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14/12/2007
Viver por viver

O que de melhor da existência temos pra viver?
Muitas pessoas percebem que vivem na prisão de suas rotinas, naquele de se ser sempre de sempre de suas monotonias. Isso é o se acomodar numas mesmas ações que impedem inovações.
Esse cotidiano de deveres e responsabilidades produz indiferença pelo que de belo a vida possa ter.
Nos feriados, quando o cotidiano é modificado, surge o tédio transformando-se em melancolia. Para muitos, isso é falta do cotidiano semanal, quando, distraídos de si mesmos são abstraídos de seus tédios.
Tal situação provoca o absorver-se pelas distrações da televisão ou pela busca de outros entretenimentos.
Seres humanos... ...Pobres criaturas!
Atributos das incertezas são caronas do tempo e só ele é responsável e conhecedor do final de suas viagens.
Neste agora de nossas vidas, estamos estonteados pela quantidade e velocidade de informações desnecessárias. Distorcemos valores e acumulamos culturas inúteis. Alguns até percebem que vivem por baixo de um cruel domínio hipnotizador das massas.
Seres humanos... ... Pobres criaturas!
Parece que perderam suas diretrizes!
As que sobraram são relativas a posturas populares imitadas e de antemão previsíveis. Essa robotização teve como conseqüência, papagaios repetidores e macacos imitadores, como hoje é a maioria, que, assim induziu-se como isso sendo normalidade. Quem escapa a essas condutas é considerado retrógrado.
Contudo, imitações acarretam em padecimento nos inacessíveis á elas. Suas impossibilidades pelo igualar-se com a maioria geram, como sabemos, sentimento de inferioridade, inveja e mesmo revolta e são ingredientes para um viver infeliz e insatisfeito. Seres humanos... ... Coitados!
Em muitos, suas preocupações pela sobrevivência são torturantes.
Elas causam indiferenças pela vida e o distanciamento do que de melhor ela possa ter e o melhor pode estar disponível na simplicidade. Porém... Simplicidade... ... Como encontrá-la se esta encoberta pelo nevoeiro cinzento do mundo das imitações e ilusões?
Muitos não gostam de serem simples. Preferem serem atualizados, sofisticados e até superiores.
Afinal, o que é ser simples ou simplicidade?
Simples é o puro não misturado, o fácil, o sem acessórios, o inocente. Simplicidade é o agir e viver com naturalidade. Assim sendo não é melhor vivermos assim?
Na tranqüilidade e serenidade que cada um pode transferir para outros na inexistência de comparações e competições quando se relacionam.
E, quando na quietude do isolamento afastar o pensamento do mundo de fora e buscar refugio no próprio âmago, onde e quando nossa simplicidade se sobressai pela ausência de outros desprovidos dela. Isso, não mais sendo apenas “viver por viver” já é um melhor saber viver.

Altino Olímpio