11/05/2010Mulheres difíceisHoje se contarmos como eram as mulheres de um passado não tão remoto parece que estamos contando mentiras. O foco de nossas lembranças não poderia ser outro senão Caieiras, local este, onde todos entre si eram conhecidos até parecendo ser uma grande família. A educação, a honestidade, a consideração e o respeito ao próximo eram fatos constantes. Mas, vamos ao que interessa. As moças e os rapazes antes de iniciarem seus namoros, primeiro eles “tiravam linha”. Isto é, ficavam algum tempo trocando olhares onde se encontravam e nisso já se sabia “quem era de quem”. Sim, se apaixonavam antes mesmo de se aproximarem. Depois que isso acontecia um namoro tinha início. No mais das vezes a moça nunca ficava a sós com o rapaz, sempre tinha alguma irmã menor ou uma colega por perto. Acompanhar, levar a moça até o portão da casa dela já era um sinal de boas intenções. Nisso, andar de mãos dadas era a tão deliciosa primeira intimidade. O beijo nos lábios demorava em acontecer, às vezes até mesmo por vários meses. Logo os pais da moça exigiam que ela convidasse o rapaz para o “namoro em casa”, mas, para isso ele teria que pedir o consentimento deles e no ato declarar suas “boas intenções”, no caso, a de se casar com ela. Mais ou menos igual para todos os namoros, o costume era o consentimento de terem um tempo para ficarem a sós na área externa da casa para se despedirem. Só então intimidades mais ousadas eram possíveis. A seguir o rapaz e a moça ficavam noivos de aliança e até com data marcada para o casamento. Em sua maioria as moças em seus namoros daqueles tempos eram bem resguardadas, cautelosas e, se permitiam liberdade sensual, esta, só ia até onde se podia, mas, quase nunca até o desfazer da virgindade delas. Algumas ficavam na “boca do povo” quando os rapazes davam com a “língua nos dentes” sobre suas sensualidades com elas. Nem sempre eram verdades e se eram podiam conter exageros. Como conseqüência tais moças ganhavam o adjetivo de leviana, “deixa marretá” e etc. Aqui está o porquê as moças eram tão precavidas. Aquela até então tradição mantida de “tirar linha”, namorar, noivar e casar proporcionou casamentos duradouros. Muitos casais daquela época ainda estão unidos nestes tempos quando os tempos de outrora ficaram na memória como tivessem sido apenas o enredo de uma história ou um filme de romance que teve fim. Outro filme para continuá-lo nunca mais teve e nem teremos.
Comentários à matéria acima.
"Não acho que as mulheres eram "difíceis" - elas eram reprimidas, cheias de medos, do pai, da mãe, do vizinho, de engravidar, de ficar mal falada, etc. etc., e, via de regra, casavam-se e tinham medo do marido. É claro que havia as que faziam bons casamentos, apesar da inexperiência, de mal conhecer o marido, mas, sem medo de errar, pra grande maioria o filme não tinha um final tão feliz assim. Elas apenas não o revelavam!!!!! "
Altino Olympio