Versão para impressão

01/04/2017
Plantas medicinais

O uso de plantas para tratar doenças é tão antigo quanto a história da humanidade, mas saber conservar e usar cada tipo é fundamental para garantir que o remédio funcione. Antes de tudo, apague a crença de que tudo que é natural não faz mal. “As plantas necessitam de recursos químicos para se defender, como alguns alcaloides, que, por serem amargos e tóxicos, afastam predadores, ou óleos essenciais, que atraem aves para a polinização”, exemplifica a farmacêutica Ivana Suffredini, da Universidade Paulista, na capital. “Assim como algumas dessas substâncias podem atuar positivamente no organismo humano, outras provocam sérios danos”, alerta.

Outra confusão que precisa ser desfeita é usar os termos plantas medicinais e fitoterápicos como sinônimos. “Fitoterápicos são remédios, que passam por uma rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos, com uma concentração de ativos padronizada, o que nem sempre ocorre com as folhas para o preparo de chás”, diferencia a geriatra especializada em fitomedicina Rita Ferrari, de São Paulo.

Não quer dizer que a população tenha de abandonar as infusões, respeitando-se algumas medidas de cautela. Confira a seleção que fizemos com base no livro “Guia de plantas medicinais de A a Z: 76 espécies aprovadas pela ciência”.

1. Agrião

Verdura de sabor ligeiramente amargo e bem popular na mesa brasileira. O agrião é um excelente anti-inflamatório das vias respiratórias, muito indicado nas bronquites crônicas. Ele também age contra um mal bem moderno: a nicotina - ainda que, claro, nenhuma planta apague de vez os seus estragos.

Nome científico: Nasturtium officinalis

Nomes populares: Agrião d´água, agrião-aquático, agrião-do-rio

Fins medicinais: Diurético, anti-inflamatório, pode ser usado para tratar aftas, gengivites, acne e eczemas, ajuda melhorar a digestão e tratar a tosse.

Como usar: A simples digestão do agrião libera substâncias expectorantes que ajudam a limpar as vias respiratórias. Pode ser consumido em saladas, batido em sucos ou tomado em chás ( 1 colher de sopa de folhas secas para uma xícara de chá de água fervente, três vezes ao dia)

Atenção! Por ser abortiva, a infusão de agrião não deve ser consumida por grávidas. Além disso, o excesso costuma irritar a mucosa do estômago e as vias urinárias. Não deve ser ingerido por quem tem úlceras e doenças renais inflamatórias

2. Alfazema

Desde a Antiguidade, a planta era usada em banhos de imersão de gregos e romanos. Isso provavelmente porque suas flores têm um delicado aroma calmante. Seu óleo essencial carrega mais de 150 compostos que respondem por seus bons efeitos, que vão desde o combate à insônia até falta de apetite. Hoje sabe-se que a alfazema também é eficaz contra cistite, inflamação na bexiga comum em mulheres.

Nome científico: Lavandula spp

Nomes populares: Lavanda, lavândula

Fins medicinais: Suas folhas são usadas em remédios contra conjuntivite e as flores funcionam contra tosse, bronquite, queimaduras e enxaqueca.

Como usar: Misture 100 mililitros de óleo de amêndoa com 40 gotas de essência de alfazema. Use esse óleo para massagear o corpo - uma boa ideia é aplicá-lo antes de dormir.

Atenção! Em excesso, o chá de alfazema irrita bastante o estômago. E há pessoas com alergia ao seu óleo essencial. Mais: a planta não deve ser confundida com a alfazema-do-brasil ou erva-santa.

3. Alcaçuz

Planta fortemente adocicada conhecida há mais de três mil anos na Europa e na Ásia. Com seu sabor cerca de 15 vezes mais doce do que a cana, ela é usada há milênios tanto para combater aquela coceirinha na garganta que acompanha uma crise de tosse quanto pelos efeitos contra úlceras gástricas.

Nome científico: Glycyrrhiza glabra

Nomes populares: Alcaçuz-da-europa, madeira-doce, licorice, raiz-doce

Fins medicinais: É usado contra problemas pulmonares, como tosses, por ser anti-séptico e anti-inflamatório. Para completar, pesquisas sugerem sua aplicação nos casos de reações alérgicas, bronquite e artrite.

Como usar: Use 3 gramas (1 ½ colher de sopa) da raiz seca do alcaçuz, cortada em pedaços pequenos. Esquente água para 1 xícara de chá. Desligue o fogo antes de atingir a fervura. Deixe a raiz na água durante 15 minutos. Faça essa decocção 2 vezes ao dia e beba antes das refeições.

Atenção! A dose máxima de alcaçuz é de 6 g ao dia - ou corre-se o risco de a pressão sanguínea subir. A espécie é proibida para quem tem problemas cardíacos, é hipertenso ou gestante.

4. Alecrim

Na Grécia antiga, ele era erva para toda obra -- de cosméticos a incensos, passando por enfeite de coroas. Rico em óleos essenciais como limoneno e cânfora, hoje seu uso medicinal mais comum é em compressas para aliviar contusões e hematomas. Diminui as dores provocadas por doenças reumáticas e articulares.

Nome científico: Rosmarinus officinalis

Nomes populares: Alecrim, alecrim-da-horta, alecrim-de-cheiro, rosmarino, erva-da-graça, libanotis

Fins medicinais: Há indícios de que seus princípios ativos combateriam enxaquecas, para lapsos de memória e baixa de imunidade, diminui dores reumáticas e articulares.

Como usar:Dilua 1 colher de café de óleo essencial de alecrim em 1 xícara de azeite de oliva. Esfregue, então, o óleo na região dolorida com massagens suaves.

Atenção! Em pessoas sensíveis, pode irritar a pele quando usado topicamente. Seu óleo jamais deve ser engolido e, em altas dosagens, é abortivo. Quem é epilético não pode usar a erva, principalmente no difusor..

5. Alho

O alho é tiro-e-queda contra o colesterol alto, atua como expectorante e antisséptico e, de quebra, é capaz de aumentar a imunidade e aliviar problemas circulatórios. Está lotado de vitaminas como A, B1, B2 e C, além de minerais como enxofre e iodo. Quando o bulbo é triturado, um de seus compostos, o aminoácido aliína, acaba resultando na produção da alicina, substância que dá o cheiro característico e que, acredita-se, seja uma das maiores responsáveis pelos seus propagados poderes.

Nome científico: Allium sativum

Nomes populares: Alho-comum, alho-da-horta, alho-manso

Fins medicinais: Pesquisas recentes sugerem um pontencial anticancerígeno, desde que consumido sempre cru.

Como usar: Para controlar o colesterol e ajudar na expectoração, faça uma maceração com 1 colher de café (0,5 g) de alho em 30 ml de água. Tome 1 cálice desse preparado duas vezes ao dia, antes das refeições.

Atenção! Há pessoas que podem ser alérgicas ao alho. Ele também não deve ser usado por quem sofre de gastrite, úlcera, pressão baixa ou hipoglicemia. Se for fazer uma cirurgia, não use nos dez dias anteriores porque isso favoreceria hemorragias indesejáveis. Pelo mesmo motivo, não serve para quem já faz uso de anticoagulantes.

6. Arnica

É raro encontrar quem nunca ouviu falar da famosa pomadinha de arnica para tratar um machucado, principalmente aqueles que deixam belas manchas roxas. A fama remonta os tempos das nossas avós e já ganhou comprovação científica: a arnica funciona mesmo como um santo remédio nesses casos. Quem responde por seus benefícios é uma substância chamada quercetina, responsável por aumentar a resistência dos vasos e a irrigação sanguínea. Por isso o coágulo vai sendo removido, apagando a mancha roxa. Já inolina, componente que faz dupla com a quercetina, alivia a dor.

Nome científico: Arnica Montana

Nomes populares: Arnica

Fins medicinais: Também é usada em para tratar problemas de pele como acne e furunculose. E ajuda a aliviar dores reumáticas, gota e tendinites.

Como usar: Para tratar contusões, faça a seguinte tintura, que pode durar até um ano, se for armazenada corretamente: respeite a proporção de 1 parte de arnica fresca, 5 partes de álcool de cereais (encontrado em farmácias) e 5 partes de água. Pique a planta e misture-a com os outros ingredientes. Deixe descansar por pelo menos 15 dias antes de usar. Deve ser diluída a 10% para uso em compressas.

Atenção! A planta tem compostos tóxicos e, por isso, sua tintura não deve ser ingerida de jeito nenhum, nem se fazem chás com suas folhas e flores. Também não pode ser aplicada sobre feridas abertas. Seus efeitos colaterais incluem vômitos, aumento da pressão arterial e aborto. Grávidas e mulheres que amamentam não podem usá-la.Além disso, a arnica potencializa sangramentos, especialmente se a pessoa toma remédios anticoagulantes. Nunca a use com outras ervas: a mistura pode alterar a função das plaquetas.

7. Babosa

A famosa Aloe vera entra na composição de vários xampus e cremes feitos com a polpa branca de suas folhas. Tudo graças a uma dupla de princípios ativos, aloeferon e antraquinona. Enquanto o primeiro age na multiplicação celular e acelera a cicatrização, o outro funciona como antisséptico. Em alguns casos, é justamente essa propriedade que evita a queda de cabelos. Ela também ajuda na cicatrização de feridas.

Nome científico: Aloe vera

Nomes populares: Babosa

Fins medicinais: A babosa também tem sido usada no combate à caspa, aos piolhos e às lêndeas. Há testes sobre seus efeitos no tratamento de inflamações e queimaduras.

Como usar: Esfregue folhas de babosa cozidas no couro cabeludo. Deixe agir durante 15 minutos e enxágue. Outra opção é cortar as folhas pela base deixando escoar o sumo gosmento. Passe-o então nos fios. E saiba: ele dura apenas 2 dias na geladeira

Atenção! A babosa nunca deve ser ingerida. Ela tem resinas que irritam o estômago e o intestino, podendo causar cólicas, hemorragias e nefrites. Além disso, parece ser tóxica ao fígado.

8. Boldo-do-chile

A boldina, principal componente da planta, estimula a secreção de bile, substância produzida pelo fígado que age na quebra das gorduras. Por isso a erva melhora a digestão e, indiretamente, as funções hepáticas. No entanto, suas folhas não podem ser aquecidas por muito tempo. Se a idéia é dar uma força à digestão, prefira batê-las com um copo de água e beber na mesma hora. Curiosidade: no Chile, o fruto dessa espécie também é consumido como alimento. E, por aqui, tome cuidado: não confunda a espécie com uma versão bem brasileira e facilmente encontrada em hortas e jardins, o chamado falso-boldo (Plectranthus barbatus).

Nome científico: Peumus boldus

Nomes populares: Boldo-do-chile, Boldo-verdadeiro

Fins medicinais: O boldo-do-chile também age como anti-inflamatório inibindo a síntese de prostaglandinas, substâncias envolvidas no processo de uma inflamação.

Como usar:Para prevenir pedras na vesícula coloque em 1 xícara de água fervente, ponha 1 colher de sobremesa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e beba sem perder tempo.

Atenção! Nada de usar o boldo-do-chile a torto e a direito. Tome somente em casos isolados de mal-estar porque o excesso, em vez de fazer bem, causa intoxicação hepática. A planta também está vetada a grávidas e pessoas com asma, distúrbios renais e problemas do fígado.

9. Calêndula

De sabor amargo e perfume suave, a famosa mal-me-quer é um bom cicatrizante. Soldados da guerra civil americana, no século 19, usavam a planta para tratar feridas nos combatentes. Hoje seus benefícios à pele são bem conhecidos e ela é largamente empregada na indústria cosmética. A tintura alivia sintomas de traumatismos e pomadas e compressas à base de calêndula ajudam a tratar furúnculos e varizes. Seus efeitos não param por aí: ela também serve para regular a menstruação e amenizar cólicas.

Nome científico: Calendula officinalis

Nomes populares: Mal-me-quer, margarida-dourada, maravilha-dos-jardins

Fins medicinais: É usada para tratar fungos, acne e escaras, ajuda a prevenir assaduras em crianças e pode aliviar queimaduras leves, inclusive as de sol.

Como usar: Para cólicas menstruais, coloque em 1 xícara de chá de água fervente, coloque 1 colher de sobremesa das flores de calêndula. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 2 xícaras do preparado diariamente nos oito dias anteriores à menstruação.

10. Camomila

Uma das plantas mais usadas popularmente, ela tem presença garantida na grande maioria das chaleiras. Tanto que é um dos chás considerados mais seguros. A erva é muito usada para acalmar cólicas e como anti-inflamatória, graças ao camazuleno, óleo essencial com propriedades anti-inflamatórias. Suas flores são lotadas de substâncias emolientes, que ajudam a manter a hidratação da pele. Por isso a camomila é muito usada na indústria de cosméticos em sabonetes, colônias e xampus.

Nome científico: Matricaria chamomilla

Nomes populares: Camomila-vulgar, camomila-comum

Fins medicinais: É usada com tônico digestivo, facilita a eliminação de gases e estimula o apetite. A infusão concentrada pode ser usada em bochechos para tratar inflamação das gengivas. Também alivia dores musculares, na coluna e ciáticas.

Como usar: Para aliviar irritações de pele use 6 colheres de sopa de flores frescas de camomila para preparar uma infusão com 1 litro de água. Aplique o líquido em compressas sobre a área afetada.

Atenção! Algumas pessoas têm alergia à erva. E o excesso sempre pode causar mal-estar, enjoo e vômitos. Deve ser evitada por grávidas e por quem estiver tomando remédios anticoagulantes

11. Canela

A casca marrom do tronco da canela que chegou a ser a especiaria mais procurada na Europa no século 16. Muito empregada na culinária e até na indústria cosmética -- em perfumes e sabonetes --_, ela também é usada como remédio. Há quatro mil anos, na China, já era empregada para tratar problemas gastrointestinais e cólicas menstruais. O óleo essencial, rico em cinamaldeído, age também contra vários micro-organismos e fungos. E, de quebra, inibe moléculas envolvidas no processo inflamatório.

Nome científico: Cinnamomum verum

Nomes populares: Aneleira, caneleira-da-índia, caneleira-de-ceilão, cinamomo, pau-canela

Fins medicinais: Contra gases e má digestão.

Como usar: Faça uma decocção com a casca desidratada usando 1 colher de café para cada xícara de água.

Atenção! Em indivíduos sensíveis, a canela pode despertar reações alérgicas.

12. Capim-limão

Na culinária tailandesa, essa erva de origem asiática aparece como condimento. Mas na América do Sul é uma das plantas mais usadas na medicina popular, tanto como analgésico quanto para tratar problemas gastrointestinais. Ela ainda é ingerida como um sedativo bem leve. O capim-limão também é conhecido como falsa erva-cidreira: apesar de serem duas plantas de aparência bem diferente, acabam sendo confundidas, talvez por causa do forte cheiro cítrico de ambas.

Nome científico: Cymbopogon citratus

Nomes populares: Capim-catinga, capim-cheiroso, capim-cidreira, campim-de-cheiro, sidró, vervena

Fins medicinais: O chá de capim-limão também é indicado para ajudar no trabalho estomacal, para expulsar gases, além de ser ligeiramente analgésico e anti-reumático.

Como usar: Para diminuir a ansiedade, coloque em 1 xícara de chá de água fervente, coloque 1 colher de sopa de folhas frescas picadas. Se quiser, acrescente gotas de limão e adoce com mel.

Atenção! Em geral é seguro, mas não deve ser usado na gravidez nem para dores abdominais de causa desconhecida.

13. Carqueja

Extremamente popular no Brasil, ao que parece ela teria sido introduzida aqui pelos escravos africanos. A planta é uma boa pedida quando aquela refeição pesada cai mal e o estômago parece de chumbo: sabe-se que seus óleos essenciais, como o carquejol, atuam nas células hepáticas aumentando a produção da bile. A carqueja também está lotada de componentes amargos, o que também favorece o trabalho do fígado e a digestão. Ela tem ainda um efeito diurético, ajudando a eliminar toxinas.

Nome científico:Baccharis genistelloides

Nomes populares: Carqueja-amargosa, amargosa, vassoura, bacanta, carque

Fins medicinais: A carqueja reduz as taxas de açúcar no sangue e tem propriedades anti-úlcera e anti-inflamatórias, o que ajuda no tratamento de artrites.

Como usar: Para auxiliar na digestão, prepare um chá com 1 colher de sopa da erva para cada xícara de água e tome até 3 vezes ao dia.

Atenção! Estudos não apontam toxicidade renal ou hepática, mas há risco de queda na pressão arterial. Por isso não deve ser usada por quem tem problemas de pressão baixa ou toma remédios contra a hipertensão. Também é contraindicada em casos de diarreia crônica. Por falta de estudos conclusivos, grávidas devem evitá-la, principalmente no primeiro trimestre.

14. Cáscara-sagrada

Nativa do oeste dos Estados Unidos, essa planta era muito utilizada pelos indígenas americanos. Mas foram os colonizadores espanhóis que a batizaram com esse nome. Bem conhecida e bastante indicada nos casos de prisão de ventre, hoje ela está presente em muitas das perigosas formulações para emagrecer - dessas, você deve fugir. No Brasil, é mais fácil encontrá-la na forma de extrato, em casas de produtos naturais.

Nome científico: Rhamnus purshiana

Nomes populares: Não há registros

Fins medicinais: A planta também serve como tônico digestivo. Mas não pode ser usada imediatamente após a colheita. É preciso um processo de envelhecimento de pelo menos um ano, ou ficar na estufa a 100 graus Celsius por, no mínimo, uma hora. Daí a importância de só comprá-la em lojas especializadas.

Como usar: Para regular o intestino, coloque em 1 garrafa de vinho branco ponha 5 colheres de sopa do pó da cascas da cáscara-sagrada. Deixe macerar por 10 dias e coe. Tome 1 cálice antes de deitar, até o intestino voltar a funcionar direito. Aí interrompa imediatamente o uso.

Atenção!A cáscara não pode ser tomada por mais do que alguns pouquíssimos dias. O uso contínuo prejudica terminações nervosas do intestino, que deixa de funcionar sozinho. Grávidas, mulheres que amamentam, portadores de doenças inflamatórias intestinais ou dores abdominais de origem desconhecida não devem usá-la. O uso prolongado também pode levar à perda de potássio, que potencializa arritmias cardíacas. Aliás, não deve ser ingerida por quem toma medicamentos para o coração e anti-inflamatórios como a indometacina.

15. Coentro

Esse tempero que empresta seu sabor forte a comidas tipicamente nordestinas, como o vatapá, foi trazido da África pelos escravos. Depois se tornou popular em todo o país, principalmente na Bahia. Mas, ao mesmo tempo que serve para condimentar pratos da nossa culinária, alguns nem tão leves, ele facilita a digestão e alivia cólicas estomacais. Tudo graças às suas mucilagens, substâncias capazes de proteger a mucosa do estômago e do intestino.

Nome científico: Coriandum sativum

Nomes populares: Não Há registros

Fins medicinais: O coentro é apontado como um remédio contra a ansiedade.

Como usar: Para combater gases e cólicas faça uma tintura com 1 colher de sopa de sementes de coentro secas em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 60%, que pode ser encontrado em farmácias. Deixe macerar por 5 dias e coe a mistura. Dilua 20 gotas em 1 copo de água e beba.

Atenção!As folhas usadas como tempero são tóxicas se consumidas em grandes quantidades - o que seria necessário para obter um efeito medicinal. Por isso, para aliviar problemas digestivos, recomenda-se as sementes.

16. Confrei

Na década de 1980 seu chá era muito usado para combater úlceras e até mesmo ajudar no controle do diabete. Mas a planta caiu em desgraça após vários relatos de sérios efeitos colaterais. Isso porque ele é riquíssimo em alcaloides, que podem ser extremamente tóxicos ao fígado e até causar cirrose. A pecha de vilão ofuscou seus efeitos benéficos: rico em alantoína, composto que estimula a regeneração dos tecidos, o confrei é um excelente cicatrizante. Mas vale frisar que ele não deve ser ingerido de jeito nenhum -- o que, aliás, é proibido por lei. Só pode ser usado topicamente, em compressas.

Nome científico: Symphytum officinale

Nomes populares: Consólida, erva-do-cardeal, orelha-de-asno

Fins medicinais: Estimula a regeneração dos tecidos e é um ótimo cicatrizante.

Como usar: Para tratar hematomas, acrescente 1 colher de sopa das folhas picadas a 1 xícara de chá com água fervente. Tampe. Espere 10 minutos e coe. Embeba uma gaze com o líquido ainda morno e aplique na mancha roxa durante 30 minutos.

Atenção! As folhas do confrei devem estar bem verdes e frescas, mantidas em vidros devidamente fechados e longe da umidade. A espécie é contra-indicada para gestantes e crianças. Além disso, não é aconselhável usá-la por mais de 10 dias consecutivos.

17. Cravo-da-índia

Foram os chineses os primeiros a usar a famosa especiaria, tanto como condimento quanto na medicina, séculos antes de Cristo. Por seu aroma, ela também entrava na composição de perfumes e incensos. No século 16 o cravo se tornou uma mercadoria extremamente valiosa e virou alvo de disputa entre portugueses e holandeses. Desembarcou no Brasil pelas mãos dos colonizadores. Até hoje seu óleo é usado na odontologia como analgésico e anti-séptico. Rico em eugenol, ele consegue deter a inflamação nas mucosas e combater inchaços.

Nome científico: Syzygium aromaticum

Nomes populares: Rosa-da-índia, craveiro-da-índia, cravoária

Fins medicinais: Parece ter uma ação anticoagulante pois inibe a agregação das plaquetas.

Como usar: Para prevenir gengivites, faça um antisséptico bucal: adicione 1 xícara de chá de água fervente sobre 1 colher de sopa de cravos e deixe amornar por 10 minutos. Coe e faça bochechos enquanto ainda estiver morno, de duas a quatro vezes ao dia.

Atenção! Grávidas só devem consumir o cravo-da-índia em porções comumente usadas na alimentação, porque qualquer excesso é capaz de provocar contrações no útero. O óleo da planta nunca deve ser ingerido. Ele também pode irritar a pele.

18. Dente-de-leão

Suas folhas são amargas e suas flores amarelas podem ser utilizadas em saladas. Na China antiga, a planta era considerada um poderoso remédio para doenças nas mamas. Hoje ninguém discute que o chá da planta alivia distúrbios digestivos. Princípios ativos do dente-de-leão estimulam a produção da bile, que ajuda digerir gorduras. Além disso, a planta também está lotada de betacaroteno, fibras e sais minerais.

Nome científico:Taraxacum officinale

Nomes populares: Alface-de-cão, Soprão, Amargosa, Amor-dos-homens, Coroa-de-monge, Taraxaco

Fins medicinais: A espécie age como diurético e laxante suave, além de abrir o apetite.

Como usar: Para distúrbios digestivos faça uma decocção usando 3 a 4 colheres de chá da erva para cada xícara de água

Atenção! Grávidas, mores de 2 anos e quem sofre de cálculos na vesícula devem ficar longe dela. Pelo efeito diurético, cardíacos e quem sobre de hipertensão devem ter cautela. Podem ocorrer queda de pressão, náuseas, vômitos e reações alérgicas.

19. Erva-cidreira

Também chamada de melissa, esta é uma daquelas ervas que merecem atenção redobrada na hora da compra. Além de ser muito confundida o capim-limão ou com a melissa-bastarda, ela é conhecida popularmente por nomes muito diferentes. Seu chá é ótimo para combater cólicas e gases. Ele também ajuda a relaxar naqueles dias mais tensos, graças ao efeito calmante de seus óleos essenciais.

Nome científico: Melissa officinalis

Nomes populares: Melissa, chá-da-frança, cidrilha, citronela, erva-cidreira-europeia, cidreira-verdadeira, salva-do-brasil

Fins medicinais: Também é analgésico e antiespasmódico, além de funcionar topicamente (em extrato) contra herpes labial.

Como usar: Para tratar dores de cabeça e cólicas intestinais, coloque m 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sobremesa de folhas e ramos frescos. Adicione água fervente. Abafe, espere amornar e coe. Tome uma xícara de manhã e outra à noite.

20. Erva-doce

Conhecida desde os tempos dos antigos egípcios, seu sabor está presente em alimentos, licores, balas, sabonetes e cremes. Mas além de emprestar seu perfume a guloseimas e cosméticos, ela é um bom remédio contra gases e evita contrações dolorosas do estômago e intestino, as populares cólicas. Isso porque é rica em óleos essenciais que agem na musculatura abdominal. Suas sementes são facilmente encontradas nos supermercados.

Nome científico: Pimpinella anisum

Nomes populares: Anis, semente-de-anis, cuminho doce

Fins medicinais: Age contra cólicas infantis, gastrite nervosa, enxaquecas (especialmente as provocadas por problemas digestivos). Também é indicada como purificador do hálito.

Como usar: Para aliviar enjoos coloque 3 colheres de sopa da semente em 1 garrafa de vinho branco. Deixe descansar por dez dias e coe. Tome um cálice antes das principais refeições.

Atenção! O uso não tem contra-indicações desde que seja nas doses indicadas. Em altas dosagens, o óleo essencial pode provocar efeitos tóxicos. Grávidas não devem usá-lo.

21. Eucalipto

Ninguém discute que ele dá um verdadeiro respiro aos pulmões. O eucalipto tem componentes como o eucaliptol e o citronelol que deixam as secreções mais fluidas e fáceis de ser eliminadas. Seus taninos, por sua vez, reduzem a quantidade de muco. O eucaliptol também dilata os brônquios, facilitando a saída do catarro. Por tudo isso, as folhas dessa árvore perfumada servem de alívio para quem sofre de problemas respiratórios, como asma e bronquite. A inalação dos vapores da planta interfere nos vasos das mucosas do nariz, melhorando a respiração. E o óleo essencial parece barrar a reprodução da bactéria causadora de tuberculose.

Nome científico: Eucalyptus globulus

Nomes populares: Gomeiro-azul, mogno-branco, árvore-da-febre

Fins medicinais: O chá é usado para abaixar a febre e combater dores de ciática e gota. Também alivia dores do reumatismo e estimula as defesas. A planta serve como antisséptico e repelente de insetos.

Como usar: Para sinusite (inalação), jogue 1 litro de água fervente sobre 6 ou 8 folhas de eucalipto. Aspire o vapor 2 vezes ao dia.

Atenção! Nos casos de asma seca, pode ter efeito contrário, irritando mais e piorando o quadro alérgico. Em excesso, pode causar sonolência, vômitos, transtornos respiratórios e até perda de consciência. Grávidas, quem tem doenças inflamatórias ou hepáticas graves não podem usar. Crianças não devem fazer inalação nem usar o óleo essencial. A planta também interage com vários remédios, como antidiabéticos e drogas metabolizadas pelo fígado.

22. Guaco

Originária do Sul do Brasil, a planta era muito usada pelos índios para tratar picadas de cobra. Mas ficou famosa mesmo pelos efeitos contra males respiratórios, cada vez mais confirmados pela ciência. Aclamadas por aliviar sintomas de bronquite, asma e tosse, as folhas de guaco têm ação paliativa nos casos agudos de doenças respiratórias. Elas diminuem o processo inflamatório e têm ação antimicrobiana. Além disso, os compostos da planta _entre eles, a cumarina_ relaxam a musculatura do aparelho respiratório e dilatam os canais por onde passa o ar.

Nome científico:Mikania glomerata

Nomes populares: Erva-de-cobra, erva-das-serpentes, cipó-catinga, erva-de-cobra, coração-de-jesus e uaco

Fins medicinais: É usada como cicatrizante de úlceras, feridas e para tratar varizes, além de funcionar como emoliente em eczemas e coceiras

Como usar: Para acalmar o peito: despeje 1 xícara de chá de água fervente sobre 1 colher de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Tome duas vezes por dia.

Atenção! Não deve ser utilizado por mulheres com menstruação abundante porque aumenta o fluxo. Doses elevadas podem causar diarreias, mal-estar e vômitos. Não é indicado para grávidas, crianças menores de um ano, pessoas com distúrbios de coagulação ou doenças crônicas do fígado.

23. Guaraná

Os índios da Amazônia já conheciam as propriedades do guaraná. Hoje sabe-se que a ele é um poderoso tônico que age contra o estresse, capaz de melhorar as condições gerais do organismo. É rico em cafeína e teobromina, substâncias estimulantes que atuam no sistema nervoso central. As sementes também estão cheias de taninos, que, além de controlar a oleosidade da pele, conseguem neutralizar a ação nociva dos radicais livres.

Nome científico: Paulinia cupana

Nomes populares: Uaraná, cupana, naranazeiro, guaranaúva

Fins medicinais: Atenua perturbações gastrointestinais e cólicas e é ainda usado contra perda de memória e como analgésico.

Como usar: Para aumentar a disposição coloque 1 colher de chá de pó de guaraná em 1 copo de água filtrada e acrescente 1 colher de sopa de mel. Misture bem. Tome logo de manhã, em jejum.

Atenção! Deve ser evitado por crianças, portadores de distúrbios cardíacos e psíquicos como síndrome do pânico ou hiperatividade. Nunca consuma junto com outras bebidas ricas em cafeína.

24. Hortelã-pimenta

Conta um mito grego que a ninfa Minthe foi transformada em planta quando seu romance com o deus Plutão foi descoberto pela esposa traída. O amante não pode desfazer o encanto e, desconsolado, lhe deixou o aroma de presente. Picante e perfumada, essa erva muito usada como tempero tem duas virtudes principais: alivia cólicas digestivas e reduz inflamações nos brônquios. O mentol, um de seus componentes, destroi bolhas de gases e é capaz de dilatar brônquios - o que explica o alívio nas congestões nasais. Essa hortelã tem ainda flavonoides, substâncias estimulantes da vesícula biliar, e princípios amargos que melhoram o trabalho do estômago.

Nome científico: Mentha piperita

Nomes populares: Hortelã, hortelã-de-bala, hortelã-da-folha-miúda, menta-inglesa, hortelã-pimenta, hortelã-das-cozinhas

Fins medicinais: Também é usada para combater fadiga, problemas no fígado, gases e auxilia a digestão.

Como usar: Para ajudar na digestão faça um suco misturando 1 colher de chá rasa da erva em 1 copo de suco de laranja ou de abacaxi. Bata tudo no liquidicador ou faça um chá despejando 1 xícara de água fervente sobre 1 colher de sopa de folhas de hortelã-pimenta. Daí, abafe por 10 minutos e coe. Atenção: nunca ferva a água junto com a planta, pois isso faz seu óleo essencial evaporar.

Atenção! Exagerar na dose aumenta a acidez estomacal. A hortelã-pimenta é considerada totalmente contra-indicada para bebês, grávidas e mulheres que amamentam.

25. Jaborandi

O nome desta planta em tupi-guarani, yaboran-di, significa "planta que faz babar". Isso porque os índios já conheciam sua capacidade de estimular a sudorese e a salivação. O segredo do jaborandi está nas suas folhas e atende pelo nome de pilocarpina. Trata-se de uma substância que estimula a produção de secreções, entre elas as pulmonares?daí sua eliminação pelo organismo fica mais fácil. Por isso costuma ser usada como expectorante e até para combater inchaços.

Nome científico: Pilocarpus jaborandi

Nomes populares: Pilocarpo, jaborandi-de-pernambuco

Fins medicinais: É usado como tônico capilar e hidratante para a pele.

Como usar: Para aliviar a tosse faça uma infusão com 1 colher de sopa da erva seca em uma xícara de água.

Atenção! Não pode ser usado na gravidez, nem por quem sofre de broncoespasmos. Doses elevadas causam diarreia e vômitos.

26. Laranja-da-terra

O nome desta planta em tupi-guarani, yaboran-di, significa "planta que faz babar". Isso porque os índios já conheciam sua capacidade de estimular a sudorese e a salivação. O segredo do jaborandi está nas suas folhas e atende pelo nome de pilocarpina. Trata-se de uma substância que estimula a produção de secreções, entre elas as pulmonares?daí sua eliminação pelo organismo fica mais fácil. Por isso costuma ser usada como expectorante e até para combater inchaços.

Nome científico: Citrus aurantium

Nomes populares: laranja-azeda, laranja-amarga, laranja-cavalo, laranja-da-china

Fins medicinais: Efeito antimicrobiano e fungicida, ajuda a baixar colesetrol , estijmulante vascular.

Como usar: Contra a insônia e a ansiedade coloque 2 colheres de sopa das flores em 1 xícara de chá de água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Junte 1 colher de chá de mel e tome, de preferência, antes de dormir.

Atenção! Não manipule ou aplique na pele perto do sol. Ou a laranja-da-terra provocar manchas e queimaduras. Há relatos de efeitos colaterais com uso de suplementos contendo o extrato.

27. Louro

Na Grécia antiga, as folhas de louro eram símbolo de glória e imortalidade e coroavam os heróis olímpicos e poetas. Tanto que originaram a expressão "colher os louros da vitória". O símbolo também foi adotado pelos imperadores romanos. Árvore consagrada ao deus Apolo, acreditava-se que o hábito de mascar suas folhas abria a percepção a outras realidades. Atualmente é muito usada para garantir boa digestão, graças aos seus taninos e substâncias amargas. Também tem ação anti-séptica e calmante.

Nome científico: Laurus nobilis

Nomes populares: louro-comum, loureiro-dos-poetas, loureiro-de-apolo, loureiro-de-presunto

Fins medicinais: Age como relaxante muscular e alivia dores e contusões.

Como usar: Para acabar com gases e peso no estômago coloque em 1 xícara de chá 1 colher de sobremesa de folhas picadas e adicione água fervente. Abafe por dez minutos e coe. Tome antes das refeições.

Atenção! Não confundir com outros louros, nativos da América, como o louro-preto (Nectandra amara), o louro sassafrás-americano (Sassafras albidum) e o sassafrás-do-Brasil (Ocotea pretios)

28. Malva

 Na Itália renascentista era considerada um antídoto contra todos os males. Ela possui propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas que são muito eficazes no tratamento de problemas da região bucal. Suas folhas combatem inflamações graças às mucilagens e à antocianina, compostos com propriedades antissépticas. Também são ricas em camazuleno, um anti-inflamatório, e por isso seu chá é indicado para úlceras gástricas. Há muitos cremes dentais vendidos em farmácias e supermercados que têm a planta em sua composição.

Nome científico: Malva silvestris

Nomes populares: Malva-grande, malva-azul, malva-de-botica, malva-silvestre

Fins medicinais: É usada em compressas para problemas de pele, sendo um bom hidratante, além de compostos com propriedades antissépticas.

Como usar: Para tratar lesões na boca prepare uma infusão com 1 colher de sopa da erva fresca para 1 xícara de chá de água. Faça um gargarejo com o líquido. O mesmo chá pode ser ingerido para tratar infecções intestinais.

Atenção! Por falta de estudos, é prudente evitar seu uso durante a gravidez e por períodos prolongados.

29. Macela-do-campo

Nativa da América do Sul, ela é usada há centenas de anos pelos caboclos como digestiva e para aumentar a imunidade, entre outros fins. Muitos de seus usos já foram validados pela ciência. Testes em cobaias comprovaram seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. Ela também parece agir contra bactérias causadoras de disenteria. Sabe-se que seus óleos essenciais atuam como calmantes e ajudam a digestão. Os ácidos polifenólicos, por sua vez, dão uma força ao aparelho digestivo. Já o efeito contra inflamações é garantido pelos flavonóides. br />

Nome científico: Achyrocline satureoides

  Nomes populares: Losna-do-mato, camomila-nacional, alecrim-de-parede, macela-amarela, macelinha, marcela

Fins medicinais: Tem efeito relaxante muscular, sedativo suave e aumenta a imunidade.

Como usar: Para aliviar dores, coloque uma peneira sobre um recipiente com água fervente e estenda um pano sobre ela. Despeje ali cinco colheres de sopa da planta picada. Tampe e espere dez minutos. Aplique o pano recheado da erva no local dolorido e cubra-o com uma flanela. Deixe agir por duas horas, no mínimo.

Atenção! Cuidado, porque ela pode interagir com barbitúricos. Deve ser evitada por gestantes, pessoas com hipoglicemia e diabéticos. Não confundir com a losna (absinto).

30. Pata-de-vaca

Ela ajuda a controlar as taxas de glicose graças a compostos como os heterosídeos e os alcaloides. Já na década de 1940 estudos brasileiros mostravam que um simples chá da planta é capaz de ajudar a equilibrar os níveis do açúcar no sangue. Mas a erva é mais bem aproveitada pelos diabéticos que não dependem de insulina. Quem tem a doença do tipo 1 e, portanto, precisa do hormônio sintético, pode usá-la como um complemento ao tratamento medicamentoso. No entanto, para estabelecer corretamente a dosagem, é preciso estrito acompanhamento médico em qualquer caso.

Nome científico: Bauhinia forficata

Nomes populares: Casco-de-vaca, mororó, unha de boi, unha de vaca, unha-de-anta.

Fins medicinais: Tem ação diurética e alivia inchaços de origem circulatória. Suas cumarinas agem como anti-inflamatórios e protegem as paredes dos vasos.

Como usar:

Atenção! As partes da planta, cápsulas e tinturas devem ser usadas conforme dose indicada pelo médico, dependendo da taxa de glicose do paciente. Grávidas e quem tem hipoglicemia não podem tomá-la. Interage com remédios antidiabéticos e insulina. Pode haver aumento das evacuações e até diarreia.

31. Pimenta

A pimenta-do-reino (Piper nigrum), originária da Índia, foi uma das especiarias que os europeus buscavam quando, em vez de chegar ao Oriente, desembarcaram na América. Por aqui, em lugar dela, se depararam com outras espécies ardidas do gênero Capsicum, que também ganharam o nome de pimenta. No Brasil, uma das mais comuns é a dedo-de-moça. Quem responde pelo ardor é uma substância chamada de capsaicina. E esse sabor picante tem várias virtudes: facilita a digestão, alivia dores e alguns estudos sugerem até que acelera o metabolismo, dando uma mãozinha a quem quer perder peso.

Nome científico: Capsicum spp

Nomes populares: Pimenta, piripiri, malagueta, dedo-de-moça, cumari

Fins medicinais: É usada para acelerar o metabolismo e ajuda emagrecer

Como usar: Para melhorar a digestão consuma com freqüência e em doses bem moderadas (até 5 gramas diárias), ela estimula as funções do estômago.

Atenção! Vale o bom senso: tem gente que é muito sensível ao ardido da pimenta. Quem sofre de úlcera e gastrite, portanto, precisa evitá-la. Há quem diga que o uso excessivo provocaria hemorroidas.

32. Pitanga

Seu nome em tupi-guarani - pyrang -- significa vermelho. Usada pelos índios e depois pelos colonizadores, a espécie se espalhou chegando ao sul dos Estados Unidos e até mesmo a alguns países asiáticos. A frutinha está lotada de vitamina C. As folhas, por sua vez, têm vários efeitos terapêuticos, inclusive ação bactericida contra micro-organismos como o Staphylococcus aureous. Estudos sugerem ainda uma ação na prevenção do câncer.

Nome científico: Eugenia uniflora

Fins medicinais: É usada como calmante, anti-inflamatória e para aliviar bronquites

Como usar: Para problemas estomacais coloque 1 colher de sopa de folhas em uma xícara de água. Ferva durante 5 minutos e coe. Beba até 3 vezes ao dia

33. Rosa-mosqueta

Não se sabe ao certo a origem desta flor, mas suas propriedades cosméticas são bem conhecidas desde a Roma antiga. Na América, chegou primeiro no Chile pelas mãos dos colonizadores espanhóis e até hoje cresce nas encostas dos Andes. Fonte de vitamina C e carotenoides, e com óleo rico em ácidos graxos insaturados, é um excelente regenerador dos tecidos, melhorando a textura da pele. Já o ácido transretinoico é responsável pelos seus maiores méritos: diminuir cicatrizes e apagar alguns tipos de manchas. A substância acelera a recuperação dos tecidos ativando os fibroblastos, células que fabricam as fibras de sustentação da pele, como o colágeno.

Nome científico: Rosa canina

Nomes populares: Rosa canina, rosa-selvagem, rosa-de-cão, rosa-primitiva

Fins medicinais: A flor ajuda no tratamento de queimaduras e alterações na pele causadas pela radioterapia. No dia a dia, o óleo ajuda a prevenir a formação de estrias.

Como usar: Para atenuar manchas e cicatrizes, pingue gotas do óleo na região a ser tratada, massageando com movimentos circulares por 2 a 3 minutos, para garantir a absorção dos componentes. Cremes e loções funcionam, desde que tenham, no mínimo, 3% de óleo em sua fórmula.

Atenção!O óleo é contraindicado para peles com acne, pois pode agravar o quadro. Deve ser usado à noite, pois pode causar fotossensibilidade. Pessoas sensíveis podem desenvolver alergia.

34. Tamarindo

Cultivada em países como China, Paquistão e Vietnã, ele é um ingrediente relativamente frequente em certas cozinhas orientais. Mas também é famoso por regular o intestino preguiçoso. Embora a atividade laxativa ainda não tenha seu mecanismo totalmente desvendado, sabe-se que o tamarindo é rico em ácidos frutosos, pectinas e gomas. Suspeita-se que, para complementar a ação desses componentes, seus açúcares e sais orgânicos acelerem ainda mais a evacuação.

Nome científico: Tamarindus indica

Nomes populares: Tamarindeiro, tamarino, jabão, cedro-mimoso, jataí.

Fins medicinais: Age como vermífugo.

Como usar: Para resolver a prisão de ventre (esta receita só serve para adultos): peneire 50 gramas da polpa do fruto e dissolva em um copo de água. Coe em tecido grosso e beba um copo ao dia.

Atenção! Não há informações sobre efeitos de tratamentos à base de tamarindo na gravidez. Por segurança, melhor que as gestantes os evitem.

35. Tomilho

Seu nome deriva do grego "thymus", que significa coragem. Na Grécia, acreditava que ele aumentava a força e a sabedoria. Hoje, porém, o tomilho é bem conhecido por seus dotes culinários. Ele acentua o saber de carnes e peixes e entra até em algumas receitas doces. Mas, além de saboroso, é antisséptico. Essa ação se deve aos óleos essenciais, principalmente o timol. Esse composto tem ainda um efeito expectorante e ajuda a aliviar sintomas de tosse e bronquites.

Nome científico:Thymus vulgaris

Nomes populares: Timo

Como usar: Para tosse e resfriado, coloque 1 colher de sopa de flores e folhas de tomilho em 1 xícara de água fervente. Abafe por cinco minutos e coe. Se quiser, adoce com mel ou açúcar. Beba duas ou três vezes ao dia.

 

Atenção! Remédios caseiros com tomilho não deveriam ser usados por quem sofre de úlceras e hipertireoidismo, crianças menores de 2 anos, grávidas e mulheres que estão amamentando.

36. Unha-de-gato

Tem forte ação anti-inflamatória e analgésica, graças aos alcaloides, entre eles a mitrafilina e a pteropodina. Seus compostos também estimulam a produção de células brancas, fortalecendo o sistema imunológico. Por isso é muito indicada por quem vive resfriado ou sofre de infecções recorrentes.

Nome científico: Uncaria tomentosa

Nomes populares: Cipó-de-gato

Fins medicinais: Atua em inflamações da pele, artrite, amigdalite.

Como usar: Para aumentar a resistência, faça uma decocção usando 1 colher de sopa de raízes ou entrecasca do cipó seca para cada xícara de água. Tome uma única vez, pela manhã.

Atenção! Deve ser evitada por grávidas, mulheres que amamentam, crianças, transplantados, portadores de doenças autoimunes e de esclerose múltipla. A planta interage com remédios como anti-hipertensivos e certos antidepressivos Quem sofre de úlcera deve ter cautela, já que aumenta a acidez estomacal.

37. Valeriana

Ela é conhecida como sedativo desde Roma Antiga - era a saída dos soldados romanos para se acalmar após batalhas sangrentas. Do outro lado do Atlântico, os astecas, que habitavam a região do atual México, encontravam na erva alívio para a fadiga. Hoje, vários estudos atestam seus poderes anti-estresse. Mas talvez sua principal indicação seja contra a dificuldade em pegar no sono. Sua ação ansiolítica é atribuída a um grupo de ativos chamados valepotriatos, que agem no sistema nervoso central. No cérebro, eles aumentariam a disponibilidade de certos neurotransmissores, aplacando a ansiedade Alguns trabalhos afirmam que a espécie tem a vantagem de não provocar dependência, mas ainda não existe consenso nesse sentido.

Nome científico: Valeriana officinalis

Nomes populares: Erva-dos-gatos, erva-de-são-jorge, valeriana-selvagem

Como usar: Para diminuir a ansiedade, coloque 1 colher de chá da raiz fatiada em 1 xícara e adicione água quente. Abafe por cinco minutos e coe.

Atenção! Não use a infusão por mais de dez dias seguidos. Grávidas não devem tomá-la de jeito nenhum. Se preferir cápsulas, mais do que nunca procure orientação médica.

 

fonte:

http://saude.abril.com.br/bem-estar/conheca-e-saiba-usar-37-plantas-medicinais/