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19/06/2012
O Jardim de Infância em 1963.

Embarco no trem da nostalgia .Como em todos os trens a viagem às vezes é penosa, me transporta por caminhos sofridos e lembranças muito tristes.Mas como em todas as viagens, inúmeras paradas irão surgir, como momento de descanso e para que o restante do  trajeto seja melhor aproveitado.Assim ,sigo em frente, revendo imagens,revivendo cenas, ouvindo sons e  sentindo  todos os cheiros de uma época ,que deixei adormecida num cantinho qualquer de minha memória.A emoção toma conta. À medida que a viagem prossegue e quanto mais o trem da nostalgia se apressa mais sentimentos dominam meu coração, que dispara a cada lembrança nova ou a cada imagem renascida.De repente uma parada. Parece que naquele momento  não é possível mais seguir em frente e por um tempo indefinido terei que  me deparar com alguma lembrança mais forte que precisará  ser explorada. Neste momento saio do trem da nostalgia e magicamente me vejo no Jardim de Infância lá da Fábrica  O ano é 1.963 e eu estou com 6 anos.A  Professora é Dona Therezinha Reinz, a Diretora é Dona Marilia Salles também responsável pelo Grupo Escolar Alfredo Weiszflog.Fecho meu olhos por instantes e consigo ver a casa em frente ao Grupo onde tudo aconteceu. Toda em tijolo à vista, janelas e portas verdes e uma cerca de arame com portão também verde.Na sala de aula, mesinhas e cadeiras pequenas, baixas e próprias para crianças de 5 ou 6 anos como eu.Atrás,um quintal com árvores, gramas, flores e brinquedos como balanças e escorredor  para a criançada se divertir na hora do recreio.Na  parte inferior da casa funciona os sanitários masculino e feminino.Após o lanche descemos para lavar as mãos e escovar os dentes.Cada criança tem sua toalha com nome bordado para evitar troca de material.Antes de terminar o recreio um episódio engraçado acontece no sanitário feminino.Uma das meninas, a “ Xuco”, suja os pés  de terra durante a brincadeira. O lavatório bem comprido, de azulejos brancos e várias torneiras está incrivelmente limpo.Sem pensar duas vezes, mesmo gordinha, ela entra dentro dele e  lava seus pés os calçados , sem nenhuma cerimônia.Voltamos à classe como se nada tivesse acontecido e esquecemos  é claro, que a sujeira e a lama que ficaram depositados no lavatório como marca do crime ,no dia seguinte seriam  motivos para uma bronca geral.Na sala, ouvimos,músicas e historias infantis em disco, fazemos trabalhos em massa ,desenhamos  aprendemos as letras do alfabeto,e um prêmio para tudo isto: Uns 15 minutos de sono, debruçados sobre as pequenas mesinhas.As janelas estão encostadas e o silêncio é total.No final da tarde, na saída, a compra do tradicional pirulito de” guarda-chuva” feitos pela moradora do lado da escola, a D.Rute. Saimos todos juntos classe: Antonia Helena,Monica,Iracema,Fatima,Nanci Gil, Magali Fonseca,Lia de Cassia Silveira,Flavia Biscegli,Elenise,Joana,Salete Rosolem,Sandra,Sérgio Siqueira Branco, Sidnei, Aroldo Santana,Alceu Santana,Alfredo Ulman, Jackson, Celso, Eduardo,Formiguinha  e outros.Cada um segue seu caminho. Alguns como eu pegam o atalho perto da escola.Descemos até Vila Pereira, passamos pela Vila Nova, Ilha das Cobras, Volta Fria e eu finalmente chego em casa,   na Vila Leão.Mas amanhã  outra vez irei para o jardim.Felizmente!
É... esta parada do trem da nostalgia foi  mesmo gratificante. Continuarei nesta viagem e se em nova parada eu descer, que seja pra recordar tão singelos momentos como este vividos no meu Jardim de  Infância  !


Fátima Chiati