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13/07/2016
O viver dos indiferentes parece ser melhor

Todos os seres humanos depois que nascem e se tornam adultos, embora não para todos, existem as prerrogativas de galgarem planos outros de consciência além da consciência simples e comum do apenas viver por viver até morrer. Desde lá do passado existem organizações afins com o intuito de promover o desenvolver da consciência para planos mais altos de conhecimento para seus membros associados. Estes eram considerados como sendo os escolhidos e dignos como merecedores para receberem os daquelas organizações chamadas de secretas, os conhecimentos, aqueles que eram ocultos para a maioria do apenas viver por viver.

Mais no passado esteve em voga o conceito de se poderem atingir níveis superiores de consciência, mas, para tanto era primordial total dedicação a essa possibilidade.  Nomes de pessoas influentes eram divulgados como sendo elas adquirentes do expandir de suas consciências. Também eram divulgadas como sendo pertencente a alguma das sociedades secretas de suas épocas. Todas foram exemplos de dedicação ao desenvolver de suas capacidades latentes para se sobreporem à maioria com suas superioridades em conhecimento ou sabedoria.

Como a dedicação era e é o principal dever para se obter qualquer avanço desejado, seja ele mental, filosófico, psicológico ou espiritual, essa busca não poderia ter a interferência pelos envolvimentos com os atrativos mundanos. Por isso “muitos filósofos morreram quando seus filhos nasceram”. Isto era uma admoestação para aqueles que se desviassem de seus rumos de evolução e fossem vencidos pelo mundo com suas atrações comuns a todos. Até o casamento e o constituir família eram o criar cadeias terrenas e isso era a ocupação dos indiferentes por suas evoluções. Satisfeitos com suas condições mínimas de conhecimentos ou de cultura, os indiferentes sempre são da maioria. Talvez, sejam eles os normais (risos).

Quanto à evolução humana, mais como ela é promovida pelas instituições (secretas ou não) previstas para isso, ela, a evolução, com certeza chega junto com cada um ser “evoluído” até a sua morte. Nada se sabe além dela. Tudo que é obtido mentalmente, conceitualmente, é através da absorção pelo cérebro. Como todos os órgãos corporais são destruídos pela morte, ele, o cérebro, também é destruído e com ele todo o seu conteúdo conceituado até então, porque ele é terreno. Isso é mais conclusivo para se conscientizar do que o presumir duma continuidade do ser e da mesma evolução que lhe existia no cérebro antes de sua morte.

A evolução seja mental, psicológica, filosófica ou espiritual, obtida por muitos, quase sempre é de “segunda mão”. É derivada de estudos, leitura, idéias de outros e etc. e quase sempre sem comprovação real de suas autenticidades. Para muitos só o acreditar já é o suficiente para uma idéia ou hipótese ser um fato real e indubitável. Isso, sempre é uma tendência do ser humano irrefletido ou mal refletido. Não importa alguém pertencer para a maior e melhor instituição do mundo se dela obteve ensinamentos ou conhecimentos e não os comprovou por experiência própria. Antes disso eles não são fatos e sim hipóteses.  O fato de aceitá-los não implica para alguém se pensar como sendo o dono da verdade. Quando assim pensa e até se exterioriza perante outros, tal alguém pode estar envolvido com mentiras pensando estar envolvido com verdades. Dessa categoria de gente, existem muitos vivendo de incoerências sem saber, e o pior, expondo-as para os desafortunados de raciocínio.

Coitada de verdade! Ela não mais está sendo procurada porque as superstições e as mentiras são bem mais contagiantes. Viver de verdades não é lucrativo. Os indiferentes, aqueles apenas do viver por viver desfrutam melhor da vida por não terem suas cabeças cheias de tantas teorias, superstições, hipóteses e abstrações. Eles têm menos probabilidades de perderem o juízo se comparados com aqueles repletos de “conhecimentos” ou de tantas informações que a morte interrompe, mas, antes disso, os faz se afastarem dos muitos prazeres da vida por considerá-los obstáculos para as suas tidas evoluções. Entretanto, as opções existem. Enveredar pela busca da evolução mental, espiritual ou ser indiferente a ela. Contudo, parece que tanto faz, porque, como escreveu o místico e mestre espiritual George Ivanovich Gurdjieff falecido em 29 de outubro de 1949 “todos são farinha do mesmo saco” (risos).

                                                                              Altino Olympio