Sempre estivemos acreditando que o mundo externo realça mais a realidade do que o nosso mundo interno, que, é subjetivo e não é palpável. Entretanto, a realidade dele (subjetiva) é atuar por dentro, no interior da constituição física do corpo. A finalidade do nosso mundo interno é ter a capacidade de se conscientizar pelo mundo que nos rodeia e interagir com ele. É ele que abriga a consciência... Sem ela e sem ele o mundo externo não existiria. Diz-se que o que desejamos, visualizamos e mentalmente criamos no nosso interior irá se realizar externamente. Mas, não é bem assim. Se isso fosse uma realidade indubitável, todos os que praticassem a técnica da concentração na visualização de um desejo veriam ele se materializar. Quantos e quantos muito se dedicaram a esse intuito e falharam e por fim acabaram desistindo. As instituições ou os cursos existentes para desenvolver essa prática mental, insistem em convencer que tal prática é eficaz, bastando apenas perseverar nesse intento.
Tudo o que é exterior é levado ao nosso saber, ao nosso decifrar, pelo nosso eu interior, isto é, ao cérebro. Nossos sentidos objetivos, visão, audição, tato, paladar e olfato, nada mais são do que intermediários dele. Quando um desses sentidos está atuando para alguma recepção externa, existe uma área que lhe é correspondente sendo ativada no cérebro. Experiências científicas demonstraram que uma pessoa conectada a aparelhos sensíveis, ao olhar para determinado objeto, certa área do cérebro será ativada. Se a pessoa fechar os olhos e imaginar estar vendo o mesmo objeto, a mesma área do cérebro se ativará como se estivesse vendo o objeto. Interessante! Disso surgiram perguntas para os cientistas: Quem vê o objeto, o cérebro ou os olhos? E a realidade é o que vemos com o nosso cérebro ou é o que vemos com os nossos olhos? Se os nossos cinco sentidos objetivos são apenas intermediários, então... Os olhos vêem o objeto, mas, não são eles que o identificam.
A noção da realidade está ligada à consciência humana e à sua capacidade de percepção. No entanto, ela não é percebida igualmente por todos, ela varia de acordo com o condicionamento, conhecimento de cada um, sua instrução, crença e etc. Os seres humanos não são uníssonos em suas interpretações do que é a realidade. Se fossem não existiriam tantas teorias sobre ela. Considerada como sendo sinônimo de verdade, então, como muitos mentem, eles vivem fora da realidade (risos). Fala-se também da “realidade de cada um”, isso, significando também a discordância ou o desentender entre juízes de uma corte suprema quando julgam uma pessoa ou várias pessoas envolvidas em práticas ilícitas. Não é incomum o fato de alguns deles, pelo que argumentam contra ou a favor dos envolvidos, se demonstrarem como estando “sem querer” violando a realidade. Esta é só uma das realidades que fazem parte da sociedade.
Altino Olympio