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10/04/2008
Insulina inalável causou câncer

Pfizer admitiu ontem que Exubera elevou casos de tumor no pulmão

Os laboratórios farmacêuticos americanos Pfizer e Nektar Therapeutics anunciaram ontem que foi observado um aumento nos casos de câncer de pulmão em pacientes que consumiram a insulina inalável Exubera.

A revelação levou a Nektar, empresa que desenvolveu o medicamento, a encerrar a busca por um parceiro comercial e a abandonar definitivamente o produto.

A Pfizer havia devolvido os direitos de comercialização do Exubera à Nektar em outubro de 2007.

Na época, a companhia afirmou que a 'decisão não se devia a qualquer problema relacionado à eficácia e à segurança do produto, que foram amplamente comprovadas por estudos clínicos' e que havia tomado a decisão porque a droga 'não teve a aceitação esperada do mercado'.

Agora, a empresa admitiu que 6 dos 4.740 pacientes diabéticos que participaram de testes clínicos com o Exubera desenvolveram câncer de pulmão, enquanto no grupo de 4.292 pessoas tratadas com outro tipo de insulina, houve somente um caso da doença.

O aumento dos casos de câncer de pulmão relacionados ao Exubera levou o laboratório a atualizar as indicações de possíveis efeitos colaterais. 'Alguns pacientes continuam a tomar o Exubera, como aqueles que se encontram em programas de tratamento de transição', explicou a Pfizer.

O medicamento, indicado para tratamento da diabete tipos 1 e 2, recebeu a aprovação do FDA, a agência americana que regula remédios, em janeiro de 2006 e, em junho, recebeu o sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os laboratórios Novo Nordisk e Eli Lilly também desenvolveram pesquisas para lançar a insulina inalável.

O Estado de São Paulo