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25/11/2017
Iluminação artificial aumenta o risco de câncer e depressão

A poluição luminosa gerada pelo aumento da iluminação noturna atrapalha o ritmo circadiano e pode gerar consequências negativas para a saúde.

Luzes de trânsito
Entre 2012 e 2016, a iluminação artificial no mundo aumentou em um ritmo de 2,2% ao ano, principalmente em países da América do Sul, África e Ásia.

Embora a luz de LED tenha suas vantagens no consumo de energia, sua popularidade tem gerado o aumento da poluição luminosa impactando diretamente os hábitos e a saúde de humanos e animais. De acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico científico Science Advances, o excesso de luz noturna pode confundir nosso ritmo circadiano, aumentando o risco de câncer, diabetes e depressão.

Luz noturna

A partir de imagens feitas pelo radiômetro VIIRS, montado em um satélite da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos, que mostram os pontos de luz durante a noite na Terra, os cientistas concluíram que entre 2012 e 2016, a iluminação artificial no mundo aumentou em um ritmo de 2,2% ao ano.

Segundo os pesquisadores, esse excesso de luz artificial confunde o ritmo circadiano (relógio biológico interno), aumentando os riscos de câncer, diabetes e depressão. Isso pode estar associado, por exemplo, à interrupção da produção de hormônios que regulam o sono e o humor.

Nos animais, esses efeitos podem ser ainda mais drásticos, atraindo insetos e confundindo hábitos migratórios de aves e tartarugas marinhas, por exemplo.

Excesso

Para Christopher Kyba, físico do Centro Alemão de Pesquisa de Geociências e principal autor do estudo, o problema não é a luz de LED em si, mas o aumento crescente de instalações causadas pelas vantagens do produto. “Iluminamos coisas que não iluminávamos antes, como uma ciclovia em um parque ou uma estrada que leva aos arredores da cidade. Todos esses novos usos da luz compensam, até certo ponto, as economias que tivemos.”

O aumento da iluminação ocorreu principalmente na América do Sul, África e Ásia. Enquanto isso, algumas das zonas mais iluminadas do mundo, como Itália, Holanda, Espanha e Estados Unidos, permaneceram estáveis.

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