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30/10/2008
Crianças podem se beneficiar de "agenda cheia", sugere pesquisa

Ao contrário do mito, pequenos superocupados são relativamente raros. Atividades extracurriculares, se dosadas, ajudam na escola e na vida.

Qual é a agenda ideal para as crianças? Essa é uma das preocupações constantes dos pais nos dias de hoje. São atividades físicas e cursos extracurriculares, muitas vezes deixando a agenda das crianças com cara de agenda de executivos. Mas existe uma dose ideal de atividades?

Os especialistas se dividem, e artigos são publicados a favor e contra. Um trabalho científico buscou quantificar o tempo gasto pelas crianças nas atividades extras e qual o impacto sobre seu resultado acadêmico. Apesar de avaliar um grupo populacional americano, os dados mostram que o excesso de atividades não é tão freqüente quanto se imagina.

A pesquisa mostrou que 40% das crianças não fazem atividades extra curriculares e mais de 50% ocupam cinco horas por semana em atividades estruturadas. Apenas 5% delas se mostraram com uma agenda muito ocupada, com até 20 horas de atividades extras. A análise dos resultados acadêmicos mostrou que as crianças ocupadas têm melhores resultados na escola e também têm desenvolvimento psicológico superior, com bom ajustamento social.

Por outro lado, os pais das crianças envolvidas em muitas atividades relatam queixas de cansaço por parte das crianças e que todos sofrem com as demandas de transporte e ajuste de tempo entre as aulas. De qualquer forma, os dados levantados na pesquisa mostram que esse, como outros problemas, deve ser avaliado de forma individualizada e imparcial, buscando-se sempre o equilíbrio entre as atividades e deixando tempo para que as crianças possam ser crianças.

Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN

G1