é tudo o que se requer para se viver em paz. Os tempos de quere ser e querer ter pertenceram ao passado de quando havia envolvimento com as responsabilidades e até mesmo com a comparatividade com que a maioria vive. Digamos, então, que a velhice é um descanso das atividades de então e melhor se vive apreciando os dias como eles são e como eles aparecem. Sei que muitos cansam em se descansar e ficam aborrecidos por nada mais terem pra fazer (risos). Quando se olha para os que estão bem velhos parece mesmo que viver a vida cansa muito (risos). Quando eu também me cansar da vida (será que ainda demora?) será porque ela estará chata demais (risos).

Abraços