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10/10/2008
Células tiradas de testículo funcionam como células-tronco

WASHINGTON - Células extraídas de testículos humanos parecem ser tão versáteis quanto células-tronco derivadas de embriões, informam pesquisadores nesta quarta-feira, 8, no que poderá representar uma nova abordagem para este campo em expansão.

O novo tipo de célula-tronco poderá ser útil para o cultivo de tecidos personalizados para transplante, de acordo com um estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista Nature. Mas, por conta de sua fonte, o benefício é mais promissor para apenas metade da população humana: os homens.

Células-tronco embrionárias podem dar origem a virtualmente qualquer tecido do corpo, e cientistas acreditam que poderão oferecer tratamentos para doenças como o mal de Parkinson, diabete e lesões da coluna vertebral.

As células testiculares evitam o dilema ético das células-tronco embrionárias, que são recolhidas num processo que destrói embriões. Por esse motivo, pessoas como o presidente dos EUA, George W. Bush, se opõem às pesquisas com elas.

A vantagem destas células em comparação com as células-tronco embrionárias é que não há problemas éticos com elas, e são naturais... diz o principal autor do estudo, Thomas Skutella, do Centro de Biologia e Medicina Regenerativa de Tübingen, na Alemanha.

O uso de células testiculares não é a única abordagem promissora que contorna o uso de embriões: já ocorreram experimentos com a reprogramação de células ordinárias do corpo humano, para que passem a funcionar como células-tronco.

Especialistas saudaram o novo desenvolvimento como promissor, mas não como razão para abrir mão do uso de células de embriões. É empolgante. Poderíamos fazer funcionar para homens. Mas isso deixa as mulheres sem uma saída fácil... disse o cientista de células-tronco George Daley, do Instituto de Células-Tronco de Harvard. Ele disse que as células embrionárias têm um lugar todo seu na biologia.

O novo resultado deverá levar anos para se traduzir em tratamentos médicos. Mas Daley diz que os novos esforços podem se beneficiar dos resultados de uma década de pesquisas com células-tronco embrionárias e, por isso, avançar mais depressa.

DiabeteNet.com.br