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27/12/2018
Saudades do raciocínio

A escola não é para que se seja o primeiro aluno da classe e para que se diplome com a melhor nota. Os pais gostam disso, que seus filhos sejam considerados inteligentes por causa de suas boas notas e que nunca repetem o ano escolar. Mas nem sempre instrução e inteligência caminham juntas. Uma pessoa pode ser bem instruída e não ser inteligente. Uma pessoa pode ser inteligente sem que seja bem instruída. “A principal missão da escola é ensinar os alunos a raciocinarem”. Nestes dias em que todos são bombardeados com tantas informações, no mais das vezes “nada tendo a ver” com a vida de quem é exageradamente “informado”. Muitas informações só servem para satisfazer a curiosidade de quem gosta de se informar sobre qualquer coisa. Parece que raciocinar ou meditar está fora de cogitação nesta época tão vazia de interesses mais importantes.

Aquela obra prima do francês Auguste Rodin (1840–1917) “O Pensador”, é uma escultura de bronze que expressa bem um homem em profunda meditação. Se todos seguissem o exemplo dessa estátua de bronze para meditar ou raciocinar, se poderia dizer que ser enganado por mentiras como muitos o são, seria mais difícil. E por “falar” em mentiras, o Joseph Goebbels (1897–1945) alemão nazista Ministro da Propaganda do Hitler dizia que, de tanto se repetir uma mentira ela acaba se transformando em verdade. A imprensa, as revistas, a televisão, as estações de rádio e agora também a internet fazem parte, são chamadas de mídia. E a mídia é quem mantém o povo informado, mas, “do modo que ela quer”. Também o russo Joseph Stalin (1878-1953) sabia da importância dos meios de comunicação quando disse: A imprensa é a arma mais poderosa no nosso Partido.

Entretanto, os que tiveram escolaridade na infância e na juventude, muitos deles não se utilizam do raciocínio para evitar que inverdades divulgadas povoem e poluem seus cérebros. Se o que o ditador russo Joseph Stalin disse prevalece com maior intensidade nestes dias e sendo uma arma poderosa para o domínio da legião dos destituídos de raciocínio, então, é preciso tomar muito cuidado ao aceitar o que a mídia divulga. Capciosa, ela também, quando quer, omite divulgar fatos que seriam relevantes para o povo saber e inconvenientes para alguma organização que ela queira proteger, seja ela particular, seja partidária ou governamental. Raciocinemos irmãos (risos) para nos protegermos do raciocínio daqueles que impõe suas mentiras para que nós “troquemos alhos por bugalhos”.

Altino Olympio