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13/08/2018
Metformina droga maravilha ?

Metformina é segura para pacientes com doença renal, diz pesquisa. Medicamento mais utilizado para tratar o diabetes tipo 2 não oferece risco de acidose láctica em indivíduos com doença renal leve a moderada. Ao contrário do que orientam as diretrizes da FDA, agência americana que regula remédios e alimentos, a metformina, um dos medicamentos mais populares para o tratamento do diabetes tipo 2, é segura para pacientes com doença renal leve a moderada. Essa é a constatação de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e publicado na terça-feira no periódico Jama.

Opinião da especialista

Denise Franco

Endocrinologista e diretora da ADJ Diabetes Brasil e da Sociedade Brasileira de Diabetes.

A metformina é um medicamento barato, consolidado há 20 anos no mercado e a primeira droga que escolhemos para tratar o diabetes tipo 2.

Esse remédio pertence à classe das biguanidas, que foram associadas à incidência de acidose láctica. Ainda não há comprovação de que a metformina em si faça mal para pacientes com doença renal. Mesmo assim, por cautela, os médicos não receitam esse remédio para pessoas com doenças renais.

O estudo clínico de Yale não é grande e as orientações para o uso da droga estão consolidadas.

Há 20 anos a metformina é usada para controlar os níveis de açúcar no sangue de pacientes com diabetes tipo 2. Os médicos, no entanto, evitam prescrever a droga para doentes mais velhos, em uma tentativa de reduzir o risco de acidose láctica, uma condição na qual o sangue torna-se muito ácido.

“Quando o indivíduo chega a uma certa idade, sua função renal começa a decair e a primeira coisa que os médicos costumam fazer é parar o tratamento com metformina”, explica Silvio Inzucchi, coautor do estudo. “No entanto, o diabetes fica fora de controle. Outras drogas podem ser usadas, mas elas são mais caras e causam mais efeitos colaterais que a metformina.”​

Resultado – Os pesquisadores revisaram pesquisas já publicadas para verificar o risco de acidose láctica com o uso de metformina em diabéticos com doença renal leve a moderada. Eles constataram que o risco do problema acontecer é extremamente baixo e comparável ao daqueles que não tomam o medicamento.

1. Perca a barriga

Um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2 é o acúmulo da gordura visceral, ou seja, a gordura acumulada na região abdominal que também se concentra no fígado e entre os intestinos. “Essa gordura obriga o pâncreas a produzir cada vez mais insulina para que a glicose consiga entrar nas células. Esse excesso estimula uma série de mudanças no metabolismo, como aumento da pressão arterial e das taxas de colesterol no sangue”, explica Carlos Alberto Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Portanto, o ganho de peso pode significar o aumento da gordura visceral e, consequentemente, do risco de diabetes tipo 2.

Leia também: Peso normal, mas barriga saliente, aumenta risco de doença cardiovascular

2. Faça 30 minutos de atividade física diária

Muitos estudos já relacionaram o exercício físico ao menor risco de diabetes tipo 2, assim como outras pesquisas mostraram que o sedentarismo pode levar ao desenvolvimento da doença. Em 2002, um estudo clássico sobre diabetes, o Diabetes Prevention Program (DPP), mostrou que uma mudança no estilo de vida é melhor para evitar a doença do que medicamentos como a metformina, que reduz a resistência à insulina. Essa mudança no estilo de vida significa 150 minutos de atividade física por semana, uma melhora na alimentação e a perda de 7% do peso corporal em seis meses. “Embora a pesquisa tenha sido feita há dez anos, seus resultados foram comprovados pelos estudos que vieram depois”, diz Carlos Alberto Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Leia também: Ficar muito tempo sentado pode dobrar o risco de diabetes

Musculação reduz risco de diabetes tipo 2 independentemente da prática de exercícios aeróbicos

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3. Cuidado com o sono

Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que foi publicado neste ano mostrou que dormir mal — ou seja, pouco ou de forma inconstante — aumenta o risco tanto de obesidade quanto de diabetes. Isso ocorre porque noites mal dormidas alteram o relógio biológico e retardam o ritmo metabólico. Essa redução pode significar um aumento de 4,5 quilos ao ano sem qualquer alteração da prática de atividade física ou dos hábitos alimentares. Com isso, há o risco do aumento de glicose e resistência à insulina no organismo, fatores que podem levar ao diabetes.

Leia também: Dormir mais pode evitar diabetes em jovens

4. Controle o stress

Por diferentes motivos, o stress pode elevar o risco de uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2. Uma pesquisa feita no Canadá com mais de 7.000 mulheres, por exemplo, concluiu que o stress no trabalho chega a dobrar o risco de mulheres terem a doença. Os autores desse estudo mostraram que o problema emocional está ligado a um maior consumo de alimentos gordurosos e calóricos e a um maior sedentarismo, fatores que aumentam as chances de desenvolver a doença. Além disso, o trabalho sugeriu que o diabetes se favorece por perturbações geradas nos sistemas neuroendocrinológico e imunológicos, que provocam maior produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina.

Leia também: Alto nível de stress pode engordar e provocar diabetes

Comer muito, especialmente alimentos calóricos e gordurosos, aumenta o acúmulo da gordura abdominal, um fator de risco importante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. No entanto, não é só a qualidade e a quantidade do que se come que interfere nas chances da doença aparecer. De acordo com uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional de Endocrinologia, em maio deste ano, na Itália, a incidência do diabetes é maior em pessoas que comem muito rápido em comparação com quem come mais devagar. O risco, segundo esse estudo, pode chegar a ser 2,5 vezes maior. A frequência com que comemos também interfere nessa probabilidade: uma pesquisa apresentada durante a FeSBE (Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental) de 2011, mostrou que intercalar períodos de jejum e comilança pode causar diabetes, perda de massa muscular e aumentar a produção de radicais livres

6. Sempre que puder, evite comer gordura

A gordura abdominal favorece a resistência a insulina, quadro que está relacionado ao diabetes tipo 2. Portanto, alimentos gordurosos são fatores de risco para a doença, como provaram diversos estudos sobre o assunto. Pesquisadores da Harvard, por exemplo, concluíram que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta 51% se forem consumidos 50 gramas de carne vermelha processada por dia, e 19% se forem ingeridos 100 gramas diárias de carne vermelha não processada. No entanto, algumas mudanças nos hábitos alimentares podem evitar a doença. No mesmo estudo, esses especialistas mostraram que se uma pessoa que consome 100 gramas de carne vermelha todos os dias substitui o alimento por frutas secas para obter a mesma quantidade de proteínas, o risco diminui em 17%. Este número aumenta para 23% se forem consumidos cereais integrais.

Leia também: Comer menos gordura pode diminuir risco de diabetes

7. Prefira alimentos integrais

Os alimentos integrais, como pães e arroz, por exemplo, são excelentes alternativas para substituir alimentos que possuem farinha de trigo, como o pão francês. Esse tipo de comida é conhecida por elevar rapidamente as taxas de glicose no sangue, o que pode favorecer o surgimento do diabetes tipo 2, especialmente entre pessoas com maior risco da doença. Açúcar branco, frutas em calda enlatadas e batatas também possuem alta carga glicêmica. "Quanto menor o índice glicêmico, melhor para o paciente evitar a doença. Alimentos ricos em fibra e integrais são ideais para isso", diz o médico Celso Cukier.

8. Coma frutas, mas não exagere

Frutas fazem parte de uma alimentação saudável e devem ser ingeridas todos os dias. Porém, há uma grande disparidade na quantidade de frutose, o açúcar das frutas e do mel, que elas contêm. Como ela é metabolizada diretamente pelo fígado, não precisa de insulina para sua quebra primária. Porém, isso não permite o seu consumo em excesso. "A fruta tem muito carboidrato e frutose, mas ela não pode ser eliminada da dieta. Por isso, pessoas predispostas ao diabetes tipo 2 devem evitar as mais adocicadas, como as uvas ou o caqui, ou então consumí-las de forma moderada", diz Roberto Betti, coordenador do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

9. Coma queijo e iogurte, mas não exagere

Duas fatias de queijo ou meio pote de iogurte (55 gramas) por dia podem reduzir o risco de diabetes tipo 2 em 12%. O restante dos laticínios, porém, não surtem o mesmo benefício, embora não aumentem o risco da doença. Essas foram as conclusões de um estudo holandês publicado em julho deste ano. Segundo os autores dessa pesquisa, como o queijo, além das gorduras saudáveis, também contém gordura saturada, o excesso desse tipo de alimento não é recomendado. "Alguns estudos já mostraram que existe uma interação entre as células de gordura e o cálcio que ajuda a prevenir a obesidade. No entanto, é preciso tomar cuidado com os excessos", diz Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Eistein.

10. Beba café descafeinado

Por causa do efeito da cafeína, o café nem sempre é recomendado a pessoas que apresentam tendência a ter doenças cardiovasculares. No entanto, um estudo americano publicado no início do ano mostrou que a bebida descafeinada, além de não provocar condições como pressão alta, pode proteger o organismo contra diabetes tipo 2. "Vários estudos mostraram que os antioxidantes presentes em bebidas como café e chá podem, de alguma forma, reduzir o risco do diabetes. O que falta sabermos é qual a quantidade e o tipo ideais da bebida que surtem tal efeito", afirma Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein.

11. Se beber, vá de vinho tinto

Várias pesquisas já provaram os benefícios do vinho tinto à saúde (desde que consumido moderadamente). Por isso é possível considerar uma taça ao dia como um aliado na diminuição do risco de diabetes tipo 2, como confirmaram os resultados de um estudo da Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida, em Viena, na Áustria. Porém, além do teor alcoólico, o vinho também pode ser extremamente calórico. Portanto, o exagero não só não reduz as chances do diabetes, como também eleva o risco.

12. Coma amêndoas

Pelo menos de acordo com os resultados de um estudo americano publicado no final de 2010, as amêndoas são armas poderosas contra o diabetes tipo 2, especialmente entre pessoas que têm predisposição à doença — ou seja, com níveis de glicose no sangue acima do normal ou com histórico familiar da condição. Segundo a pesquisa, esses alimentos aumentam a sensibilidade à insulina e, consequentemente, reduzem os níveis de açúcar na corrente sanguínea.

Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/metformina-e-segura-para-pacientes-com-doenca-renal-diz-pesquisa/

É possível a prevenção do diabetes com o uso de medicamentos?

A prevenção do diabetes mellitus tipo 2 com medicamentos pode ser útil em pacientes com alto risco de desenvolver a doença e que falharam nas medidas de mudança do estilo de vida. Vários fármacos já foram estudados com este propósito, no entanto, segundo uma revisão extensa da literatura realizada por Padwal em 2005, apenas medicamentos antidiabéticos e o orlistate mostraram algum benefício em prevenir o diabetes.

A metformina é o medicamento mais estudado e o único recomendado pela American Diabetes Association (ADA) como prevenção para o diabetes, apesar de ser menos eficaz que uma dieta apropriada e atividades físicas. No estudo DPP, o uso de metformina por 3 anos, foi capaz de reduzir a progressão do diabetes tipo 2 para 22% versus 29% do placebo. Os resultados foram melhores em pacientes obesos e com menos de 60 anos de idade. Logo, a ADA sugere o uso de metformina para prevenção do diabetes em pacientes com exames alterados (glicemia ou hemoglobina glicada), com menos de 60 anos de idade, índice de massa maior ou igual a 35 kg/m2 e em mulheres com história de diabetes gestacional. O uso da metformina só se justifica devido ao seu perfil de segurança confiável e baixo preço.

A insulina também já foi estudada com estratégia para prevenção do diabetes. No estudo Origin, a insulina glargina conseguiu diminuir a incidência de diabetes. Contudo, como o uso de insulina se associou a ganho de peso e episódios de hipoglicemia, sem maiores benefícios na prevenção de doenças cardíacas e vasculares, o uso de insulina como medida para prevenir diabetes não é recomendado.

As glitazonas, cujo o único representante disponível no mercado brasileiro é a pioglitazona, também são eficazes em prevenir diabetes. Mas como estão associadas a ganho de peso, retenção de líquido, insuficiência cardíaca, fraturas e câncer de bexiga, não são recomendadas para este fim.

Por fim, a acarbose e o orlistate também são capazes prevenir diabetes. A acarbose inibe a absorção dos carboidratos da dieta. No estudo STOP, a acarbose além de prevenir o diabetes também foi capaz de reduzir a incidência de doenças cardíacas. O que limita seu uso são os efeitos adversos, principalmente gases, quando em doses mais altas. O orlistate é um medicamento aprovado para tratamento de excesso de peso e obesidade que inibe a absorção de gorduras no intestino. Pode ser útil em pacientes obesos com glicose elevada, mas costuma ser pouco tolerado pelos efeitos adversos, sendo diarreia o mais comum.

Em resumo, ainda estamos longe de um medicamento para prevenção do diabetes mellitus tipo 2 tão bom quanto a alimentação saudável ou as atividades físicas. A metformina é a opção mais sensata, no entanto, tem indicações precisas e não dá carta branca para ficar no sofá comendo e bebendo o que quiser. Fica a dica!

Dr. Mateus Dornelles Severo

CREMERS 30.576

Médico Endocrinologista

Mestre em Endocrinologia/UFGRS

DROGA DO DIABETES PODE PREVENIR O CÂNCER

Pesquisadores da McGill University e da Université de Montréal procuram entender exatamente como a metformina, uma droga tipicamente usada para combater o diabetes tipo 2, pode prevenir o câncer.

A droga mais amplamente prescrita para tratar a diabetes tipo 2 também pode ajudar a prevenir câncer de cólon em pessoas que são consideradas de alto risco, sugere uma nova pesquisa realizada por uma equipe de cientistas de Montreal.

Já foi demonstrado em estudos anteriores que a metformina pode diminuir em 40% as taxas de câncer em pessoas que tomam o medicamento, em comparação com os diabéticos que não tomam o medicamento.

Pesquisadores da McGill University e da Université de Montréal procuram entender exatamente como a Metformina pode prevenir o câncer. A teoria prevalente antes do estudo era de que como as células neoplásicas têm um apetite voraz por glicose, usar uma droga para diminuir os níveis de glicose no sangue para o tratamento de diabetes tipo 2 também pode inadvertidamente bloquear o câncer.

Os pesquisadores confirmaram que a ação hipoglicemiante da metformina tem um papel sutil na prevenção do câncer. Mas eles também fizeram uma descoberta muito mais importante e inesperada: a metformina protege as células dos danos do DNA que podem levar ao câncer.

“Surpreendentemente, descobrimos que a metformina protegia o DNA de mutações “, disse o diretor do estudo, Michael Pollak, professor nos departamentos de medicina e oncologia da McGill.

 

É notável que a metformina – uma droga barata, não protegida por patente de medicamentos, segura e amplamente utilizada – tenha várias ações biológicas que podem resultar em redução do risco de câncer.”

As células queimam nutrientes para produzir energia. Esse processo de queima produz o que Pollak compara a uma espécie de escape celular, conhecido como espécies reativas de oxigênio. É esse escape que pode causar danos ao DNA no interior das células, que por sua vez, pode desencadear o câncer.

A metformina age como um “filtro” de escape celular, explicou Pollak, reduzindo espécies reativas de oxigênio.

“A droga parece impedir seletivamente (o escape celular) de produção … tais como aqueles encontrados em células com mutações oncogênicas”, disse o co-autor Gerardo Ferbeyre, do departamento de bioquímica da Université de Montréal.

Os pesquisadores fizeram a descoberta por meio de um tratamento de células da mama e do cólon pré-neoplásicas com metformina. Os resultados do estudo foram publicados na revista Cancer Prevention Research.

Fonte: The Montreal Gazette

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Metformina contra o envelhecimento

Ano após ano, emerge nova evidência científica demonstrando que os humanos em processo de envelhecimento beneficiam com a ingestão de metformina. A capacidade que a metformina tem em ajudar a perde peso/gordura e a combater – pele prevenção – o cancro é bem reconhecida pela medicina. Embora actualmente seja vendida como medicamento de prescrição médica, iniciou a sua longa história como um composto botânico (Gallega officianalis) com lugar na medicina tradicional desde há vários séculos. Têm sido reconhecidas associações estreitas entre a diabetes o cancro desde há mais de um século, mas o mecanismo causal só há pouco é que foi desvendado. A diabetes comporta elevações crónicas na glicemia (açúcar no sangue) que mesmo quando frustres conduzem a lesão tecidular e a aumento dos níveis de insulina (insulino-resistência) a qual pode promover a cancerigenação. A metformina é um medicamento seguro e amplamente receitado para o tratamento da diabetes tipo II; também é um poderoso fármaco indutor dos efeitos similares aos da restrição calórica. Estes efeitos incluem a activação do poderoso sensor metabólico AMPK, cuja activação sujeita as células cancerosas a um stress não experimentado pelas células normais, promovendo assim a morte das células cancerosas. A metformina também inibe o complexo-envelhcimento conhecido como mTOR, tendo sido demonstrada protecção contra os cancros da mama, do endométrio, próstata, cólon e pâncreas. Qualquer regime hipocalórico deverá incluir a metformina.

A metfomina, originalmente concebida par tratar a diabetes tipo II – sendo o fármaco de primeira escolha – emerge desta forma como “medicamento-maravilha”. A metformina melhora o controlo diabético através da diminuição da resistência à insulina, e é extremamente útil no combate à obesidade – mesmo nos não diabéticos – e ao cancro. Ao promover a melhoria da sensibilidade à insulina combate a disfunção endotelial, e consequentemente protege o coração. Num estudo da Universidade de Stamford demonstrou-se a capacidade a metformina para diminuir significativamente o índice de massa corporal. A lista de cancros contra os quais a metformina dá protecção aumenta dia-a-dia, sendo o cancro do pulmão o mais importante. Este fármaco está no entanto contra-indicado na insuficiência renal e na insuficiência cardíaca, pois aumenta a produção de ácido láctico, podendo conduzir a acidose láctica.

https://anti-envelhecimento.blogs.sapo.pt/

Metformina contra a obesidade

Metformina é um dos principais medicamentos para tratar diabéticos tipo 2 ou com resistência à insulina, e apresenta poderosos efeitos em pacientes obesos que possuem níveis altos de insulina.[1] Os exames indispensáveis para avaliar se há diabetes ou resistência insulínica são:

Insulina: os ótimos níveis são de 3 à 5 microUi/mL

Glicemia jejum: 70 à 85 mg/dL (ótimos níveis)

Hemoglobina glicosilada: abaixo de 5,0% (ótimos níveis)

Geralmente, alguns médicos solicitam tão somente o exame de glicemia em jejum, o que é insuficiente, já que a pessoa pode estar com altíssimos níveis de insulina, com pâncreas trabalhando acelerado com o fim de manter os níveis de glicose adequados. O ideal é que o organismo seja capaz de manter o controle de açúcar no sangue em níveis adequados, com até 5 microUi/mL de insulina.

O teste de hemoglobina A1c verifica uma média ponderada dos níveis de açúcar no sangue dos últimos 3 à 4 meses.

Bom, estes são os 3 exames que considero indispensáveis e essenciais para avaliar se há diabetes ou resistência à insulina.

Todavia, metformina NÃO é apenas para diabéticos, segundo a conclusão do médico Dr. William Faloon, pesquisador fundador da Life Extension. Metformina tem origem botânica, é derivado da planta Gallega Officianalis, que já esteve na medicina popular por centenas de anos.[2]

Algumas das indicações da metformina:

PERDA DE PESO – EMAGRECIMENTO

Metformina favorece a perda de peso e melhora a resistência à insulina, até mesmo em pessoas não diabéticas.

Sabe-se que a falta de controle glicêmico leva a doenças crônicas do envelhecimento. A redução da glicose no sangue, tem múltiplos benefícios relacionados com a saúde geral.

Por meio do aumento da sensibilidade à insulina, metformina protege pacientes obesos de disfunção entotelial e desordens cardiovasculares, ou seja, metformina auxilia na saúde do coração.[4] (Curr Drug Targets Cardiovasc Haematol Disord. 2004 Mar;4(1):53-6).

Metformina diminui a secreção de citocinas inflamatórias, assim diminui a inflamação corporal.[5]

Metformina tem forte efeito na surpressão do apetite, o que contribui para a luta do excesso de peso.

A metformina tem fortes efeitos na redução de peso corporal, IMC, resistência a insulina, e outras manifestações de desordens do metabolismo.[7]

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford descobriu que a metformina reduz significativamente o índice de massa corporal em adolescentes obesos, não-diabéticos. Isto marca um novo avanço promissor na luta contra sobrepeso e obesidade infantil.[8]

PROTEGE E AUXILIA NO TRATAMENTO DE VÁRIOS TIPOS DE CÂNCER

Metformina tem ação central na prevenção e no tratamento de cancer de mama, cancer do endométrio[9], cancer de próstata[10], câncer de colo[11], cancer de pulmão[12]. Qual outro remédio de tão baixo custo apresentam esses benefícios? Vamos entender como metformina é útil no tratamento e prevenção aos vários tipos de cancer.

Metformina ativa uma importante enzima chamada AMPK.[13] AMPK é considerada a ‘chave mestra’ que de alguma forma controla como as nossas células se comportam.[14] O aumento da ativação da AMPK reduz o armazenamento de gordura, aumenta a sensibilidade à insulina, reduz o colesterol, triglicérides, e suprime a inflamação crônica.[15] AMPK quando ativada imita muitos dos efeitos benéficos da restrição calórica, incluindo a perda de gordura.[16]

A ativação da enzima AMPK provoca uma cadeia de reação em moléculas que colaboram para suprimir o câncer.[17] Estudos em laboratório demonstram que a ativação da enzima AMPK por meio da metformina, pode suprimir o desenvolvimento e crescimento de células cancerosas da mama, ovário, pâncreas, e muitos outros tecidos.[18] [19] [20] [21]

Vamos citar alguns estudos quanto ao câncer de mama, em próximos artigos abordaremos os demais.

Câncer de mama

Um dos efeitos mais significativos da metformina estão em canceres do sistema reprodutivo, pois ele BLOQUEIA a enzima chamada AROMATASE, que pode estimular o estrogênio, que por sua vez poderia causar o crescimento de câncer.

Estudos em laboratórios sugerem que a maioria das variedades de câncer de mama são passíveis de prevenção por meio de metformina.

Metformina suprime uma proteína específica indutora de câncer (HER2), que aumenta drasticamente o risco de câncer de mama.

Ao suprimir a proteína HER2, além de prevenir o aparecimento de câncer, metformina bloqueia o ciclo reprodutivo de células cancerosas, impedindo o seu crescimento, se uma vez já em desenvolvimento.

A metformina tem como alvo seletivamente as chamadas ‘células-tronco do câncer’, células que resistem à quimioterapia, e medicamentos e pode regenerar e causar recaída da doença.[26]

Um estudo verificou que metformina está associado a uma redução de 56% do risco no desenvolvimento de câncer de mama.[27]

Alerto apenas que é preciso suplementar com vitamina B12 (metilcobalamina) sublingual aqueles que fazem uso de metformina, já que a metformina prejudica sua natural absorção, levando a pessoa ter uma deficiência importante desta vitamina. – Br J Diabetes Vasc Dis. 2004;4(6):401-6.

E como evitar os efeitos gastrointestinais (diarréia, azia, gases) que podem surgir com metformina?

De acordo com um estudo publicado no Journal of Ethnopharmacology (2005 Nov 14; 102(2): 202-7) verificaram que pessoas que consumiram 5.1 gramas da fibra PSYLLIUM tiveram uma melhor tolerância gástrica ao tomarem metformina em comparação com o outro grupo sem PSYLLIUM. Assim, pode ser útil iniciar com doses menores de PSYLLIUM (ex: 2 gramas), tomando com água, e aumentando gradualmente até 5 gramas, sempre que ingerir a metformina (ex: Glifage XR).

Uma alternativa recente é o uso de metformina micronizada transdérmica(creme de ultra-absorção) Pentravan. Uma das vantagens da Metformina HCl Fagron Micro em Pentravan® administrada por via transdérmica é evitar a passagem pelo trato gastrintestinal e a ocorrência dos indesejáveis efeitos gastrintestinais associados com a sua administração por via oral.

Além disso, há contraindicações importantes, como pessoas que já apresentam problemas renais, de fígado. Ademais, é possível algumas complicações gástricas, como azia, em pessoas mais sensíveis.

Solicite orientação ao médico de sua confiança sobre a possibilidade de incluir este medicamento em sua terapia.

Este medicamento só pode ser utilizado sob prescrição médica!

Para quem deseja aprofundar os estudos sobre a ação da metformina para indicações além do diabetes:

http://grupoessencialrj.com.br/2017/12/18/metforminamicro/

https://anti-envelhecimento.blogs.sapo.pt/225569.html

http://www.lifeextension.com//Magazine/2010/CE/The-Drug-Virtually-Everyone-Should-Ask-their-Doctor-About/Page-01

http://www.lifeextension.com//Magazine/2012/11/Metformin-Makes-Headline-News/Page-01

http://www.lifeextension.com//Magazine/2001/9/report_metformin/Page-01

http://www.lifeextension.com//Newsletter/2014/5/Metformin-Aids-In-The-Stabilization-Of-Metastatic-Prostate-Cancer/Page-01

[1] Exp Clin Endocrinol Diabetes. 2001;109 Suppl 2:S259-64

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[4] Curr Drug Targets Cardiovasc Haematol Disord. 2004 Mar;4(1):53-6

[5] Diabetes. 2008 Jun;57(6):1501-7

[6] Ehret M, Goethe J, Lanosa M, Coleman CI. The effect of metformin on anthropometrics and insulin resistance in patients receiving atypical antipsychotic agents: a meta-analysis. J Clin Psychiatry. 2010 Apr 6.

[7] Aghahosseini M, Aleyaseen A, Safdarian L, Moddaress-Hashemi S, Mofid B, Kashani L. Metformin 2,500 mg/day in the treatment of obese women with polycystic ovary syndrome and its effect on weight, hormones, and lipid profile. Arch Gynecol Obstet. 2010 Jul 2

[8] Wilson DM, Abrams SH, Aye T, et al. Metformin extended release treatment of adolescent obesity: A 48-week randomized, double-blind, placebo-controlled trial with 48-week follow-up. Arch Pediatr Adolesc Med. 2010 Feb;164(2):116-23

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Mhttps://lucianopimenta.wordpress.com/2015/06/01/metformina-nao-e-apenas-para-diabeticos-2/

Metformina x Alzheimer

A maior parte das pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2 em vários países, incluindo Estados Unidos e Brasil, toma o medicamento metformina (vendido com vários nomes) para ajudar a controlar a glucose no sangue. A droga, usada por milhões de pacientes, é considerada bastante segura e apresenta poucos efeitos colaterais além do desconforto gastrointestinal que provoca em parte dos usuários. Outra vantagem é que seu custo é acessível. A novidade agora é que, segundo novos estudos, há indícios de que a metformina possa ajudar a proteger o cérebro de desenvolver doenças do envelhecimento, mesmo em não diabéticos.

Pesquisadores já sabem que o diabetes é considerado um fator para o surgimento de doenças neurodegenerativas. Porém, o uso de metformina está associado a uma redução radical na incidência dessas patologias. No estudo mais abrangente até agora sobre os efeitos da metformina, a cientista Qian Shi e suas colegas da Universidade Tulane acompanharam 6 mil veteranos diabéticos e demostraram que, quanto mais tempo um paciente utilizava metformina, menores eram as chances de desenvolver as doenças de Alzheimer e Parkinson e outros tipos de demência e comprometimento cognitivo. As descobertas apresentadas na reunião das Sessões Científicas da Associação Americana de Diabetes, nos Estados Unidos, mostram que, assim como já tinham revelado alguns trabalhos anteriores menores sobre uso de metformina a longo prazo, no novo estudo pacientes que utilizavam a droga por mais de quatro anos apresentavam um quarto da incidência da doença em comparação com pacientes que só faziam uso de insulina ou a insulina associada a alguma outra medicação, trazendo o nível de risco de diabetes para um nível correspondente àquele da população geral.

“Mesmo na ausência de diabetes, os pacientes com Alzheimer costumam apresentar sensibilidade à insulina reduzida no cérebro”, diz a neurocientista Suzanne Craft, que estuda resistência à insulina em doenças degenerativas na Faculdade de Medicina Wake Forest. A substância desempenha muitos papéis neurológicos, está envolvida na formação da memória e ajuda a manter as sinapses livres de acúmulo de proteína, incluindo os emaranhados de tau e placas amiloides que se acumulam na doença de Alzheimer, diz Craft. Essa associação levou algumas pessoas a chamar Alzheimer de “diabetes tipo 3”.

A esperança de pesquisadores é que a metformina possa ajudar a corrigir os problemas ligados à insulina no cérebro em processo de envelhecimento. Pesquisas em animais mostram que o efeito da droga nas células-tronco neurais pode ser a chave para novas descobertas nessa área. Os neurocientistas Jing Wang e Freda Miller, ambos então no Hospital de Toronto para Crianças, mostraram que, quando se administra metformina a ratos não diabéticos, sua memória melhora devido a um aumento na população de células-tronco neurais e maior número delas que se desenvolvem de forma saudável no hipocampo, o centro da memória no cérebro.

Estudos clínicos humanos também acenam com promessas no tratamento de Alzheimer na fase inicial da patologia. O neurologista Steven E. Arnold, do Hospital Geral Massachusetts, demonstrou recentemente que pacientes diagnosticados com a doença apresentavam melhoras pequenas, mas significativas – na capacidade mnêmica e no funcionamento cognitivo – após ingerir metformina por oito semanas, em comparação àqueles que tomavam placebo. O imageamento do cérebro revelou também algumas melhoras no metabolismo neural. Os efeitos modestos são a norma quando se trata de Alzheimer: mesmo as drogas já aprovadas e utilizadas apresentam somente uma pequena eficácia e por um período limitado. “Essa é uma das grandes motivações para encontrar novas terapias”, diz Craft.

Arnold pretende conduzir um estudo maior que possa avaliar melhor a eficácia da metformina, mas financiamentos têm sido um problema. É que, como a medicação é genérica, as indústrias farmacêuticas têm pouca motivação em termos de lucro para testá-la. “Trata-se de um medicamento simples, comum e barato que pode afetar um aspecto importante do comprometimento cognitivo em adultos idosos, e há uma razão científica convincente para examiná-la. Agora só precisamos realmente estudá-la de modo que nos forneça uma resposta clara quanto à sua verdadeira utilidade”, diz Arnold. Ele acredita que, se houvesse interesse financiamento, um estudo definitivo poderia ser concluído em dois anos.

Os grupos de pesquisa de Craft e Arnold trabalham atualmente para encontrar também biomarcadores de Alzheimer, sinais biológicos mensuráveis da patologia, para que pacientes com alto risco de desenvolver doenças degenerativas possam ser identificados precocemente – e tratados. Essas pessoas poderiam ser potenciais candidatos ao uso da metformina e outros sensibilizadores de insulina para impedir seu aparecimento

http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/medicamento_para_diabetes_combate_alzheimer_.html

Pergunta sobre Metformina

Quais os efeitos colaterais a longo prazo do uso da metformina?

O único efeito colateral relevante que pode sugir é a deficiência da vitamina b12 que, principalmente em idosos, pode alterar sua cognição.

a metformina pode ocasionar a impotencia sexual?

A metformina por si só não causa impotência, é necessário checar se o diabetes não está descompensado e se seus hormônios sexuais estão dentro da normalidade, além de outras causas de impotência.

https://www.doctoralia.com.br/medicamento/metformina-12501/pergunta/a-metformina-pode-ocasionar-a-impotencia-sexual-60994

+info: https://www.doctoralia.com.br/medicamento/metformina-12501/pergunta/quais-os-efeitos-colaterais-a-longo-prazo-do-uso-da-metformina-986133

METFORMINA NO LONGO PRAZO ESTÁ LIGADO A MAIOR RISCO DE DEFICIÊNCIA DA VITAMINA B12, DIZ ESTUDO

O cansaço frequente é um dos sintomas causado pela deficiência de vitamina B12

As pessoas que tomam metformina, um medicamento comum para Diabetes Tipo 2, durante vários anos podem estar em risco elevado de deficiência de vitamina B12 e anemia, de acordo com uma nova análise de dados de longo prazo.

Metformina ajuda a controlar a quantidade de açúcar, ou glicose, no sangue, reduzindo a quantidade de glicose que é absorvida a partir de alimentos ou produzida pelo fígado, aumentando a resposta do organismo ao hormônio insulina, de acordo com o National Institutes of Health.

“A metformina é a droga mais comum usada para tratar de Diabetes Tipo 2, tendo, no momento, milhões de pessoas fazendo uso por um período prolongado (vários anos)”, disse o autor principal do estudo, o Dr. Jill P Crandall da Albert Einstein College of Medicine, em New York City, por e-mail.

“Um número menor de pessoas toma a metformina para prevenir o Diabetes ou para o tratamento da síndrome do ovário policístico”, disse Crandall à Reuters Health.

Os pesquisadores usaram dados do Programa de Prevenção de Diabetes e do Diabetes Prevention Program Outcomes Study, que acompanhou os participantes com alto risco de diabetes tipo 2 por mais de 10 anos.

O estudo começou com mais de 3.000 pessoas com idade de 25 anos e mais velhos e com o açúcar elevado no sangue. Os participantes foram aleatoriamente designados para receber ou 850 miligramas de metformina duas vezes por dia, medicação placebo ou encaminhados para um programa de estilo de vida intenso que não incluía a medicação. Para a nova análise apenas aqueles que tomaram placebo ou metformina foram considerados, e cerca de 50 participantes foram excluídos após realizarem cirurgia para perda de peso, o que afetaria seus resultados sobre a diabetes.

Durante o acompanhamento, os participantes forneceram amostras de sangue após 5 e 13 anos.

Usando estas amostras de sangue, os pesquisadores descobriram que pelo quinto ano, os níveis médios de B12 estavam mais baixos no grupo de metformina do que no grupo placebo, e deficiência de vitamina B12 foi mais comum, afetando 4 por cento das pessoas com metformina em comparação com 2 por cento daqueles que não tomavam a droga.

Baixos níveis limítrofes de B12 atingiam quase 20 por cento das pessoas com metformina e 10 por cento dos que tomavam placebo.

Os níveis médios de vitamina B12 foram maiores no ano 13 do que no ano 5, mas a deficiência de B12 também foi mais comum em ambos os grupos de metformina e placebo, conforme relatado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism.

Deficiência de vitamina B12 pode conduzir a danos nos nervos que podem se agravar, tornando-se irreversível, disse Crandall.

“A deficiência de B12 grave e prolongada também tem sido associada à cognição prejudicada e demência”, disse ela. “Ela também pode causar anemia (baixa contagem de células vermelhas do sangue) – porém, felizmente, esta condição é reversível com o tratamento”.

Mais pessoas no grupo metformina também estavam anêmicas no quinto ano do que no grupo placebo.

Há mais de três milhões de casos de deficiência de vitamina B12 a cada ano nos EUA, que podem ser causados por dieta ou certas condições médicas. Os sintomas incluem fadiga, dormência ou formigamento.

Os seres humanos não produzem a vitamina B12 e precisam consumi-la à partir de fontes animais ou suplementos. Os vegetarianos podem obter o suficiente ao comer ovos e laticínios, mas veganos ou vegetarianos precisam apelar para os suplementos ou grãos fortificados.

Os médicos que prescrevem metformina para pacientes à longo prazo para o diabetes tipo 2, diabetes gestacional, síndrome do ovário policístico ou outras indicações, devem considerar uma avaliação de rotina dos níveis de vitamina B12, concluem os autores.

“O FDA e organizações como a Associação Americana de Diabetes não têm nenhuma recomendação formal para o monitoramento de B12 de pessoas que tomam metformina”, disse Crandall. “Dito isso, nosso estudo (e outros) sugere que um pequeno, mas significativo número de pessoas, pode desenvolver deficiência”.

“As pessoas que estão tomando o medicamento metformina deve pedir ao seu médico um exame para avaliar o seu nível de B12”, disse ele.

Restaurar os níveis saudáveis de B12 é fácil de conseguir com comprimidos ou injeções mensais, acrescentou.

“O risco de deficiência de vitamina B12 não deve ser considerado como uma razão para evitar tomar a metformina”, disse Crandall.

FONTE: bit.ly/1SWRxed Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, on-line 22 de fevereiro de 2016.

uk.reuters.com/

Metformina para ovário policístico

A metformina é hipoglicemiante de primeira escolha para o tratamento de obesos com diabetes tipo 2, nos quais a resistência à insulina é o fator preponderante. O fármaco também vem sendo usado para o tratamento da síndrome do ovário policístico

A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma endocrinopatia que afeta 5 a 10% da população feminina em idade reprodutiva, cujas características mais importantes são anovulação e hiperandrogenismo. A SOP é causa comum de infertilidade e se manifesta por hirsutismo, obesidade e virilização. Em 50% dos casos as pacientes tem amenorréia e 30% têm sangramentos uterinos anormais. Além disso, pacientes com SOP apresentam resistência à insulina e hiperinsulinemia, e por esse motivo possuem risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2.

Perda de peso e algumas mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, são capazes de melhorar a ovulação em pacientes com SOP. Entretanto, quando as medidas não farmacológicas não são suficientes ou as pacientes não respondem à terapia tradicional com clomifeno, alguns fármacos, como metformina e pioglitazona, podem ser utilizados para reduzir a hiperinsulinemia e a hiperandrogenemia. Os agentes sensibilizadores de insulina, principalmente a metformina, são considerados, em alguns países, primeira linha de tratamento para mulheres com SOP e podem retomar a regularidade da ovulação e dos ciclos menstruais.

A Síndrome dos Ovários Policísticos ocorre em 6 a 10% das mulheres que estão na idade fértil (20 a 44 anos). Para se ter uma ideia da importância destes dados, estima-se que no mundo existam cerca de 100 milhões de mulheres com esta doença. No Brasil, se considerarmos os dados do censo IBGE podem existir 2,5 milhões de mulheres com esta síndrome, cerca de 800 mil mulheres no estado de São Paulo, 300 mil no estado do Rio de Janeiro, 180 mil no estado do Paraná e 400 mil no estado de Minas Gerais. Estes números são suficientes para entendermos a importância desta síndrome.

Informativo para pacientes

O que são cistos?

São pequenas bolsinhas com conteúdo líquido e que, em princípio podem aparecer em qualquer parte do organismo. Todo mês, nos ovários, desenvolve-se um cisto que inicialmente é pequeno (5 a 9 mm), cresce na primeira fase do ciclo menstrual e atinge, na época da ovulação, a dimensão aproximada de 18 mm. Estes recebem o nome de folículo e dentro deles está um óvulo. Na ovulação ele se rompe, o óvulo sai e se encaminha para as tubas (trompas) onde poderá ser fertilizado pelo espermatozoide – caso ocorra a relação sexual nesta época. Nesses casos, cisto não é doença e se chama cisto funcional, isto é, decorrente do funcionamento normal do organismo. Entretanto, quando um ou mais cistos formam-se fora dessas características passam ser uma doença.

O que é Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)?

É uma síndrome caracterizada por alterações hormonais que podem repercutir no organismo causando vários sintomas. Como conseqüência, ao invés de se formar um único folículo no ovário, que é um processo natural e normal, formam-se vários que ficam “acumulados” e não liberam os óvulos; eles não se rompem. Daí o nome “ovários policísticos” que, como veremos mais adiante, não é alteração orgânica obrigatória nesta síndrome. Existem vários hormônios que participam destas alterações, mas os principais são os androgênios (hormônios masculinos normalmente fabricados pelos ovários, em quantidades pequenas).

Genética e Hereditariedade

Acredita-se que a SOP tenha caráter hereditário e muitas publicações científicas tem confirmado esta possibilidade. Foi observado este diagnóstico entre irmãs e alterações metabólicas em irmãos destas pacientes que mesmo sendo do sexo masculino, apresentaram alterações laboratoriais idênticas as suas irmãs com esta síndrome. Filhas e irmãs de mulheres com SOP tem 50% mais de chance de desenvolver este problema.

Diagnóstico

É feito através do histórico da paciente, exame clínico e exames laboratoriais.

Histórico e exame clínico

• Menstruação irregular: é uma das principais características. As menstruações vêem esporadicamente podendo demorar até 90 dias entre uma e outra. Muitas vezes elas só aparecem quando as pacientes recebem medicamentos para estimular. Esse sintoma é comum em grande parte das mulheres com essa síndrome.

• Obesidade: pelo menos metades dessas mulheres estão acima do peso, isto é, o Índice de Massa Corpórea (IMC) está acima dos 25 anos (lembrete: IMC = Peso /Altura ao quadrado). Esse é um fator fundamental para futuras complicações desta doença. A circunferência abdominal superior a 88 cm está associada a um maior risco de problemas cardíacos(alguns já consideram o valor máximo de 80 cm).

• Infertilidade: devido às alterações hormonais, essas mulheres passam a ovular menos ou de maneira inadequada e por isso podem ter dificuldade em engravidar. Das causas de infertilidade o fator ovulatório ocupa um lugar de destaque e 75% é devido a esta síndrome. Além disso, essas mulheres têm um alto índice de abortamento.

• Hirsutismo: é o aparecimento de pelos em locais onde normalmente não deveriam existir na mulher (face, tórax, glúteos, ao redor dos mamilos, região inferior do abdômen e parte superior do dorso).

• Acne: 30% das mulheres com SOP tem este sinal que consiste num processo inflamatório da pele do rosto, caracterizada por erupções superficiais causadas pela obstrução dos poros.

• Alopécia: é a queda em excesso de cabelos na região do couro cabeludo levando á rarefação de pelos, comum aos homens e raro nas mulheres.

• Seborréia: é a oleosidade da pele e couro cabeludo.

• Acantosis nigricans: é aumento da pigmentação da pele (manchas escuras) em áreas de dobras, como pescoço e axilas.

Exames Complementares

• Ultrassom: o ideal é ser realizado pela via transvaginal, mas, muitas vezes, é impossível de ser realizado em mulheres (virgens). Neste exame observa-se o volume ovariano (>10cm3), a textura do ovário e a presença de pequenos cistos. Se houver a presença de 12 ou mais em cada ovário, medindo 2 a 9 mm no seu maior diâmetro, caracteriza-se um dos sinais desta síndrome.

• Resistência à insulina: a insulina é um hormônio responsável por facilitar a entrada da glicose na célula. Em algumas doenças como a SOP, existe um defeito na sua ação, o que leva a um acúmulo de glicose no sangue. Como conseqüência pode surgir a diabetes e um aumento da concentração deste hormônio no sangue. Os exames para investigara resistência à insulina são muito importantes, tanto para o diagnóstico como para avaliar as possíveis complicações futuras que serão descritas mais adiante. Existem algumas dificuldades nesta avaliação, pois, até hoje, não existe um exame específico para o diagnóstico definitivo. Atualmente, a melhor opção é a dosagem da glicemia e a insulina em jejum e depois repetida duas horas após a alimentação ou através do índice de glicemia de jejum/ insulina de jejum, que deverá ser menor do que 4,5.

Outros exames

Avaliação hormonal

• FSH e LH – a relação LH e FSH é geralmente > 3:1;

• Hidroxiprogesterona (17 OHP) – para descartar a hiperplasia congênita da glândula supra-renal que pode causar um quadro clínico semelhante à SOP;

• T3, T4, T4 livre e TSH – são hormônios ligados à tireoide que estão relacionados à síndrome;

• Prolactina – hormônio que está aumentado normalmente em mulheres que estão amamentando, mas fora desta condição causa alterações menstruais;

• Androgênios: Testosterona, Testosterona Livre, SHBG e SDHEA, androstenediona e cortisol.

Avaliação metabólica

• Perfil lipídico (colesterol, triglicérides);

• Curva glicêmica (TTGO) com insulina ou de forma mais simples e eficaz a glicemia de jejum e pós-prandial acompanhada da insulina plasmática de jejum;

• HOMA-r/HOMA-B – são testes para avaliar a resistência a insulina e não são realizados de rotina.

Diagnóstico final

(Consenso de Rotterdan)

É confirmado quando pelo menos dois dos três itens abaixo forem preenchidos:

• A. Hiperandrogenismo (aumento do hormônio masculino) refletido por hirsutismo, acne, queda de cabelo (ver histórico e exame clínico descritos anteriormente) ou exames de laboratório;

• B. Ciclos menstruais com intervalos irregulares curtos ou longos (atrasos menstruais); são quase sempre anovulatórios;

• C. Ovários com característica micropolicística ao ultrassom.

Portanto o diagnóstico da SOP poderá ser A e B, A e C e B e C; isto torna interessante o fato de a mulher com SOP não precisar ter, obrigatoriamente, os ovários com múltiplos cistos!!!

Importante: é necessário excluir outras doenças que têm apresentação clínica semelhante como, por exemplo, tumores virilizantes, hiperplasia congênita da supra-renal e a Síndrome de Cushing.

Complicações

Síndrome metabólica

Síndrome metabólica ou pluri metabólica ou chamada anteriormente de síndrome X, é uma doença da civilização moderna, relacionada à obesidade, que pode ocorrer em até 50% das pacientes com SOP. É caracterizada pela associação de fatores de riscos para doenças cardiovasculares (ataque cardíaco e acidente vascular cerebral) e diabetes. Tem como base a resistência à ação de insulina o que obriga o pâncreas a produzir mais este hormônio. O risco desta complicação pode ser avaliado precocemente e observado já na adolescente e seus familiares.

Fatores de risco

• Intolerância à glicose, caracterizada por glicemia em jejum na faixa de 100 a 125, ou por glicemia entre 140 e 200 após administração de glicose;

• Hipertensão arterial;

• Níveis altos do colesterol ruim(LDL) e baixos do colesterol bom(HDL);

• Aumento dos níveis de triglicérides;

• Obesidade, especialmente obesidade central que está associada à presença de gordura visceral;

• Ácido úrico elevado;

• Microalbuminúria, isto é, eliminação de proteína pela urina;

• Fatores pró-trombóticos que favorecem a coagulação do sangue;

• Marcadores inflamatórios elevados (a inflamação da camada interna dos vasos sanguíneos favorece a instalação de doenças cardiovasculares).

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta as características clínicas (presença dos fatores de risco) e dados laboratoriais. Basta a associação de três dos fatores abaixo relacionados para diagnosticar a síndrome metabólica:

• 1. Obesidade central ou periférica determinada pelo índice de massa corpórea (IMC), ou pela medida da circunferência abdominal (nos homens, o valor normal vai até 102 e nas mulheres, até 88 – atualmente existe a tendência de diminuir estes valores para 90 e 80 respectivamente);

• 2. Níveis aumentados de triglicérides e ácido úrico;

• 3. Valores baixos de HDL, o colesterol bom, e elevados de LDL, o mau colesterol;

• 4. Hipertensão arterial;

• 5. Glicemia em jejum superior a 100, ou entre 140 e 200 depois de ter tomado glicose.

Câncer endometrial

O câncer endometrial é o quarto mais comum entre as mulheres e o mais freqüente entre os do sistema reprodutivo feminino, quando não se consideram as mamas. A SOP pode aumentar a chance desta doença pelas alterações hormonais que levam a ciclos menstruais longos, um estímulo estrogênico prolongado sem a ação do hormônio progesterona, além da obesidade que muitas vezes é acompanhada de hipertensão arterial (síndrome metabólica).

Alterações do sono ou apnéia noturna

Alguns homens (17% a 24%) e algumas mulheres (5% a 9%) apresentam distúrbio do sono e repetidos episódios de dificuldade de respiração durante o mesmo. Este fato está freqüentemente associada com obesidade, distribuição inadequada da gordura pelo corpo, à resistência da insulina, hipertensão arterial e a síndrome dos ovários policísticos, principalmente quando houver excesso de andrógenos.

Diabetes

A resistência à insulina favorece o surgimento da diabetes. Este favorecimento pode ser ainda maior quando estiver acompanhado de obesidade. O controle de peso rigoroso e a dieta alimentar equilibrada diminui a possibilidade desta complicação.

Tratamentos

Entre os problemas mais comuns estão aqueles ligados à fertilidade. Os tratamentos visam ajudar os casais que têm dificuldade em engravidar, diminuir as complicações da gestação (abortos, toxemia gravídica e diabetes gestacional) regularizar as menstruações, combater o excesso de hormônios masculinos, prevenir o câncer do endométrio, diminuir o risco de diabetes tipo II e a doença cardiovascular (síndrome metabólica).

Estilo de vida e terapia alimentar

A redução de peso deve ser recomendada a pacientes obesas ou com sobrepeso (IMC entre 25 e 30). Alguns estudos demonstram que a perda de 5 a 10% do peso corpóreo pode restaurar a ovulação e a fertilidade além de melhorar o colesterol, a pressão arterial, a resistência a insulina e diminuir as queixas de excesso de pelos e acne. Para isto é fundamental a modificação do estilo de vida, uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos de forma regular (principalmente aqueles que aumentem a circulação pélvica). Como nesta síndrome freqüentemente existe o aumento da resistência à insulina que faz aumentar os níveis de glicose, a melhor dieta é evitar alimentos ricos em carboidrato.

Dicas de alimentação

• Evite ao máximo todas as formas de açúcar;

• Evite ao máximo os carboidratos como por exemplo o pão, as massas, o arroz, os cereais no café da manhã e os bolos, pois são rapidamente transformados em açúcares;

• Evite refrigerantes, sucos de frutas que possam elevar os níveis de açúcar, principalmente laranja, melancia e uva;

• Consuma quantidades adequadas de proteínas, mas tome cuidado com carnes que podem conter hormônios;

• Coma vegetal à vontade, frutas vermelhas, que não são muito doces (morango, framboesa, cereja, amora, etc.) e alimentos integrais como arroz e aveia;

• Prefira leite e derivados desnatados ou “light”;

• Elimine álcool e cigarro;

• Aumente a quantidade de alimentos com fibra.

Tratamento medicamentoso

Os tratamentos devem ser escolhidos de acordo com o perfil e a prioridade da paciente. Entretanto, não devem ser deixados de lado os riscos de complicações futuras causadas pela doença. Os problemas estéticos são importantes e devem ser medicados com drogas específicas, como no caso do hirsutismo e acne. O acompanhamento por especialistas em medicina estética pode ser bastante útil.

A escolha do tipo de medicamento vai depender do objetivo da paciente. Se ela não quiser ter filhos, apresentar irregularidade menstrual e pelos em excesso, os anticoncepcionais poderão ser uma boa escolha. Muitos deles contêm na fórmula substâncias antiandrogênicas (anti-hormônio masculino) chamadas Ciproterona (Diane e Diclin). Outros medicamentos com esta finalidade são as espironolactona, finasterida, eflornitina (creme de aplicação local que reduz a quantidade de pelos) e por último a flutamida, perigosa pelo seu efeito agressivo ao fígado.

Combatendo a resistência à insulina – agentes sensibilizantes da insulina – metformina

Estas drogas aumentam a sensibilidade do organismo à insulina, o que resulta na diminuição deste hormônio, dos androgênicos, restauração dos ciclos menstruais ovulatórios, diminuição das chances de aborto e diabetes gestacionais, além da própria diminuição do peso.

A droga mais utilizada para este fim é a metformina e a dose diária é de 1500 a 2000 mg. Os seus efeitos benéficos podem demorar meses para serem percebidos, mas a paciente não deve desanimar, pois este tempo de espera é normal. Este medicamento pode produzir efeitos colaterais desagradáveis como diarréia, náuseas, flatulência (gases), entretanto, uma nova formulação de liberação lenta (GLIFAGE-XR) pode ser tomada em dose única, três comprimidos no jantar, com efeitos mínimos indesejáveis.

Outras drogas sensibilizantes da insulina

Embora a metformina seja a droga mais utilizada para este fim, outros medicamentos, com efeito, semelhantes têm sido utilizados. Entre elas estão a: Troglitazona, Pioglitazona, Rosiglitazona, Glucobay (Acarbose), NAC (N-acetilcisteína) e o Picolinato de Cromo (200mcg).

O Glucobay (Acarbose) é um hipoglicemiante e pode ser usado na dose 150 a 300 mg/dia.

O NAC (N – acetilcisteína) tem o nome comercial de Fluimucil e é usado também para problemas respiratórios. É um antioxidante que melhora a concentração de insulina. Um estudo realizado na Universidade Católica de Roma na Itália demonstrou que o uso de 1,8 à 3,0 g de NAC por dia diminui a concentração de androgênios, colesterol e triglicérides entre outras vantagens.

Existem ainda medicamentos naturais que podem ser uma alternativa interessante, mas só devem ser receitados por especialistas em medicina natural. Os principais são:

A) Clorophyl: melhora os sintomas de hipoglicemia;

B) Chromium: aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina (300 miligramas por dia);

C) Extrato de Canela (Cinnamom): é uma nova alternativa, ajuda a diminuir os níveis de glicemia. A dose indicada é de 1g/dia dividida em três doses na colher de chá, três vezes ao dia;

D) D-chiro-inositol: é uma substância pura denominada Pinotol. Esta substância melhora a ação da insulina. A dose recomendada é 1200 mg/dia;

E) Vitaminas B, Magnésio, Ácido alfalipórico, Ácido linoléicos conjugados: melhoram a resistência à insulina;

F) Outras drogas: Picolinato de cromo ( 0,2mcg/dia) e Poria Pill.

Drogas complementares que ajudam no controle de peso

Algumas drogas aumentam o controle do peso e pode ser utilizadas em conjunto com uma dieta alimentar equilibrada, exercícios físicos e um estilo de vida adequado. As indicações são restritas ao médico que fará o controle de peso. Entre as possibilidades estão: Sibutramina, Orlistat e por último a Rimonabant que é uma substância antagonista dos receptores endocanabinóides, todas responsáveis pelo controle de peso.

Tratamento Cirúrgico

É recomendado somente em situações excepcionais em que todos os tratamentos clínicos utilizados não tiveram bons resultados. A intervenção é feita por videolaparoscopia. Nesta intervenção realizam-se pequenos furos nos ovários (“ovary drilling”) que ao diminuírem o tamanho deles, melhoram o quadro ovulatório. O inconveniente desta intervenção é que pode levar a formação de aderências que podem causar dor e um outro fator, a infertilidade.

Conclusão

A SOP é uma síndrome complexa que tem várias possíveis origens e uma delas é a resistência a insulina. Por isso o foco do tratamento deve ser o combate a esta alteração. Muitas pesquisas têm sido direcionadas com o objetivo de avaliar outros fatores determinantes como os ambientais e genéticos que poderão ter influência direta nesta doença.

Preservação da fertilidade – prevenção da SOP

A SOP não pode ser prevenida, mas quanto mais precoce for o diagnóstico, menor será a chance de complicações futuras.

Já na adolescência podem ser notados os sinais desta síndrome e por isso, além dos fatores hereditários que podem prenunciar o surgimento futuro desta doença (mãe e irmãs), deve-se estar atento à obesidade, à quantidade de pelos no corpo e ao padrão menstrual alterado, geralmente longo, alterações estas que podem ser notadas pelos pais.

Uma vez que entre as causas mais frequentes de infertilidade está o fator ovulatório e a SOP é a mais comum, conclui-se que o diagnóstico precoce pode evitar as complicações, entre elas a infertilidade. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será a cura ou o equilíbrio da doença.

A Síndrome dos Ovários Policísticos deve ser diagnosticada e tratada já na adolescência devido às complicações reprodutivas, metabólicas e oncológicas que podem estar associadas a ela. O melhor tratamento preventivo é uma dieta alimentar equilibrada e um estilo de vida saudável.

Em resumo:

A todas as mulheres:

• Estejam atentas a diagnósticos de síndrome dos ovários policísticos e obesidade na família;

• Controlem e mantenham seu peso dentro dos padrões recomendados para sua estatura e constituição física;

• Pratiquem esportes ou outras atividades físicas;

• Tenham uma dieta equilibrada e saudável;

•Em caso de dúvidas procurem um médico especialista.

acesse também: www.guiasop.com.br

http://www.ipgo.com.br/sindrome-dos-ovarios-policisticos-sop/

O que diz a Harvard Medical School

Metformina: agora ou mais tarde?

Publicado em: novembro de 2006

Perder peso é a maneira ideal de lidar com o diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença. Apenas gastando 10 libras ou mais geralmente trará níveis de açúcar no sangue de volta ao normal, saudável intervalo.

O problema é que, enquanto muitas pessoas podem permanecer saudáveis ​​o suficiente para perder alguns quilos - mesmo 10 ou mais - a maioria de nós não pode continuar assim. O peso perdido tem uma maneira de encontrar o caminho de volta para casa em torno de nossos meios.

As diretrizes da American Diabetes Association reconhecem que as pessoas têm dificuldade em manter o peso. "Intervenções de estilo de vida" para perder peso e ficar mais ativo são o primeiro passo em suas diretrizes. Mas a associação também diz que os novos pacientes devem começar a tomar metformina imediatamente porque as intervenções geralmente não funcionam a longo prazo. A metformina reduz os níveis de açúcar no sangue, diminuindo a produção de açúcar no fígado e aumentando a eficácia da insulina, o hormônio que acompanha o açúcar nas células. A resistência à insulina é uma das principais características do diabetes tipo 2. As células começam a rejeitar o hormônio, então o açúcar não tem para onde ir. Os níveis no sangue começam a subir.

A metformina é o medicamento de primeira linha por vários motivos. É eficaz, diminuindo os níveis de açúcar no sangue em cerca de 20%. As pessoas não ganham peso quando o tomam, em contraste com a insulina e as drogas sulfoniluréias (Diabeta, Micronase, Tolinase). E está disponível como genérico, por isso é relativamente barato. Os efeitos colaterais mais comuns são gastrointestinais (gosto metálico na boca, náusea, diarréia) e geralmente leves. Em cerca de um terço dos pacientes, o fármaco interfere com a absorção de vitamina B 12 , mas não tanto que provoca anemia.

Pessoas com insuficiência renal provavelmente não devem tomar metformina devido ao risco de acidose láctica, o acúmulo excessivo de ácido lático, um subproduto do metabolismo do açúcar. Os diabéticos são propensos a desenvolver problemas renais, por isso é importante que os médicos monitorem os níveis de creatinina, que são um indicador de quão bem os rins estão funcionando. Se os níveis começarem a subir, outra droga deve ser considerada.

Há alguma controvérsia sobre se estamos recorrendo a medicamentos como a metformina cedo demais. Os defensores dizem que eles estão sendo realistas sobre mudanças no estilo de vida e que esses medicamentos domam condições que são extremamente sérias se lhes for permitido progredir. Os críticos argumentam que não foi investido quase o suficiente na elaboração de maneiras de fazer os programas de dieta e exercícios funcionarem, especialmente em contraste com os bilhões gastos em pesquisa farmacêutica.

Em qualquer caso, as diretrizes não devem suspender todo o pensamento. Se você foi diagnosticado com diabetes, não há nada errado - e muito certo - em conversar com seu médico sobre a primeira tentativa de um programa de perda de peso e exercício sem metformina. Se você seguir esse caminho, muitas vezes ajudará a ter um nutricionista envolvido. Mas você também deve ficar de olho no prêmio: colocar seu açúcar no sangue sob controle. O objetivo básico é um nível de hemoglobina glicosilada (HbA1c) abaixo de 7%. Se você precisar de metformina para alcançá-lo, pare de brincar e tome o remédio. Você deve começar com uma dose baixa (500 mg) e aumentar gradualmente a quantidade ao longo de alguns meses.

https://www.health.harvard.edu/newsletter_article/Metformin_Now_or_later