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23/05/2011
Cade você?

Cadê você?

--Quo vadis? (Aonde vais?)
--Ah! Estou indo pra minha terrinha a procura de desaparecidos. É que... Parece que sou do tempo das carruagens e agora diante de tanto progresso, tanta modernidade e tanta tecnologia me encontro perdido. Parentes, amigos e conhecidos estão desaparecidos, não os vejo mais. Aliás, também, nem eu mesmo me vejo. Pouco saio por ai e não me vejo na rua. Estou com saudade de mim mesmo. O que terá acontecido com as pessoas? Não se gostam mais e por isso evitam se encontrarem? Nas raras vezes ao se avistarem em locais de compras ou outros, até parece haver desinteresse pela alegria de um reencontro. Antigamente mais as pessoas se deslocavam a pé. Em qualquer lugar onde se viam, paravam pra conversar. Era comum conversarem tranquilamente nas ruas. Hoje não, mas... Num desses dias de quando a gente se sente sozinho no mundo, tua imagem surgiu no meu pensamento. Incrível não? Dentre tantos rostos cujas fisionomias estão mantidas em minha memória, foi o teu que me apareceu. A curiosidade se fez presente querendo indagar como está você. Como satisfazê-la se nunca mais nos vimos e agora nem me lembro de quem possa me informar sobre você? Terá tido na vida mais alegrias que tristezas? Sabe, sua presença em meu pensamento me trouxe melancolia. Isso me fez rebuscar na mente outros rostos conhecidos de outrora. Eu os vi na importância que foram para mim. Neste instante eles me são muita saudade. Onde e como estarão? Quais deles já seriam ausências que eu não soube? “O tempo é um trem expresso e as estações são as pessoas queridas que deixamos para trás”. Quando ultrapassando a maturidade nos vemos no esquecer e no ser esquecidos. Para muitos, pessoas que lhes foram queridas serão como se não tivessem existido em suas vidas. Puxa-vida! Às vezes estes devaneios me separam da realidade do presente. Gosto deles, mas, ainda bem que não são freqüentes.

Altino Olympio