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07/05/2010
A menopausa e o diabetes

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Mulheres & Diabetes
30/4/2010 - Diabetes

O início da menopausa em mulheres diabéticas merece mais atenção ainda do que a normalmente dedicada a não diabéticas que entram nesse período, quando cessa a menstruação e também a capacidade de reprodução. Não que a menopausa chegue de forma diferente, mas porque a falta de hormônios femininos que caracteriza essa fase aumenta o risco que a diabética já enfrenta de ocorrência de doenças vasculares.
“A mulher sofre grande mudança hormonal na menopausa porque os ovários deixam de funcionar e não produzem mais estrógeno e progesterona”, explica a endocrinologista Maria Elizabeth Rossi da Silva, médica colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e assistente do Hospital das Clínicas da FMUSP.
A menopausa tem entre seus principais sintomas a ocorrência de ondas de calor, irritabilidade, insônia, nervosismo, cansaço, depressão, diminuição da libido, atrofia da pele e mama e propensão a osteoporose. As mudanças observadas no corpo vão desde a acentuação de rugas no rosto ao aumento de gordura no abdome e consequente perda de cintura. A gordura concentrada na região da cintura aumenta o risco de diabetes e doenças cardiovasculares. Após alguns anos, a mulher passa a correr o mesmo risco que os homens de sofrer um infarto, por exemplo, sendo que a mulher diabética apresenta risco ainda maior.
Segundo Maria Elizabeth, a solução é manter-se magra, buscando alimentação saudável, pobre em gorduras e rica em frutas, verduras e cálcio, e fazer exercícios, principalmente os aeróbios – caminhadas, bicicleta, natação, entre outros. Importante também é conservar a glicemia sob controle e tratar outros fatores de risco para doença cardiovascular. Quando o organismo reduz a produção de estrógeno, a tendência é aumentar o nível de colesterol. Por outro lado, com o eventual aumento de peso, os valores de triglicérides também podem subir. Há possibilidade, ainda, de aumento de pressão arterial. Todos esses fatores representam riscos e devem ser acompanhados e controlados, alerta a endocrinologista.
Com o envelhecimento, a pessoa tem seu gasto metabólico diminuído, tende a tornar-se mais sedentária e deveria comer menos, afirma Maria Elizabeth. Mas isso geralmente não acontece e daí vem o aumento de peso, com suas consequências.
Outro aspecto que merece atenção cuidadosa é o relacionado à reposição hormonal. Alguns hormônios, principalmente o estrógeno, se tomados por via oral melhoram a glicemia, o colesterol e a elasticidade das artérias. No entanto, podem favorecer a coagulação e trombose e a elevação dos triglicérides, aumentando o risco cardiovascular para a diabética. Além de optar por medicamento para reposição hormonal por via transdérmica ou inalada em baixas dosagens, a diabética deve fazer estreito acompanhamento médico, com exames de ultra-som de útero e ovários e mamografia anuais, alerta a médica.