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30/08/2016
Quem sou eu ?

1. Tenho um corpo, ele tem pernas, braços, tronco, membros, cabeça, portanto (e, graças à Deus, ou quem seja!) ando, respiro. Sei que uma máquina biológica me faz despertar e dormir todos os dias, garantindo um suposto funcionamento adequado deste aglomerado de tecidos e suas moléculas aglutinadas, chamados órgãos, dentro de uma casca chamada “humana”.

2. Dizem que tenho alma, espírito, kharmas, missões! De verdade não posso me conceber, neste momento estúpido, mais que um perambulante escárnio comestível abaixo da terra ( na melhor das hipóteses) em não sei quantos anos! Então, não me vale de nada entrarmos nestes lindos paradigmas movediços da existência bláblabla!

3. Ah, sim ! Penso! Ao menos, é o que dizem. Aliás insistem que na caixa craniana (bonito nome, né?) está algo denominado cérebro e contém uma infinidade de terminações neurônicas; e que este bichinho infame é responsável pelos pensamentos, raciocínio e seguramente por nos ferrar!

4.Sinto! E como sinto! Sinto muito! Sinto dor física, sinto dor emocional! Dor emocional? Sim, são sensações catalogadas como : tristeza, amargor, mágoa, raiva, culpa, medo e um bocado de palabras que me levariam um longo tempo em escrever e descrever em seus detalhes sórdidos.

Sem querer ser, (ou ter a pretensão de) pessimista ou íngrata, sinto alegria, felicidade, perdão e uma esdrúxula expressão chamada “amor” : um sentimento multifacetado, com várias vertentes! Um adendo aqui: segundo estudos há quem diga (ou justifique) que amor são puros hormônios! Neste caso, gostaria de deixar apenas a parte bonita deste querer em demasia! Só que este é outro papo, para um momento mais, mais, mais......

Pois bem, a pergunta que não cala: quem sou eu?

Número 1,2, 3 e 4 por descrição implícita e empírica, explícita dos cientistas, parapsicólogos, teólogos e um bando de estudiosos definindo (ou tentado): o indivíduo.

Mas o que faz com que esta existência palpável ,neste macrocosmos e microcosmos, me torne único, ímpar?

O que gera vontade de sentir-me alguém para mim?

Onde reside meus anseios egoístas (e porque, sim, necessitamos ser também egoístas) em “ser”sem rodeios?

Qual a frase com a qual quero definir-me e vivê-la em plenitude todos os meus dias ?

Em que páginas deste inevitável e imimente livro da vida quero aliviar-me e nutrir-me?

Como escreverei com fidelidade a raiz de mim, sem razões esmeiradas em conceitos pré definidos e, por si, empoeirados pela embriaguez do coletivo?

Em qual prateleira do dicionário do tempo que decorre entre o nascimento e a morte (vida terrena), quero encontrar o foco do que sou, quem sou, devia ser ou queria ser? Longe deste “devia ser” significar encoleirar-se em situações alheias a minha (nossa) essência, heim!?

Aqui os deixo! E que suas respostas íntimas não sejam lotadas de pontos, vírgulas, enumerações de títulos: mestrados, doutorados, universidades, cursos ou carros, casas, terras, matrimônios, amizades!

Quem realmente você é?

Quem sou eu?


 

Daniele de Cássia Rotundo