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20/10/2011
Infarto Agudo do Miocárdio - angina em diabéticos.

Os pacientes com diabetes têm maior risco de infarto agudo do miocárdio?
Doença cardiovascular é a principal causa de morte relacionada ao diabetes. Não importando o tipo de diabetes (1 ou 2), a hiperglicemia crônica sem controle adequado é considerada um fator de risco para doenças do coração.

Como ocorre o infarto agudo do miocárdio nos diabéticos?
Além da hiperglicemia, outros fatores de risco são muito comuns nos pacientes com diabetes, sendo considerados "más companhias". Esses fatores incluem hipertensão arterial, alteração do metabolismo das gorduras (aumento do colesterol "ruim" LDL, aumento dos triglicérides e redução do colesterol "bom" HDL), tabagismo, obesidade, falta de atividade física e presença de microalbuminúria (proteína na urina). A presença desses fatores de risco predispõe à aterosclerose, processo que ocorre com a deposição de placas de gordura nas principais artérias do organismo (como as coronárias do coração). Em algum momento da vida, essas placas podem se romper, formando coágulos de sangue que levam à obstrução dessas artérias. É isto que ocorre no infarto do miocárdio.

Os sintomas de infarto do miocárdio são iguais nos pacientes com diabetes?
Em vários pacientes sim. Porém, os pacientes com diabetes podem apresentar manifestações atípicas da doença arterial coronária, que vão desde a total ausência de dor (infarto silencioso), até a presença de dor em locais fora da região do tórax (parte superior do abdome, ombros, dorso e pescoço), dificultando assim o diagnóstico da doença.

É possível evitar o infarto do miocárdio em pacientes com diabetes?
Vários estudos sugerem que o bom controle das taxas glicêmicas, associado ao controle dos outros fatores de risco (colesterol, hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo e atividade física regular), promovem um efeito protetor contra o infarto agudo do miocárdio. Além disso, existem medicações que podem promover um efeito protetor, como a Aspirina. Essas orientações devem ser dirigidas pelo médico assistente, individualizada para cada caso.

Como saber se o paciente tem alteração nas coronárias ou se tem risco de ter infarto agudo do miocárdio?
Várias associações médicas (como a brasileira e a americana de diabetes) sugerem que os pacientes com diabetes devam receber uma avaliação anual para o risco de doenças no coração. Os pacientes com baixo risco (jovens, com diagnóstico recente de diabetes, sem outros fatores de risco) podem ter uma avaliação mais simples (eletrocardiograma de repouso). Além do exame clínico com o médico, que é fundamental, indica-se a realização dos exames rotineiros dos fatores de risco (avaliação do diabetes, colesterol, triglicérides, pressão arterial). No entanto, preconiza-se também a realização de testes para a detecção de isquemia miocárdica. Dois testes são indicados para essa avaliação, sendo prescritos pelo médico assistente, segundo as características de cada paciente:

  • Teste ergométrico (o chamado teste de esforço ou esteira);
  • Teste ergométrico com cintilografia miocárdica (MIBI).


    Em situações especiais, para pacientes impossibilitados de realizar atividade física, outros exames podem ser necessários para a detecção de isquêmia miocárdica:

  • Cintilografia miocárdica com stress farmacológico (Dipiridamol + MIBI);
  • Ecocardiograma com stress farmacológico (ECO + Dobutamina/ECO + Atropina).


    A realização desses exames auxilia no diagnóstico precoce da insuficiência coronária, podendo prevenir a ocorrência de eventos cardíacos maiores.

Autor: Dr. André Fernandes Reis

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