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26/11/2012
Acorda Brasil

Como se sabe, muitos países preservam locais de seus passados e muitos são atrativos turísticos. Aqui no Brasil conheci a histórica Cidade de Paraty onde é preservação dela é mantida. Apenas nos interiores das antigas construções é permitido modificações com as modernidades desta época. Por fora das construções não era ou não é permitido alterações das fachadas e nem do asfalto de pedras das ruas, isso, para se manter a mesma característica de quando a cidade foi construída. Agora caminhando pela rodovia da imaginação chega-se em Caieiras e no território da Indústria Melhoramentos de Papel de Caieiras do Estado de São Paulo. Não é novidade o fato de muitos antigos moradores se referirem aos bairros e vilas daquela “Caieiras” pertencente à indústria aqui citada, pois, muitos são saudosos e dizem que lá era um paraíso. Entretanto, ninguém, inclusive, e nem mesmo as autoridades públicas do local que se emancipou tornando-se Município de Caieiras se importaram com a demolição de todas aquelas residências e eram mais de mil naquele lugar pitoresco. Antes das “infelizes” demolições e destruindo um passado repleto de recordações, os dirigentes da indústria, a preços favoráveis para seus funcionários vendeu-lhes imóveis na agora, então, Rua Guadalajara e também em associação com o BNH (Banco Nacional de Habitação) favoreceu a compra de casas na Cresciuma (hoje Centro de Caieiras) no Jardim Santo Antonio onde era o campo de futebol do Clube da Cresciuma. Pergunta-se: Teria sido possível desapropriar da indústria as áreas onde estavam aquelas residências de seus funcionários? Não sei. Prosseguindo pela imaginação e tendo intacta na mente toda aquela região hoje devastada, bem que, ela poderia ter sido preservada como patrimônio histórico da região. As casas poderiam ter sido adquiridas, de preferência pelos antigos moradores e muitos deles, penso, teriam preferido ficar por lá, onde já havia infraestrutura como esgoto, água encanada e eletricidade, utilidades tais, gratuitas naquela época. Os alemães proprietários da indústria e daquela região povoada pelos seus funcionários, eles, para seus interesses, não titubearam em desertar de moradores aquele local privilegiado como era, assim, conforme ainda é dito pelos seus remanescentes. Contudo, sabe-se, que, como regra quase generalizada, os brasileiros não se importam com os históricos de seus passados e muito menos com a preservação de lugares intactos para, pelo menos, a posteridade local colher informações sobre a existência de suas gerações passadas. Acorda Brasil desse seu sono profundo para tentar impedir o destruir de suas origens.
                                                                                                Altino Olympio 

Comentários:

COMENTÁRIO:

 
Sensacional, esta constatação! Exatamente o que penso e me pergunto a todo
instante. Não entendo como uma cidade, privilegiada como Caieiras, não se
preocupou em manter o seu patrimônio arquitetônico. Também não entendo
porque a empresa sediada no município, não fez e não faz alguma coisa para
preservar a memória do que ainda resta do passado. Certeza tenho de que,
infelizmente caímos nas mãos de políticos e gestores desinteressados na
história da nossa cidade . Sempre idealizei aquele lugar. Na minha mente
aquilo deveria ser um belo ponto turístico, deveria haver um museu, as casas
poderiam abrigar instituições de ensino profissionalizante ,biblioteca etc..
O tancão poderia ser tão bem aproveitado. As vilas em volta da fábrica
poderiam, senão manter as casas, pelo menos manter a flora com belo
paisagismo, bosques e locais para passeio. Poderiam até cobrar, pois tudo só
é valorizado pela população quando se estabelecem taxas e quando a
fiscalização é insistente.

Enfim tudo poderia ser lindo! Tenho certeza de que se estivéssemos na Europa
ou mesmo no Estados Unidos nada teria sido abandonado. Ao contrário a
preservação seria o orgulho de todos.

Mas além de políticos desinteressados e de pouca amplitude intelectual e
emocional, temos uma população também inoperante e acomodada. Desta forma
não se pode esperar nada mesmo! Estamos colhendo o que plantamos. Fazer o
que não é? A desunião de uma comunidade só leva a cidade ao fracasso. É que
estamos assistindo hoje em Caieiras.

Este texto deveria ir para a primeira página e com muito destaque!!! Quem
sabe alguém resolve fazer alguma coisa. ACORDA CAIEIRAS!!!

 

Fatima Chiati