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Coluna do Gazeta

Saúde Perfeita

De acordo com o que é publicado na imprensa, os serviços de saúde em Caieiras são perfeitos. A análise foi feita tendo como referência os das cidades vizinhas. Então, é melhor não ficar doente nos municípios citados.

Opinião de usuário dos serviços

Segundo os leitores de Caieiras, eles não vão mais ler jornais. Ou eles estão em outra cidade, ou nada do que é publicado tem serventia. Para os munícipes, as mentiras continuam em dose dupla.

Os mesmos

Uma análise feita da política caieirense nos últimos tempos mostrou conclusões interessantes. A que mais se destacou pelo grupo dos Dártoras. Se eles não estão no poder, utilizam de pessoas para entrarem com processos nos erros das outras administrações.

Esquema jornalístico

Outra conclusão diz respeito ao uso da imprensa regional para divulgar. Olha, o tribunal condenou o ex-administrador a devolver o dinheiro mal utilizado. Manchetes como essa, chamam à atenção para a oposição para ficar esperta quanto a esse tipo de procedimento.

Roberto Hamamoto na berlinda

O presidente da Câmara Municipal, o médico Roberto Hamamoto aposta no sucesso da maior obra do prefeito Névio Dártora, o hospital de Caieiras. Se o hospital terminar como a faculdade, ai corre um grande perigo. Suas pretensões à prefeitura estarão comprometidas.

 

A Saúde Pública de Caieiras está na UTI

A Saúde Pública de Caieiras está na UTI. A afirmação por si própria já parece paradoxal. O que dizer de uma administração que em pouco tempo fez uma série de obras que mudou o panorama da cidade dos Pinheirais.

Poderia-se dizer que a culpa é do ex-prefeito Pedro Sergio Graff Nunes, antecessor e desafeto do atual.

Entretanto, “Pedrão”, nesse ponto, tomou todas as providências para oferecer o mínimo de qualidade e funcionamento da infra-estrutura.

Outro ponto positivo na administração do ex-prefeito Pedrão foi o “ajuste” no município com a demissão do secretário e diretor de Saúde, com a finalidade de consertar o que estava errado. E, pelo que se sabe funcionou adequadamente até entregar o cargo ao sucessor.

Se a culpa não é da administração anterior, de quem é então? Numa análise dos problemas da saúde não se pode delimitar a esta ou aquela personalidade por tudo.

A razão decorre da complexidade de abordar o assunto Saúde. Basta apenas levar em conta os fatores: burocracia e falta de dinheiro. Mas nada se compara ao que os especialistas denominam de POLÍTICA DE SAÚDE.

A da nova administração – Antes de ser eleito, o prefeito Névio Dártora já tinha um programa definido em vários setores. O carro chefe em relação à Saúde era a construção do Hospital Municipal. Nada diferente do seu concorrente, o ex-prefeito Nelson Fiore. Por isso, os representantes do setor acreditavam não passar de história de campanha.

Com a eleição ganha, o prefeito Névio surpreendeu a todos com duas nomeações: colocou no cargo de Secretário, o comerciante Marcelo de Oliveira e nomeou como diretor de Saúde o médico Torres Varela.

O pior viria com o tempo. A população percebeu que a história de construir o hospital municipal era real e que não havia nenhuma política pública de saúde definida para a população.

Uma opção seria seguir as diretrizes do governo federal e apoiar o PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA. Projeto, inclusive, de origem de médicos do Partido dos Trabalhadores (PT), atual partido da coligação que levou Névio à prefeitura. Em decorrência disso, a situação chegou aos extremos.

Fundo do poço – Em Medicina se diz que prevenir é o melhor dos remédios. A situação de calamidade chegou ao ponto atual por falta de determinação das autoridades competentes.

Faltam médicos e medicamentos. Na sessão da Câmara Municipal do dia 17 de junho, a vereadora Isaura Neves comentou na tribuna que vem há mais de dois anos alertando sobre a situação de descaso com a Saúde Pública de Caieiras.

Em relação aos medicamentos afirmou que o Secretário Marcelo já tinha pedido com antecedência a compra de medicamentos. A responsabilidade seria do setor de compras que culpa o setor financeiro que culpa outro setor, enfim, um culpando o outro. Mas dinheiro em caixa, a prefeitura tem. E em relação a contratação de médicos?

Existe uma promessa de transformar o pronto socorro de Laranjeiras em unidade de funcionamento 24 horas. Resta saber como seria possível fazer funcionar um pronto socorro sem profissionais? Se não há contratação de novos profissionais, como pretendem fazer funcionar o novo hospital?

O depoimento de quem sabe – A resposta a todas essa perguntas veio na terça-feira, dia 17, na Câmara Municipal de Caieiras. O público presente foi pego de surpresa. O vereador e médico Roberto Hamamoto subiu a tribuna e fez um relato espantoso para quem faz parte do grupo de apoio do prefeito Névio Dártora.

Durante mais de quarenta minutos, Hamamoto discorreu em detalhes, todos os problemas da Saúde Pública caieirense. Chamou à atenção para a falta de medicamentos básicos como anti-hipertensivos, analgésicos e antitérmicos. Falou da compra não realizada de um aparelho de ultra-som transvaginal. Ele conseguiu uma parte do dinheiro, mas não a parte do município.

Falou da falta de especialistas e dos exames complementares. Deixou claro que existe possibilidade jurídica de fazer a terceirização desses serviços.

No final deixou claro a sua preocupação quanto ao futuro do hospital municipal. Para Hamamoto, extremamente importante, contudo, preocupa-se com o fato de não ter dinheiro para manter o PS central e nem o de Laranjeiras. Como resolver?

A reação da Câmara Municipal – Surpresos com a manifestação do vereador Roberto Hamamoto, outros vereadores também resolveram dar seus depoimentos. O primeiro foi o vereador João Serra. Com a sua personalidade peculiar, Serra informou ao público que além de tratar mal os munícipes, alguns funcionários não respeitam nem a autoridade dos vereadores em tentar resolver o problema do público em conseguir consultas. O vereador ainda manifestou-se de forma dura em relação ao secretário e ao diretor de saúde, os quais ele considera inaptos para os cargos.

O vereador Milton Valbuza, bastante emocionado e irritado, subiu a tribuna para dizer que chegou o momento daquela Casa de Leis tomar uma atitude firme em prol da população. Em outras palavras, significa a união de todos os vereadores a marcar uma reunião com o prefeito.

Depois de tantas surpresas naquela sessão, faltava uma: O vereador Paulo Monteiro pediu a parte ao vereador Milton e confirmou o que todo mundo sabia: Não há reuniões na Secretaria de Saúde, não há reuniões entre diretores. Nas palavras de Monteiro: “Não há união”. Em outras palavras, é cada um por si e Deus por todos. E, convenhamos, só Deus para ajudar os moradores de Caieiras.

Reação política – A reportagem descobriu que a equipe de apoio do prefeito Névio Dártora tem conhecimento de tudo que está ocorrendo. Segundo informações obtidas junto a dissidentes de grupos insatisfeitos, pode estar havendo um processo de fritura do atual Secretário da Saúde, Marcelo. A demissão seria pressionada para que o diretor Torres assumisse. Este por sua vez, não teria apoio nenhum, e já teria a demissão pedida por um grupo forte de vereadores por falta de trato com os mesmos.

Em outras instâncias, o prefeito Névio Dártora estaria tentando se transferir para o PSDB da vereadora Isaura Neves. Impossível? Siga o raciocínio.

Quem é o calcanhar de Aquiles de Névio em Caieiras? Isaura. De que partido pertence o governador de São Paulo? PSDB. Agora, junte a isso, ao fato do deputado estadual Celino, amigo do peito do Névio estar ajudando com todas as sua forças para que esse processo se concretize.

Com certeza, seria o golpe de mestre em termos de estratégia para o prefeito de Caieiras. Já tem uma parcela considerável de partidos em suas mãos, anularia Isaura no PSDB e de quebra, teria verbas para manter o esperado hospital municipal.


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