20/05/2010Transplante de pâncreasNoticias
Transplantes de Pâncreas
12/5/2010 - Portal Diabetes
O pâncreas além de suas funções digestivas, produz também insulina, através de algumas células específicas (células Beta das ilhotas de Langerhans). A insulina controla o metabolismo da glicose e a sua deficiência ocasiona o diabete melitus.
O diabetes de início juvenil (tipo I ou insulino-dependente), que era uma doença fatal, teve sua história natural modificada pela descoberta da insulina em 1922. O emprego da insulina evitou a morte pelas complicações agudas, mas não preveniu o lento desenvolvimento das complicações cardíacas, renais e oftalmológicas do diabetes, as quais resultaram em situações incapacitantes ou mesmo letais.
Visto que as anormalidades metabólicas dos diabéticos são ocasionadas pela abolição das funções das células Beta do pâncreas, parece lógico tratar esta doença com o transplante de ilhotas de Langerhans funcionantes. E isto pode ser feito utilizando o pâncreas como órgão completo ou implantando apenas as ilhotas pancreáticas.
Atualmente, o transplante de pâncreas é o único tipo de tratamento do diabetes tipo I que pode normalizar o metabolismo da glicose. O transplante de ilhotas livres tem o mesmo potencial, sem os riscos da cirurgia, mas os resultados ainda são inconsistentes e o mesmo não é mais realizado aqui no Brasil.
O principal motivo para o desenvolvimento mais lento do transplante de pâncreas, em relação ao transplante de outros órgãos, deve-se ao fato de que o diabetes insulino-dependente não é uma doença fatal. Portanto, o transplante não é utilizado para salvar a vida dos pacientes, mas para melhorar a sua qualidade de vida, corrigindo as anormalidades metabólicas e, portanto, prevenindo ou retardando o desenvolvimento das complicações do diabetes.
O transplante de pâncreas tem sido utilizado em três situações em pacientes diabéticos do tipo 1:
Pacientes diabéticos que já receberam um transplante renal prévio, neste caso já estão utilizando a imunossupressão: transplante de pâncreas após o transplante de rim. ·
Pacientes diabéticos com doença renal grave, em diálise, necessitando de transplante renal: transplante simultâneo de rim e pâncreas.
Pacientes diabéticos sem insuficiência renal e com diabete de difícil controle (atestado pelo endocrinologista) ou hipoglicemias assintomaticas : transplante isolado de pâncreas.
Visto que o objetivo do transplante de pâncreas é prevenir as complicações do diabetes, ele deveria, idealmente, ser realizado antes do desenvolvimento da lesão nos rins ou em outros órgãos. Entretanto, devido aos riscos da cirurgia e da imunossupressão, o tratamento com insulina ainda é o mais indicado para a grande maioria dos pacientes com diabetes do tipo 1, sendo o transplante isolado de pâncreas reservado para pacientes cuidadosamente selecionados, com controle metabólico tão difícil que o estado diabético, por si só, poderia colocar em risco a vida do paciente ou então seria muito incapacitante.
O transplante simultâneo de pâncreas e rim é um procedimento seguro e efetivo para tratar doença renal diabética avançada e é associado com decrescente morbidade, melhor reabilitação e função metabólica estável ao longo do tempo. O prognóstico a longo prazo, é excelente e fornece o potencial para uma melhor sobrevida com estabilização das complicações diabéticas.
A indicação clássica do transplante de pâncreas é para diabéticos tipo 1 ( juvenil ) e com complicações. A exceção é a indicação para transplante de pâncreas-rim e com igual sucesso para diabéticos tipo 2, mas com critérios rigorosos, isto é:
Diabéticos tipo 2 insulino-dependentes há pelo menos 5 anos;
Insuf. renal crônica;
Ausência de obesidade;
Necessidade de insulina < 2 Un/kg
Se tiver dúvidas a respeito, escreva um e-mail para [email protected]
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