Claro está toda a corrupção e dilapidação do patrimônio da empresa por criminosos, mas não é esse o abalo principal.A empresa tem reserva de petróleo bruto, cujo valor é estimado pelo preço corrente de mercado, como toda comodity.
O estoque do ouro negro está muito alto, consequentemente o preço caiu. Despencou de U$ 100,00 o barril para U$ 50,00 (preços médios).Em consequência os valores do petróleo disponível nos poços ,também sofreram o impacto na mesma proporção.
A Petrobras é uma sociedade anônima e seu capital dividido em ações, com seu principal ativo perdendo 50% do valor é natural que a cotação de suas ações sofram o reflexo.
O investidor em ações tem consciência que isso pode ocorrer e vir a sofrer pesadas perdas, só o prejuízo oriundo da corrupção não causaria maiores danos para uma companhia das dimensões da Petrobras, no máximo os acionistas ficariam sem os dividendos por algum tempo.
O mercado acionário é de risco, todos sabem. Grandes companhias mundo afora já sofreram ou vão sofrer com as variações de mercado, entrar na justiça pedindo indenização por um investimento de risco é meio surreal, procurar reparo judicial contra a má e corrupta administração é válido (aqui incluindo a política de preços do governo), e se o resultado for compensação financeira tanto melhor.
Fundos de pensão estrangeiros anunciam a disposição de pedirem ressarcimento judicial pela desvalorização das ações que possuem, como se na terra deles não existisse as “Enron” da vida. A diferença é que o Tesouro Brasileiro é proprietário de mais da metade da Petrobras, consequentemente o contribuinte vai acabar pagando a conta, lá os investidores suportam o prejuízo e ponto final. Aliás o Eike perto da Enron é batedor de carteira.