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07/07/2009
Aplicação de insulina

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Cuidados - Diabetes
5/7/2009 - Diabetes

O que fazer para que a aplicação de insulina gere os melhores resultados, acompanhados do menor incômodo e inconvenientes? Algumas dicas oferecidas aqui pela educadora em diabetes Nívia Aparecida Pissaia Sanches, enfermeira da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), podem ajudar a evitar problemas com a contaminação, surgimento de distrofias e conseqüente subaproveitamento da insulina pelo organismo. Veja como:

Nívia Aparecida Pissaia Sanches - "A primeira preocupação do diabético em relação à aplicação da insulina deve ser com a escolha da agulha e da seringa que vai utilizar, lembrando que o tamanho da agulha está diretamente relacionado ao Índice de Massa Corpórea (IMC). Existem três tipos de agulhas para seringa (de 8, 12 e 13 mm) e três tipos para canetas (5, 8 e 12 mm). As mais curtas são apropriadas para quem tem IMC abaixo de 25 e as mais longas para quem está acima desse índice. Vale lembrar que quem utiliza as agulhas de 5 mm em canetas não precisa fazer a prega cutânea para aplicar a insulina.

Antes de aplicar o hormônio, é fundamental lavar previamente as mãos com sabonete e, depois, limpar o local de aplicação com um algodão embebido em álcool a 70°, vendido em farmácia. O álcool de uso doméstico, de 46° ou de 96° GL, não é adequado para a assepsia. No momento da limpeza, deve-se passar o algodão dos dois lados: cada lado apenas uma vez, em um sentido, porque friccioná-lo em círculos equivale apenas a levar as bactérias para "passear".

A escolha do local também é importante. Pode ser a região do abdômen, para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita, desde que a dois dedos do umbigo, ou a região posterior do braço, dois dedos acima do cotovelo e dois dedos abaixo do ombro. A coxa pode ser outro local escolhido, tanto na parte da frente como na lateral, à distância de três dedos do joelho e três dedos da região inguinal - que é o ponto onde termina o tronco e começa a coxa. Finalmente, também é possível fazer a aplicação na região do glúteo, no quadrante superior externo. Esses locais são os mais indicados porque é onde se concentra a maior quantidade de tecido subcutâneo, que fica abaixo da derme e acima do tecido muscular. A insulina deve ser aplicada no tecido subcutâneo no dia-a-dia e pode ser injetada no músculo ou na veia apenas em situação especial e de emergência, quando se precisa de uma absorção mais rápida e, mesmo assim, isso só pode ser feito por decisão do médico.

É imprescindível prestar atenção no rodízio dos locais de aplicação. Antigamente recomendava-se que a cada aplicação fosse escolhido um local. Mas hoje já se sabe que a absorção da insulina é feita em prazo diferente dependendo do local onde ela é injetada: no abdômen é mais rápido do que na perna que, por sua vez, é mais lenta do que no braço. Assim, a recomendação é que a aplicação seja decidida em função da alimentação e da atividade no período. Por isso, é possível aplicar no abdômen de manhã e na coxa à tarde, por exemplo.

A falta de rodízio pode provocar a lipohiperdistrofia, ou seja, o aumento de volume na região utilizada com maior freqüência, porque a insulina é um hormônio anabolizante. O reaproveitamento da seringa, embora não recomendado, é uma prática adotada por alguns diabéticos. O reuso da seringa faz com que a agulha assuma a forma de um anzol, traumatizando a região e formando uma fibrose, tornando-a mais endurecida e impedindo que a absorção da insulina ocorra de maneira eficiente. Quando isso ocorrer, deve-se evitar a região por um certo período de tempo. Essa é uma situação passageira e tomando o cuidado de não utilizar a região afetada como local de escolha para a aplicação e de, na medida do possível, não reutilizar agulha, em pouco tempo haverá recuperação total do tecido subcutâneo."

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