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10/11/2008
Caieiras dos Canibais

Como é de praxe “uma coisa puxa outra”, depois do dono deste jornal ter enaltecido as qualidades éticas e morais de um falecido muito estimado seu, o Rato Branco que tem o apelido de Walter Gomes, morador do invejado Bairro de Perus, este, bem lembrou uma façanha artística daquele mui estimado. O feito aconteceu há cerca de uns cinqüenta anos atrás quando o dono deste jornal andava de calça curta e não tomou conhecimento deste fato. Bairro da Fábrica, lugar pacato de gente honesta e inofensiva tinha, oculta entre si, gente perigosa que comia gente. O estimado desta história era um desses ocultos que, nem sequer se desconfiava. Outros mais descuidados eram conhecidos por cometerem antropofagia com a mulher dos outros. O personagem desta história, o “estimado” que, mexia e remexia com o dinheiro da indústria de papel local, se fazia ocultar nas matas da região para um desses rituais.. Disso nunca se soube até quando também um descuido fez com que sua refeição humana viesse à tona. Para preparar a mesa, ou melhor, para preparar a cama, o estimado forrava o chão da mata com folhas de jornal. Depois de se fartar de carne humana , ele, ao sorrateiramente sair da mata, lá deixava a toalha de jornal. Só que, na toalha, ou melhor, no jornal estava inscrito o nome do seu dono. Comum naqueles tempos, o nome dos assinantes eram carimbados na primeira página do jornal para os mesmos os retirarem na portaria número um da indústria ao deixarem seus trabalhos ao irem para casa almoçar. Assim, o fato foi descoberto e como tanto tempo passou ficou encoberto, mas, não pelo Rato Branco, que, ao lembrá-lo se “esborrachou” de rir do canibal esperto. Também pudera, deixar tão contundente pista de um crime, só mesmo porque com comida tão gostosa qualquer um para se cuidar nem sente sua preocupação ficar preguiçosa.

Altino Olympio