Versão para impressão

20/03/2009
Lembranças da "bocha"

Meu caro amigo Altino!
Saudações!

Que gostosa leitura e lembrança do pessoal da bocha. Como vc disse, muitos nomes surgiriam depois. Pois é, eu me lembrei do meu pai Odair Miranda jogando e foi através dele que aprendi a gostar também desse jogo.
Lembro de uma turma posterior a essa que vc citou: meu pai gostava de jogar a ponto, o Marcondes, excelente atirador, Aquiles Nanni, Marreco, e outros.
Eu curtia muito esse ambiente saudável que proporcionavam esses senhores. Uma verdadeira aula de nobreza. Era interessante o respeito, o silêncio e a sutileza de uma bola jogada a ponto. A medição da bola mais próxima do balim, a confirmação do ponto estabelecido, o comentário da melhor jogada para o parceiro: - “Vem a ponto" ou – “Atira" e outros do gênero.

Presenciei jogos emocionantes, que arrastavam por um longo tempo, em que o placar avançava de dois em dois pontos, para duplas alternadas. Jogos e jogadas de mestres, tanto que durante um bom período o CRM deteve a hegemonia da bocha municipal.
Certa vez, na noite de uma quarta-feira, lá estava eu jogando no campo dois, aquele dos buracos, quando o apito da fábrica anunciava ser 22 h. Recolhia as bochas do chão e no momento que colocava duas delas naquela canaleta a elas destinadas, olhei em direção da chaminé, como quem procura visar a minha casa, pois acabara de ter uma sensação esquisita. Sem saber o que, continuei a jogar por mais um dez minutos e, logo depois, voltei para casa com o coração apertado. Tive então a notícia, que naquele momento, tinha perdido meu avô paterno. Coisas do destino!

Tempos depois, numa empresa que trabalhei, disputei um campeonato interno de bochas. A cada jogada vinha a minha cabeça e procurava realizar aquilo que na minha infância eu presenciara nas jogadas desses grandes "bocheiros". Com muito orgulho, hoje ostento uma medalha de ouro. E eu dedico esta medalha a todos esses grandes homens, esses grandes esportistas com quem aprendi a nobre arte do jogo de bocha.
Saudades de todos eles! 






Oswaldo Correa de Miranda