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08/01/2007
Remédio contra câncer de mama reduz mortes

Mortalidade de pacientes que usaram Herceptin caiu 34%

O medicamento conhecido como Herceptin pode reduzir em até um terço o número de mortes por câncer de mama, caso seja administrado em pacientes que tenham sido submetidas previamente à intervenção cirúrgica e à quimioterapia, segundo estudo publicado na revista médica The Lancet.

O trabalho comparou os resultados obtidos com 1.703 mulheres que foram submetidas ao remédio durante um ou dois anos, após terem feito os tratamentos contra o câncer de mama, com os de outras 1.698 pacientes que fizeram o mesmo procedimento inicial, mas não receberam o Herceptin.

Uma equipe de pesquisadores acompanhou as mulheres por dois anos. No fim do período, 90 mulheres do segundo grupo (sem Herceptin) haviam morrido, enquanto 59 do primeiro morreram, o que equivale a uma redução de 34% no índice de mortalidade.

Das mulheres tratadas com Herceptin, 92,4% continuavam vivas dois anos após o término do tratamento, contra 89,7% das que não foram submetidas a tratamento com o remédio.

EFEITOS COLATERAIS

No entanto, foram verificados casos de hipertensão em 12 mulheres do primeiro grupo, que usou o medicamento, enquanto no segundo o número foi de apenas 5 pacientes. Também foram registrados casos de parada cardíaca e depressão, entre outros efeitos colaterais, nas mulheres submetidas ao Herceptin.

Segundo Ian Smith, do Royal Marsden Hospital, que dirigiu a equipe de pesquisa, os resultados do estudo indicam que o Herceptin contribui de modo significativo para a sobrevivência das mulheres que foram submetidas à quimioterapia após terem sido diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial.

O Herceptin é um remédio caro. No Reino Unido, o custo anual do medicamento por paciente equivale a 30 mil, porém os benefícios comprovados fizeram com que o governo aprovasse o tratamento.

Em entrevistas à Lancet, três pesquisadores da Universidade de Sheffield que analisaram o estudo por encomenda do governo afirmam que os benefícios são reais e que os danos cardíacos por causa do Herceptin podem ser evitados. 'Ao longo de dois anos analisados, o risco de dano cardíaco parece insignificante em comparação com o risco de reprodução do câncer', dizem os analistas, que afirmaram também ser preciso esperar para ver os possíveis efeitos do remédio a longo prazo?

O Estado de São Paulo