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25/08/2009
Melhor idade

Uma família recebeu uma parenta, e esta, por várias vezes esteve a repetir “nós que estamos na melhor idade”, isso, para discorrer sobre alguns assuntos. O dono da casa recitou pra ela uma poesia do passado que enaltecia a infância e a juventude acrescentando: Essa sim é que é a melhor idade. Às vezes ouvimos tais disparates, porém, eles servem para avaliarmos nossa sanidade mental e a compará-la com a dos outros. Melhor idade? Seria mesmo? Mas, pessoas assim se dizendo, no mais das vezes já estão num estado lastimável com problemas de saúde, perdas de seus atrativos físicos e até com dificuldade de memória. Os seus “estamos na melhor idade” seria um querer enganar o espelho? Nesta era da comunicação das massas é fácil perceber palavras substituindo fatos ou os distorcendo. Os fatos são como são e não se modificam diante das palavras a querer diferenciá-los do que são. A palavra “idoso” está a substituir a palavra “velho”, mas, são sinônimos. Ambas têm significado igual no dicionário. Já ouvimos dizer que não se deve falar “velho” e sim “idoso”. Muitos mal informados a dizer isso pensam existir diferença entre essas palavras e chegam até a pensar que idoso não é velho (risos). Aqui está a presença do eufemismo, pois, “idoso” é mais simpático de se ouvir e “velho” está sendo considerado pejorativo. Entretanto, pessoas idosas podem mesmo estar na melhor idade para visitas ao médico, consumir remédios, ter dores no corpo, desânimos e outras mazelas da idade. Muita troca de valores da vida foram trapaças a iludir os menos favorecidos mentalmente, aqueles que sem raciocinar acolhem tudo para depois espalhar.


Altino Olímpio