No 1º trimestre de 2.003, 15 bilhões de reais a mais do que se cobraria se fosse usada a carga de 2.002 deixaram os bolsos dos brasileiros e foram parar no caixa do Estado. O que será que foi feito com este dinheiro?
A preocupação do CORECON-SP com o crescimento da carga tributária já vem de longe, e já em fevereiro o jornal “O Economista” perguntava em sua capa “Até onde a Nação Agüenta?”, ao informar que em 2002 o nível alcançado fora de 36,45%. Pois não é que piorou ainda mais, com os novos dados que foram publicados agora?
Houve um desgaste nas contas da sociedade de mais de 4,78%, ou seja, mais uma despoupança da sociedade civil em favor do Estado, de algo em torno de 60 bilhões de Reais anualizados.
São 15 bilhões de reais que saíram a mais dos bolsos dos cidadãos neste primeiro trimestre, que nada puderam comprar nem pagar com este dinheiro, quantia que sumiu do caixa das empresas, que assim não puderam investir nem saldar débitos vencidos e certamente, muitas delas, tiveram que diminuir os seus quadros de funcionários.
Ao que será que serviu este dinheiro que foi aportado aos cofres públicos, já que os discursos do governo, tanto federal , estaduais ou municipais é sempre de penúria, falta de recursos, falta de verbas e acusações à administrações passadas. Este dinheiro chegou às suas mãos, imagine-se. Se cobraram mais de 15 bilhões de reais para administrar e “governar” o país é certo que isso teria que ter melhorado alguma coisa, algo deveria ter sido feito. E a sociedade deveria ter sido informada. Salvo engano, parece que estes 15 bilhões entraram no sorvedouro da máquina, que por sua vez parece que pediu mais, pois os discursos que demandam por mais verbas não mudaram.
Outra pesquisa demonstrou que 70% desta carga tributária vai parar nos cofres do governo federal. Ou seja, 10 bilhões de reais. Quando foi lançado o Fome Zero, estimou-se que uns 5 ou 6 bilhões anuais resolveriam o problema. Muito bem, com o excesso de arrecadação poderia ter sido resolvido o problema da verba para o Programa por quase dois anos. Seria um problema a menos, algo visível, e que tem o empenho muito grande do Governo Federal. Mas isso não aconteceu.
Assim como os Governos dos três níveis não tiveram a delicadeza e nem o respeito de informar ao Contribuinte onde foi parar o dinheiro a mais recebido, que era o mínimo que a Nação, que paga a conta, poderia receber em consideração.