Informa a Organização Internacional do Trabalho uma movimentação da ordem de

30 milhões de dólares relacionada àquilo que se convencionou chamar no mundo
contemporâneo de trafico de pessoas, fatalmente relacionado ao mercado do
sexo, força de trabalho escrava, e ainda à repugnante mercancia de órgãos
humanos. A violação da dignidade e dos direitos da pessoa, presente desde os
tempos imemoriais da humanidade, talvez não tenha observado ao longo da
História tão nítidos contornos econômicos e se mostrado como objeto de ação
de grupos criminosos organizados enraizados em todos os continentes. Produto
claro do abuso de poder econômico, muitas vezes o comércio de pessoas
decorre da esperança de uma vida melhor e mais confortável que,
lamentavelmente, vai dar guarida a sofrimento ainda maior, quando não
culminando com a morte da vitima. Como qualquer forma de exploração, vê seu
melhor antídoto na informação, no esclarecimento, e demanda, em função da
atividade de contingentes criminosos organizados, repressão organizada e
multi-setorial. No Brasil, por exemplo, há o Plano Nacional de Enfrentamento
ao Trafico de Pessoas, instituído pelo Decreto 5.486/06, onde se assentam as
frentes da prevenção, repressão e atenção às vitimas. Nenhuma lei, nenhuma
condenação, nenhuma sentença é suficientemente severa para a repressão a tão
odiosa conduta. É a essência da negação da condição humana. Horrenda. E
ainda campeia por esse nosso planetinha...