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20/08/2012
Nós somos sequências e consequências

Antigamente pouco se ingeria remédios. Às vezes apenas uma aspirina, mas, agora o assunto entre os de mais idade é sobre os medicamentos que ingerem e eles não mais curam, apenas, controlam a doença até a morte. Todos eles estão dependentes da medicina interligada com as indústrias farmacêuticas que faturam bilhões aos olhos da OMS (Organização Mundial da Saúde). Remédios que curam parecem ser proibidos. Parece mesmo que o manter das doenças se tornou um grande negócio.

Atualmente sabemos de muitas pessoas que estão esquecidas. Querem conversar, mas os fatos ou nomes que querem falar lhes fogem do pensamento. Logo, não poucas pessoas ficam sofrendo de Alzheimer, ou, Mal de Parkson. Que está acontecendo? Estamos sendo envenenados pela alimentação? Podem ser pelos efeitos colaterais dos remédios? Seria pelo bombardeio diário das informações veiculadas pela mídia? Então, o homem já foi até a lua, agora estuda o planeta Marte, mas, não consegue ou não quer se libertar das doenças que lhe afeta e elas cada vez mais estão se diversificando.

Antes os hospitais eram para salvar vidas. Hoje, as intervenções cirúrgicas com sucesso podem ser revertidas pelas infecções hospitalares e por causa delas muitos morrem aonde vão para se salvar. Que paradoxo, não?

Quando num programa de televisão se anuncia os milagres de frutas ou de horticultura, muitos, obedientes a ela como são logo estão a consumir o que foi anunciado como bom para a saúde e até para curas. Belas nutricionistas, ainda jovens demais para saber dessas verdades, elas, destacam o benefício dos alimentos que anunciam. Sim, são sábias dos benefícios, mas, apenas, conforme, foram instruídas sobre eles e intelectualmente. Na prática do dia a dia será que elas comprovaram o que elas promovem como salutar? Por que nada elas falam dos insumos agrícolas que, sabe-se, prejudicam a saúde? Lembrando, muitos homens se dedicaram a consumir tomate para se prevenir contra o câncer de próstata, pois, especialistas do imediatismo alardearam tal produto como eficaz. Entretanto, outros vêm para desmentir tudo. E o povo vai pra cá vai pra lá sem saber aonde vai. Tragicômico não? Hoje temos muitas crias do sistema vigente para provocar confusões ou indecisões nas cabeças das pessoas.

Todos querem escapar da morte. Ela parece cruel para quem morre, mas, queiram ou não, isso é um benefício para a humanidade. Se todos prolongassem suas vidas isso seria um caos. Como é às vezes é divulgado pela mídia, milhões ou bilhões de pessoas neste planeta estão passando fome. O prolongamento da vida dos seres humanos produziria complicações incalculáveis como, falta de alimentos, água, falta de espaço e etc. Conscientes disso o não querer morrer não seria egoísmo? Cientificamente dizem os entendidos que nós nascemos com os chamados “gerontogenes” que tem a função de determinar a morte de nossas células e isso nos leva para a senescência que é o processo natural do envelhecimento e a seguir... Portanto, nascemos programados para morrer e se assim é, não adianta se lastimar.

A morte é uma consequência natural da vida e em vida, enquanto a morte não nos perturba, somos ínfimas partes do universo a ter consciência temporária no período de nossa existência. E nela, na consciência somos perceptivos de nossos sentimentos. São emoções que se manifestam como sendo o amor, a alegria e a tristeza sempre presentes em nossas vidas. Premiados nós somos por termos mente. Ela nos presenteia com o principal atributo humano: A razão! Estaria ela a ter domínio sobre nossos instintos e emoções, entretanto, ainda, mais obedecemos aos instintos e as emoções. A mente, mais a deixamos no conforto das repetições diárias e nessa restrição de sua expansão nós nos igualamos e não nos diferenciamos dos demais. Sim, somos igualados nas aflições oriundas das contingências da vida. Sofremos e choramos na impotência que somos para evitarmos que nossos entes queridos nos deixem. Eles nos deixam um vazio difícil de exteriorizá-lo com palavras. Ficam-nos interiormente como sendo cicatrizes com as quais temos que conviver. Quando foram presenças, distraídos como somos parece que nossas estimas e considerações por eles foram inferiores ao que eles mereciam. Esse pensar do depois não é incomum entre pessoas que perdem os seus amados e o depois nunca modifica o antes.

Nós somos como sendo trevas durante a claridade. Ignoramos o que nos possa ocorrer de bom ou ruim. Sempre estamos sujeitos ao inesperado. Também, agimos ou reagimos conforme a influência de estímulos interiores ou exteriores. Estes ditam nosso modo de ser e de proceder diante dos outros. Como tudo existente nos são perceptíveis porque são vibrações, às vezes as vindas de um ser humano podem, interiormente, nos provocar uma reação adversa, antipatizante, mesmo, sem termos um motivo aparente para tal reação antagônica. De ser humano para ser humano isso às vezes ocorre e nós nos percebemos sentindo antagonismo contra alguém. Nisso se denota a nossa impotência para inverter esse efeito maligno no momento. Nós somos cativos inconscientes de nossa própria constituição corpórea e psíquica cujas reações internas obedecem a impulsos que são ocultos para nós. Nós, mais somos as reações que as circunstâncias costumam provocar.

Os seres humanos são expectadores de si mesmos no desenrolar de suas vidas dirigidas pelas atuações internas, àquelas que estimulam seus modos de ser sem eles perceberem, conforme já relatado. Sim, o meio onde vivem também tem a força de moldá-los significando seus condicionamentos que podem ser bons ou péssimos. Suas responsabilidades também lhes moldam bem como, a sociedade. Além de tudo isso, os seres humanos são instituídos com seus atavismos. Eles são a hereditariedade de seus avôs e de seus pais. Podem ter traços de caráter já tidos como desaparecidos e reaparecidos, sendo então, seus atavismos. Os genes paternos ao serem transferidos aos filhos quase sempre lhes trazem as tendências das mesmas doenças dos pais e mesmo dos avôs se eles as tiveram.

No vigor das suas vidas os seres humanos são submetidos ao que lhes impõe seus hormônios, aqueles diretores dos instintos. Nessa fase de vigor os homens e as mulheres se acasalam numa volúpia pensada ser proveniente de suas próprias vontades. Engano! É a natureza com suas artimanhas provocando a continuidade da espécie humana através das substâncias químicas internamente possuídas por todos. Quem já viu uma gata no cio se contorcendo querendo atender às exigências dessas substâncias químicas, ou hormônios, sabe desse poder intrínseco nos animais como também animais somos nós. Por isso, sem perceber, mais o homem atende aos seus impulsos ou instintos e menos à sua vontade. A criatura humana é marionete ou fantoche de si mesma. Entretanto, o homem em si mesmo é um si misturado, um agregado e não original, individual ou particular de seu nascimento.

Diante dessa explanação sobre como o ser humano pode ser a servidão para comandos provenientes das tendências herdadas e condicionadas nele, pergunta-se: Sozinho ele é responsável pelos seus atos quando eles possam afetar outros? Se ele é um derivado e não uma constituição própria, quando comete um erro grave, coitado, tem que arcar sozinho com as conseqüências como se ele fosse uno em sua formação e não é. Isso é uma das desilusões da vida, talvez, até uma injustiça pra quem quer entender assim. E o viver parece estar sempre aconselhando “seja inconsciente, seja inconsciente, seja ignorante, pois, assim sendo tuas perturbações desaparecerão”. Já disseram mesmo que não existem seres adultos e sim crianças grandes. Verdade! Eles vivem por viver sem querer saber da vida e como ela é.

No início, este texto esteve a discorrer sobre alimentos, doenças, remédios, morte e depois para algumas reflexões sobre a vida. O aqui exposto pode ser passível de contestação, porque, pareceu ter sido pessimista com relação à nossa existência. A intenção principal foi tentar explicar como sendo alheias a nós, as tendências e influências a que estamos expostos. Portanto, nada do lado bom da vida esteve inscrito neste texto porque seria outro foco sobre ela e oposto.

 

Altino Olympio

Comentários:

 

Este jornal tem temas diversificados que me agradam.
Gostei da frase "Nós somos cativos inconscientes de nossa própria constituição corpórea e psíquica cujas reações internas obedecem a impulsos que são ocultos para nós. Nós, mais somos as reações que as circunstâncias costumam provocar".  
Onde concordo plenamente. Quantas vezes somos forçados a agir de determinada maneira devido às circunstâncias externas! Quantas vezes somos obrigados a tomar decisões e atitudes unicamente por influência de certas situações!
Somos mesmo fantoches de nós mesmos. Na juventude impulsionados por heranças genéticas, hormônios e meio social. Na idade adulta por força das circuntâncias. Em resumo somo escravos atados por nossas próprias correntes ou da Criação.
Mas será que daria para ser de outra forma? Não seria um caos todo mundo agindo por vontade própria?
Convém reler e pensar mais sobre o tema. Tema complexo e muito reflexivo.
Eu sempre gosto destes textos. Eles me despertam pra coisas que quase nem penso!!!
Abraços. Fátima Chiati

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