A matemática é simples: o cheiro fétido da carne em decomposição constante que cobre estes ossos é problema e fedor de cada um.
Se seus gases não tem odor de rosas, subtrai, abstrai, minimiza sua existência protuberante ao calabouço de seu banheiro e se faça de morto.
Dizem que peido e filho cada um aguenta os seus. E é verdade!
Tola ilusão que o companheirismo (já discordando da definição caótica desta palavra) não se esmera para tolerar o que surge nas entrelinhas da mente desorientada mas alheia!
“Mas alheia” porque se não diz respeito a seu cérebro carrancudo, e aqui relevando a plano máximo a insignificância das palavras “consideração ao próximo”, então está fora de seu gatilho de certeiras e ilusória vontade de compreender, ajudar, dividir, somar, multiplicar e fazer a história que não é cântico de sua história.
A verdade é que se esconde, (como segredo abastado de ridícula presunção de esconderijo secreto) a fala, quase absoluta, de que vivemos acompanhados, pelos ditos “outros seres ” - mentira escandalosa da história contada pela e sobre a humanidade.
Viver acompanhado não significa estar ao lado de seu camarada mais próximo, e sim, estar em conexão com um mundo inteiro, significa caminhar como um todo e mesmo fazendo seu papel de minúscula formiga, ser valente de lutar por um mundo de vidas entrecruzadas.
Não são os atos heroicos que nos fazem comunitários, solidários, e sim aqueles pequenos que brotam da sensibilidade e liberalidade em ser menos “eu” e mais “por um todo”!
Um “todo” sem distinção de raça, cor, sexo, status social, profissão. Um nós humanizado!
Guerras?
Brigas?
Por que delimitar com tanta soberba territórios, sejam físicos ou não?
Por que a sua grama é mais bonita que a do vizinho (ainda que o ditado seja ao revés!)?
Simples, porque diminuímos, caímos fora, já que estamos por excelência atracados na egolatria.
Aturamos, aguentamos, suportamos mas desaparecemos quando a necessidade é maior que estas três palavras.
Preferimos a discórdia e preterimos a compreensão.
Compreensão , não significa aceitação mas o ensaio de um préstito em aguda compaixão por um pronome no plural.
A sociedade, no seu seio mais distorcido não esta preparada para viver esta comunhão humanitária.
Estamos desprovidos por selvageria contida, de consciência e amor coletivo
Este papo de amor coletivo! Que brega!
Brega é viver neste raquitismo constante e permitir uma vida na pequenez de um minúsculo mundo formado pela massa encefálica cinzenta e pouco utilizada de um individuo. Aqui um mesmo. Só o “eu”, sem tu, ele, nós, vós, eles.
Mentes pragmáticas com pensamentos amordaçados na desconfiança e fartos. Assim seguimos.
Fartos: de falta de piedade, compromisso, solidariedade, sensibilidade e uma enxurrada de “ades”.
Benditas Madres Therezas de Calcutá!
Exceções inverossímeis num planeta decadente.
Aturamos nada mais, e já é demais!
Humanos tão desumanos.
Mudaremos então a gramática mitológica para pré-humanos.
Entreolhar-se é o que urge na retina distorcida. Somar, agregar, multiplicar.
DANIELE DE CASSIA ROTUNDO