No século passado e nos idos das décadas de trinta e quarenta existiu uma senhora, que, como ser humano foi um dos melhores exemplos existente em Caieiras. Era conhecida como Dona Maria do Bento Cutia. Dentro dos domínios territoriais da Indústria Melhoramentos, no lugar conhecido como Cerâmica e próxima ao grande lago denominado de Tancão, a Dona Maria mantinha uma escola não oficializada, onde, também era a sua moradia. Mulher “de fibra” ela além de se ocupar com a instrução de seus alunos, não descuidava de seus afazeres doméstico incluído o trato de seus animais de criação, como, galinhas e etc. Exigente, (como dito por uma de suas alunas, Dona Zulema Sávio), Dona Maria dava suas aulas portando nas mãos uma vara de marmelo e uma régua para conter os alunos ainda indisciplinados. Quando ainda bem garoto estive naquela escola umas vezes acompanhando minha irmã que lá ia para obter reforço em matemática ou outra matéria com a qual estava “fraca” na escola oficial. Como se diria hoje, a Dona Maria devia ser uma “iluminada” por tamanha dedicação na instrução de seus alunos. Existia um comentário assim: Quem quiser mesmo aprender, se instruir, precisa ir à escola da Dona Maria, mas, se quiser diploma, que vá então à escola oficial. Claro que, o comentário era um exagero porque as escolas de então também eram muito boas. Eis aqui uma relação de pessoas que freqüentaram a escola da Dona Maria do Bento Cutia que era o marido dela: Orlando Vince, Luiz Strancher, ou melhor, Alóis Steinscherer, Walter Bonavita, Armando Pastro, Claudino de Jorge, Riciere e Antonio Marim, Sebastião Silveira, Antonio Barbosa, Deolinda Travaine, Nair Fracapani, Antonio Miguel, Roberto Bombardi, Antonieta Massaia, Etelvina Basejo, Eliza Basejo, Cenira Perim, Irene Simonete, Zulema Sávio, Antonieta Miranda, Ditinha Miranda, Alcides Cruz, Bento Albino, Pedro Cutia, Anita Olimpio, Leonildes (Nide) da Silva e tantos outros. Graças à boa memória da Dona Zulema foi possível resgatar estes nomes de pessoas que foram parte de nossa história. Dessas pessoas cujos nomes foram lembrados, poucos continuam vivos. Dos Cutias, a última que esteve entre nós foi a Ercilia. Esta informação foi dada pela amiga Lourdes de Barros que bem se lembra da Dona Maria do Bento Cutia e de todos os outros do mesmo sobrenome por sempre ter tido um relacionamento íntimo com eles. Tudo pareceu mesmo um fechar de cortinas para o fim de um espetáculo que se desejaria interminável. Naquele tempo de “todos eles serem nós e nós sermos todos eles”, isso ficou embutido no âmago de cada um que hoje se ressente, quando, sendo daquele tempo alguém parte fazendo com que, desprezando o que os olhos estão vendo no momento, a memória se apoderando da circunstância, reveja e reviva o passado de quando conviveu com quem nesse agora partiu.