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20/04/2006
Amigos e Amigos

Dizem que é bom ter amigos. Tem gente de poucos e tem gente de muitos. Também, tem gente que só tem um amigo. Um, poucos ou muitos, a diferença fica apenas no quanto de nosso tempo eles nos roubam. Quem mais tem, menos tempo tem para cuidar da sua vida. Para aqueles sempre carentes de companhia, alguém de confiança para confidências, um amigo pode ser uma “bengala” para se apoiar. O problema é que um fica sabendo tudo do outro num ficar de “rabo preso” que, se houver uma ruptura da amizade, um pode ficar apreensivo com o outro devido aos segredos que ele sabe. O delatar deles e outros motivos, podem transformar amigos em inimigos ferrenhos. Dizem mesmo que o pior inimigo é aquele que foi o melhor amigo. Mas, vamos filosofar um pouco. Tem atitudes de pessoas que nós repudiamos. Algumas condutas nos são tão infames, tão imorais, tão desprezíveis, tão indignas de um ser humano ser ou praticar que nós o desprezamos e não o queremos como companhia, principalmente em público porque... “O que não poderiam dizer se nos vissem juntos, poderiam pensar que somos iguais”. Pasmem todos, porém, tem gente que “odeia” tudo isso nos outros, contudo, numa boa aceita e convive bem com uma pessoa amiga, portadora dos mesmos defeitos condenáveis nos outros que não lhes são íntimos. Essa hipocrisia tem um nome: moralista cara-de-pau. Duro é o fingir pra si mesmo, proteger a pessoa amiga como se dela nada se soubesse para não “comprometer” a reputação diante da sociedade. Tudo em favor da conveniência que possa existir numa amizade íntima e o resto... “Ninguém tem nada a ver com isso”.

Altino Olímpio