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02/05/2017
Ateus e não ateus

Antigamente os seres humanos tinham seus deuses, se os temiam ou não, eles praticavam sacrifícios para acalmá-los ou para agradá-los. Trata-se aqui dos tempos de quando suas divindades eram o Deus trovão, o Deus raio, o Deus tempestade, a Deusa da fartura e etc. Hoje sabemos que tais deduções deles não eram confiáveis. Tais deuses eram apenas manifestações das forças comuns da natureza. Muito tempo transcorreu e o homem destes tempos progrediu intelectualmente, filosoficamente, materialmente e tecnologicamente. Atualmente suas deduções sobre divindades são confiáveis? Deveriam ser. Mas, o homem, essa criatura superior que exerce domínio sobre todas as outras criaturas, possuidor de raciocínio “invejável”, não nos tem decepcionado com suas deduções ou conclusões erradas, falsas? Voltando a fatos do passado, Papa, cardeais e bispos da religião católica não haviam deduzido que a terra era o centro do universo e que o sol girava em torno dela? Contrariando-os, Giordano Bruno, um frade dominicano italiano, ele acreditava que era a terra que girava em torno do sol. Isso destronava a idéia de que a terra era o centro do universo. Por isso e por outras discórdias Giordano foi considerado herege para a “inquisição católica” o enviar para a fogueira no ano de 1600.

 

As deduções dos “religiosos” estavam erradas. Certas estavam as do Giordano Bruno conforme comprovadas posteriormente. Então, naquela época “os senhores da situação” não eram confiáveis, embora acreditassem que com a inquisição agradavam a Deus e protegiam a religião deles. Foram muitas as guerras religiosas que existiram e, como hoje se sabe pela mídia que ao mundo tudo informa, elas ainda existem. Antigamente as igrejas eram tidas como sendo sagradas. Hoje não! Até são explodidas matando fiéis a Deus, sejam adultos ou crianças, enquanto estejam rezando pra Ele. Existem muitas religiões que são confiáveis apenas para quem obtenha lucro com elas. Sejam de qualquer religião, homens não confiáveis por causa de suas deduções deturpadas e improváveis, eles foram e são responsáveis pelo de agora, maior número de ateus existentes e declarados.

 

Os ateus são mais livres do que os religiosos crentes a Deus. Eles vivem sem se preocupar se existe ou não uma entidade divina oculta vigiando seus passos. Os ateus são mais destemidos, vivem sem qualquer proteção que possa vir do além. Eles não ficam desejando a outros que “fiquem com Deus, Deus te acompanhe, vá com Deus e etc. assim como é o costume dos religiosos. Sendo ateus, eles preferem dizer “vá com cuidado, passe bem, foi um prazer te rever, volte sempre e etc.” Também, pensando terem “os pés no chão”, eles não acreditam que alguém possa violar as leis universais, como por exemplo, a lei da gravidade. Não acreditam que alguém possa caminhar por sobre as águas e não afundar. Para os ateus muitas histórias religiosas são apenas mitos ou lendas. Mas, para muitos dos religiosos, tais histórias não são mitos e sim fatos verídicos. O “inconsciente coletivo”, conceito criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung sugere como os mitos repercutem entre todos os seres humanos. É como se eles “estivessem contidos no ar ou no espaço de qualquer lugar” de onde, inconscientes, os seres humanos mentalmente os absorvem e assim eles se espalham entre o povo. O conceito de Deus seria a mais forte presença contida nesse inconsciente coletivo e por isso a “noção” de Sua existência se faz surgir na mente de qualquer pessoa como se tivesse originado nela mesma.

 

Para os não ateus, as desgraças, as catástrofes e todos os sofrimentos que abalam a humanidade, nada disso lhes abalam a fé mesmo que Deus não tenha demonstrado sua existência e poder para impedir os acontecimentos tristes e lamentáveis. Mesmo sendo vítima diante de acontecimentos trágicos, aqueles que jamais abandonam a fé ficam a dizer “foi mesmo um milagre de Deus eu não ter morrido também, perdi tudo o que tinha e agora estou nas mãos de Deus” e etc. Parece que os ateus refletem mais sobre a vida, sobre o que pode ser real ou irreal, e, por isso desacreditem das verdades, aquelas acreditadas pelos não ateus persuadidos pela fé.

“Acreditar é mais fácil do que pensar. Daí existirem muito mais crentes do que pensadores” (Bruce Calver). Eu já falei pra Deus que sou ateu e Ele nem se importou com isso (risos).

 

Altino Olympio