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13/09/2006
Intervalo 2

Parecendo embutida nas músicas, a nostalgia altera o estado de espírito para o pensamento do que hoje somos e onde estamos, e nessa circunstância ficamos “olhando” como fomos, onde já estivemos e com quem já ficamos.

Saudades são refúgios no passado durante as distrações dos momentos presentes.

O ar, o mar, o céu, o sol, o universo e Deus, parecem tão sem importância quando estamos sofrendo pela ausência de alguém que nunca mais vai voltar.

Até onde chegamos quase sem perceber, sem perceber resta ainda o até onde vamos chegar e se lá não vamos chegar, isso também não dá para perceber.

Sempre somos solidão e os outros só servem para criar a ilusão da ausência dela.

A notoriedade é a vaidade dos indignos de se notar e é melhor “ser” sem aparecer do que aparecer sem “ser”.

Quando o vazio nos existe, ele nos empurra para o vazio dos outros.

Tédio é falta do que fazer dos que sempre vivem pelo mesmo que sempre fazem.

Sempre pensamos que vivemos a vida quando é ela que vive em nós até quando quer, por isso, “um destino para cada um”, é para esconder nossa ignorância disso.

Tempo culmina em maturidade, é quando podemos sentir o quanto somos imaturos.

O estar só a deriva em alto mar é igual estar a deriva entre os seres humanos, pois, nunca se sabe onde vamos aportar.

Vivemos a usufruir tudo o que existe, ainda bem, porque, se fôssemos usufruir o que existe em nós, não teríamos motivos para existir.

Às vezes detestamos alguns defeitos só até antes de nos apaixonarmos por alguém que os tenha.

Quando melhor aprendemos como viver, não falta muito tempo para morrer.

Na juventude das mil e uma peripécias gostamos de nosso corpo, mas, na velhice parece que ele só serve para atrapalhar a nós e aos outros.

O amor sempre começa tão lindo e tão intenso e com o tempo torna-se indiferente para evoluir até o “por dever, obrigação e o manter das aparências” os ex-amantes se aturarem.


Altino Olímpio