Um amigo contou uma história sobre uma família
de uma cidade do interior paulista. Vários anos se passaram e ele ainda
retém na memória a tristeza que tomou conta do casal amigo daquela
cidade, quando lá ele esteve.
O casal do interior se divertiu com as brincadeiras do amigo com a esposa e
com as brincadeiras dirigidas para a filha adotiva, criança ainda.
Quando o homem da casa disse estar simpatizado com aquelas brincadeiras atenciosas
com a menina, o visitante respondeu-lhe para também se preparar, pois,
o mesmo teria que fazer com seus netos.
Uma inexplicável tristeza invadiu o ambiente e um marejar de olhos foi
notado. “Embora pai de dois filhos, nunca terei netos, nunca serei avô”,
explicou o homem.
“Meu filho é homossexual e minha filha também. Encerrei
os negócios que tinha numa cidadezinha perto daqui, construí esta
casa bem grande, ---uma mansão é o que dizem--- mas, nela nunca
ouviremos risos e algazarra de crianças”.
O tempo passou e a menina que junto com seus pais adotivos
esteve naquela visita cresceu, e quando se tornou mocinha, ela foi assassinada.
Seus pais têm netos provenientes de outros dois filhos seus.
Lá daquela casa da cidade do interior, a esposa está esclerosada
e o marido também está doente. O filho que tem preferência
por homem e a filha que tem preferência por mulher, continuam na mansão
sendo filhos sem filhos.
Está parecendo uma “maravilhosa novela” da Rede Globo, mas,
não é. Essa circunstância estanca futuro de descendentes,
para muitos é uma contrariedade muito triste e hoje o casal que escapa
dela, é como ganhar um polpudo prêmio da loteria. Puxa-vida! Nem
é preciso tanto exagero. Afinal, quem é o que é, é
feliz como é e só é infeliz quem não é como
o outro é querendo-o como infeliz ele é porque o que ele é,
é o que de fato é e não o que o outro é. Chega!