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14/11/2016
Meditação

Sobre este assunto “meditação”, talvez, nenhuma das pessoas de meu relacionamento esteja interessada em sequer saber sobre sua utilidade ou prática. É raro alguém conversar comigo sobre isso. Então, esse tema não faz parte do cotidiano das pessoas que conheço. Este texto não sendo direcionado para elas, mais ele está para as pessoas interessadas em suas evoluções, mentais ou “espirituais”, diferentes daquelas “populares” praticadas através das religiões. Técnicas existem várias para a prática da meditação, como também existem explicações sobre o objetivo delas. Como é óbvia, a busca quase sempre é pelo inusitado, isto é, conseguir uma percepção extra-sensorial além da percepção dos sentidos convencionais. Para isso, além da necessidade de se relaxar num ambiente confortável e silencioso, muito se requer a ausência de pensamentos. Essa impossibilidade decepciona quase todos, por pensarem que, sempre fracassam nessa tentativa de excluí-los para poderem realmente meditar.

O excluir pensamentos na meditação, como dizem, seria para facilitar, “dar espaço” para a possibilidade da recepção de um “insight”, sendo ele uma súbita captação de uma solução para algum problema, ou ainda, sendo a recepção de uma mensagem insólita. Para quem não consegue se livrar dos pensamentos (e ninguém consegue) e fica a se lamentar, a explicação é simples. Nós pensamos e não deixamos de pensar porque nós temos memória. Igual ao passar do tempo, ininterrupta, ela é um exteriorizar de pensamentos em profusão e sem interrupção. Não há como interromper a atividade da memória. Só seria possível se existisse algum mecanismo físico, que, ao pressioná-lo pudéssemos paralisá-la (desligá-la) temporariamente. Daí sim a mente ficaria livre de pensamentos para absorver pensamentos outros que fossem insólitos. Mas, infelizmente, “com a memória desligada nada seria registrado” e a meditação seria inútil, como inútil é sempre nas vezes, de quando, oriundos da memória os pensamentos que surgem, atrapalham sua eficiência.

Existe aquela técnica de mentalmente ficar repetindo um mantra na meditação, se concentrando nele para “tentar” estancar os pensamentos. Por poucos segundos até que se consegue essa “proeza”. Entretanto, se concentrar num mantra (ou num pensamento fixo) tentando torná-lo predominante na mente num esforço para impedir pensamentos aleatórios, esse esforço já não seria um estorvo para um insight qualquer e desejado? Outra “técnica” é aquela de não tentar impedir os pensamentos e ficar acompanhando-os conforme apareçam, para “ver” como surgem e como se dissipam. Isso mais se parece com devaneio do que com meditação. Talvez sirva bem para o propósito de diversão de quando não se tem o que fazer.

Também, concentrar-se na respiração, como atestam, é uma ótima meditação. Existe farta literatura sobre isso à disposição de quem queira usufruir dos seus benefícios. A meditação sempre teve como objetivo o desejo do expandir da consciência para outros planos além daqueles comuns a todos. Instituições afins com o propósito de promover o preparo para seus associados galgarem “as alturas” de tais planos, tendo também em seus ensinamentos as “técnicas de meditação”, elas solicitam que seus membros associados comuniquem suas experiências resultantes de suas meditações, quando tais experiências sejam sobre fenômenos subjetivos, abstratos. Contudo, nunca soube do êxito de alguém sobre alguma percepção extra-sensorial derivada de alguma de suas meditações que fosse relevante para ser revelada para a instituição a que pertence. Entre meditação, reza ou oração, qual seria a mais eficaz para se obter resultados práticos e reais? Nunca vou saber, pois, não fazem parte do meu cotidiano.

                                                                                    Altino Olympio