O povo brasileiro convive com uma das cargas tributárias mais elevadas do
mundo, ou seja a quantidade de impostos pagos representam quantidade
considerável do preço final dos produtos comprados no comércio. Nós, muitas
vezes, preferindo uma alternativa mais adequada às nossas possibilidades,
decidimos optar por produtos adquiridos em comércio informal, não raro
recorrendo aos produtos industrializados em países asiáticos, importados
ilegalmente, ou vez por outra, até mesmo produtos manufaturados sem
autorização do proprietário da marca, os conhecidos “piratas”, muito comum
no caso de audiovisuais: CDs e DVDs. Sempre me pergunto se a aquisição
daquele objeto seria realmente necessária. Além dos reflexos ambientais da
aquisição de um produto de curta vida útil, o qual se sabe lá como tenha
sido produzido, há questões sérias a serem consideradas. Grupos criminosos
se organizam em escala mundial, não raro explorando trabalhadores,
produzindo bens de consumo por fração do custo experimentado pela indústria
regular, sem observar os custos sociais da operação. Por vezes se
estabelecem redes de corrupção que contaminam agentes públicos de vários
países, em diversos escalões. A indústria do ilícito é fomentada e associa a
si, não raro, a grande chaga mundial da narcotraficância. Pensando nisso,
quando formos adquirir aquele eletrônico, aquela jaqueta de não sei qual
grife, ou aquele inocente DVD, vale a pena nos questionarmos se realmente
temos necessidade daquele objeto e se estamos dispostos a ser autores do
crime de contrabando ou descaminho, entre tantos possíveis.