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03/07/2011
Instinto institucional

nstinto Institucional

Conforme as Escrituras mais antigas, a humanidade começou quando havia um homem no paraíso. Vivia só e por tanto “se virar” sozinho ele estava fraco. Condoendo-se dele e através de sua costela o Criador criou-lhe uma companheira. Sim, uma mulher. Parece que alguns não entenderam... Pra companheira do homem foi criada uma mulher, mulher... MULHEEEEEERR. Quanto ao homem, ele foi criado do barro? Não poderia ser criada também do barro a mulher ao invés de o ser por uma costela? Bem, isso é pra judeus responderem, pois, sendo deles, o Velho Testamento é anterior ao cristianismo. Como consta nele, houve a queda do casal do paraíso e o casal se multiplicou. No início disso, ainda com poucos habitantes no mundo pode-se pensar que entre consanguínios o incesto esteve atuante para promover a multiplicação. Depois, com o planeta povoado, por inspiração divina os homens confeccionaram um livro que veio a ser sagrado como regras de condutas humanas. Num dos trechos do livro encontra-se esta frase: Maldito seja o homem que se deitar com outro homem. Hoje, o “nada se sustenta” está a contrariar essa crença. Isso é notório numa parcela da sociedade que separa as leis divinas das leis terrenas. Temos notícias de homens amasiados com homens e mulheres amasiadas com mulheres. Isso é certo ou errado? Tem uma explicação dada por alguns entendidos. Segundo eles, para evitar a superpopulação, a natureza tem seus meios próprios de equilíbrio ecológico. Através deles promove a incidência de seres indesejáveis ao sexo oposto e assim diminui a reprodução da espécie humana. Verdade ou mentira? Isso é indiferente para aqueles cujos instintos “falam” mais alto do que a razão. O instinto distinto da razão esteve a ganhar supremacia sobre a moralidade que combatia contra ele. Estabelecido como mais preponderante que a emoção e a razão, o instinto esteve a “disciplinar” a conduta de muitos. Contrariedades existem naqueles de uma geração antiga, condicionados que foram a abafar os excessos dos instintos para assistirem agora a exaltação pública deles. Confusa entre o certo e o errado, perplexa ou não, a humanidade mais está sob o jugo do sensualismo e este é um dos “pratos preferidos” das divulgações a que ela está exposta. Disso redunda maior facilidade para qualquer um expor suas tendências amorosas. O “ele com ele” e o “ela com ela”, agora, amparados por lei podem alterar o velho conceito do que seja uma família, ou, outro conceito poderá ser criado para essa “modernidade” a duvidar da totalidade da lei dos opostos que se atraem.

Altino Olympio

Comentário sobre "Instinto institucional"

Achei ótima essa colocação sobre um tema tão difícil e delicado.
Interessante as citações bíblicas. Elas nos levam a refletir e analisar principalmente sobre um outro ângulo .
Pela nossa educação religiosa, a homossexualidade sempre foi um tabu, rodeada de preconceitos, marginalização e mais ainda: de um enorme sentimento de pecado e medo.
Ao ler a frase biblica "Maldito seja o homem que se deitar com outro homem" percebemos que a frase foi criada por pessoas que já no passado presenciavam a realidade de uma identidade sexual não muito bem entendida. Por ai se conclui que o homossexualismo sempre existiu, sempre foi uma realidade no universo humano e animal e nem mesmo a religião com seus ritos, proibições e ameaças foi capaz de extinguí-lo.

Por um longo período a humanidade tentou camuflá-lo pois sentiu que não existia outra forma de conviver com uma situação contrária à natureza onde o sexo era visto unicamente como meio de procriação , preservação da espécie. E, nestes casos só se justificaria o homem unir-se à mulher.

Mas, chegamos aos trancos e barrancos, num século de liberdade de pensamentos, de ideologias e não seria diferente no que diz respeito à sexualidade.

Também nos deparamos com uma abertura intelectual intensa, conhecimentos filósoficos e psicológicos muito mais amplos e profundos e neste caso a nova opção passou a ser aceita ou bem menos marginalizada que em tempos passados.

Ligar a TV e ver cenas de homossexualismo é praticamente comum. Trabalhos cinematográficos caríssimos são realizados com primor tentando fazer a sociedade admitir em seu meio situações que antes eram condenadas.

Eu particularmente, tento me adaptar a esse novo mundo onde pessoas do mesmo sexo, expõem sem restrições sua vida sentimental. Não sei se aceito. Quando caio para o lado condenatório e crítico tento ver o outro lado. Aquele que me leva a tentar compreender e imaginar o sofrimento íntimo que estas pessoas enfrentam por serem tão diferentes das demais.

Acho, porém, exagerada a divulgação de cenas homossexuais pela mídia. Acho exibicionismo o que anda se mostrando em novelas, filmes etc. Creio que sentimentos e atos sexuais não precisam ser expostos, escancarados à opinião pública e em manifestações vulgares.

A realidade, no entanto, existe, está ai. Requer nossa compreensão e nossa reflexão. Como consta na crônica, talvez seja mesmo o modo com que a natureza reduza a multiplicação da espécie. Se é certo ou errado, ninguém sabe. Julgamentos preconceituosos também nada contribuem.

Aceitar ou não aceitar é uma questão de necessidade às vezes ou prova de resignação e evolução espiritual como Alan Kardec tão bem explicaria em suas doutrinas.

Talvez, um dia haja explicações mais convicentes para o tema, mas, até lá conviveremos com isso, queiramos ou não.



Fátima Chiati



Altino Olímpio