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01/10/2014
Entenda porque parece que você compra menos hoje em dia

Caro Leitor, você também tem a sensação de que os produtos e serviços estão cada dia mais caros? E que o seu salário não é reajustado para acompanhar todos esses aumentos?

Na minha infância, lembro bem que o Kinder Ovo custava R$ 1,50 e me espanta descobrir que hoje ele pode custar até R$ 4,59, uma valorização de 206%. E esse é um dos inúmeros exemplos.

Outro exemplo clássico é o serviço de manicure que aumentou 12% nos últimos 13 meses, de acordo com a pesquisa Datafolha.

Refeições fora de casa também estão entre os vilões dos aumentos. Um estudo da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) mostra que a média de gastos do país para se alimentar fora de casa alcançava R$ 30,14 no início do ano, uma alta de 9,76% em relação ao ano passado, bem superior à inflação (5,91%).

Para ter ideia do poder de compra, isto é, a capacidade de adquirir bens e serviços com determinada unidade monetária. Por exemplo, o que seria possível comprar com R$ 1 milhão?

Um estudo feito para a Folha de São Paulo mostra alguns exemplos:

Segundo Sofia Camargo (fonte: http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2014/02/18/apos-20-anos-real-perde-poder-de-compra-e-nota-de-r-100-vale-so-r-2235.htm), desde que o Plano Real foi lançado, em 1º de julho de 1994, até fevereiro de 2014, a moeda se desvalorizou 77,65%. Com isso, a nota de R$ 100, na prática, vale hoje R$ 22,35, segundo cálculos do matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho.

Ao longo de quase 20 anos do Plano Real, a inflação acumulada desde 1/07/1994 até 1/2/2014, medida pelo IPCA, foi de 347,51%.  Assim, um produto que custava R$ 1,00 em 1994 custa hoje R$ 4,47. (O que explicaria aquela valorização estrondosa do Kinder Ovo).

A perda desse poder aquisitivo é calculada por uma fórmula matemática na qual se divide o valor nominal da moeda pela taxa de inflação somada a 1.

Isso se deve por conta do efeito da inflação sobre o poder de compra. "A inflação é o  termômetro que mede a diferença entre o desejo de consumir e a capacidade de produzir", diz Nogami.

O Numbeo, site onde os usuários cadastram preços e dados de suas cidades, divulgou o Índice do Poder de Compra 2014. O índice mede a quantidade de bens e serviços que os cidadãos das principais cidades do mundo conseguem adquirir com o seus respectivos salários. São levados em conta os valores de transporte, alimento, moradia, utilidades e restaurantes.

Como base para o índice, foi usada a cidade de Nova York com 100 pontos. Ou seja, os moradores de São Paulo, que recebeu 41,7 pontos, possuem poder de compra 58,3% menor que os nova-iorquinos. Entre as cidades brasileiras que aparecem no índice, a melhor colocada é Goiânia com 75,8 pontos, e a pior é Curitiba, que ficou com apenas 28,6. Outras cidades brasileiras que receberam pontuação são: Campinas (65,8), Recife (61,1), Brasília (60,6), Fortaleza (47,8), Florianópolis (42,1), Belo Horizonte (38,7), Rio de Janeiro (34,6), Salvador (33,2) e Porto Alegre (31).

 

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/brasil-vai-mal-em-indice-que-mede-o-poder-de-compra-nas-principais-cidades-do-mundo/


Mariana Boani