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07/05/2010
Retinopatia diabética

Saiba mais sobre esta complicação do Diabetes e seu tratamento.
30/4/2010 - Correio da Semana

A Retinopatia Diabética (RD) é caracterizada por alterações vasculares que aparecem na retina, podendo causar pequenos sangramentos e, como conseqüência, baixa da acuidade visual.
imgRepresenta a terceira causa de cegueira em adultos no Brasil, estando atrás apenas da catarata e glaucoma. É a complicação crônica mais comum do Diabete Mellitus (DM).

É uma doença bilateral, embora possa se apresentar de forma assimétrica. Os diabéticos têm 25 x mais chances de se tornarem cegos do que os não diabéticos.

Incide desde o nascimento até a velhice. Como a humanidade está vivendo mais, surge um paradoxo: o aumento do número de diabéticos e o aparecimento de complicações devidas ao DM.
Se não houver um controle glicêmico adequado, a RD ocorre em quase 100% dos diabéticos que dependem de Insulina (DM tipo I), e 50-80% dos diabéticos que não necessitam de Insulina (DM tipo II). Estes percentuais são bem menores nos pacientes que mantêm as taxas de glicemia dentro da normalidade.

Outras alterações comuns nos diabéticos são: neuropatia, alterações cardíacas, nefropatia, existindo uma grande associação desta última com a retinopatia diabética. A gestação pode agravar a doença retiniana diabética.

A RD só se instala após cinco anos do início da hiperglicemia. Os portadores de DM tipo I (início da doença bem delimitado), merecem a primeira avaliação oftalmológica após cinco anos do diagnóstico, enquanto que os diabéticos tipo II (início da doença indeterminado), precisam ser avaliados desde o momento do diagnóstico.

A avaliação de triagem deve ser feita pelo Mapeamento de Retina. Na ausência de RD, o exame dever ser repetido com intervalo de um ano. De suma importância é o controle da pressão arterial. Estudos mostram que se mantivermos a pressão arterial < 130 x 80 mmHg, pode-se retardar a progressão da retinopatia e nefropatia.

Nos últimos quinze anos, avanços foram realizados de forma a prevenir, tratar ou mesmo retroagir as complicações do DM, especialmente a RD.
Após a descoberta da Insulina em 1922, pelos canadenses, Banting e Best, os diabéticos não só estão vivendo mais, mas também tendo uma vida normal e feliz.

O tratamento baseia-se na fotocoagulação a laser, a qual, quando realizada em tempo hábil, reduz em cerca de 95% o risco de cegueira ou grave déficit visual. Os oftalmologistas, com o uso dos raios de laser, trouxeram benefícios preciosos, mas tratam-se os efeitos e não as causas dos malefícios representados pelo diabético mal cuidado.

Uma inovação no tratamento da RD é a injeção intra-vítrea de medicamentos anti-angiogênicos e de corticóide, que têm por objetivo melhorar a visão do paciente, através da absorção dos fluidos que se depositam na região de melhor visão, que é a mácula, local onde o laser não pode atuar, devido à formação de cicatrizes, e, conseqüentemente, seqüelas visuais. Trabalhos recentes têm mostrado excelentes resultados e novas perspectivas em termos de melhora da visão e qualidade de vida estão por vir.

Dra. Andréa Gifoni Siebra
Oftalmologia (Retina/Lentes de Contato)
Professora da Faculdade de Medicina de Sobral - Atende: na Clínica Santa Clara
Rua Deolindo Barreto, 780 – Sobral-CE
Fones: 3611 1127 – 36111096 – 9221 3850