Nostalgia e sorvetes
Quem se lembra da sorveteria do Sr. Alfredo Satrapa que existia lá no Bairro da Fábrica de Caieiras? Primeiro ela existiu num local plano, numa rua acima do Filtro Rein antes do fim da subida onde ficava e ainda fica a Igrejinha de São José. Saindo da sorveteria e atravessando a rua se chegava até uma cerca de arame farpado e olhando através dela, abaixo se via os enormes tanques d´água tratadas, águas que eram capitadas do Rio Juqueri que passava bem abaixo resvalando na parede da construção que abrigava duas das maquinas de fabricar papel, a de número um e a de número dois.
Estando próximo a cerca acima aqui citada, aos domingos quando havia jogo de futebol lá no clube até se ouvia os gritos da torcida quando acontecia algum gol, mas, estando só lá próximo a sorveteria se sentia alguma solidão. Na sorveteria do Sr. Alfredo Satrapa havia sorvetes de massa e sorvetes de palito, o que, era mentira. Nunca existiu sorvete de palito. Os sorvetes eram de coco, de groselha, de abacaxi e etc. e os palitos de madeira eram introduzidos no sorvete para se ter onde segurá-lo para se poder chupá-lo (risos).
Depois o Sr. Alfredo mudou a sua sorveteria para outro local onde “passava mais gente”. O novo local ficava próximo a um lugar chamado ou apelidado de “pau de amarrá égua”. Era composto de grossos mourões de madeira fincados no chão para impedir que veículos desgovernados despencassem pelo barranco e caíssem no rio. Se me lembro, aos domingos O Sr. Afonso, pai do conhecido Eduardo Pinto Cunha, com uma carriola ou “carrinho de mão”, fumando cachimbo percorria algumas ruas do local para vender os sorvetes. Por onde passava, ele ficava rodeado de crianças querendo saborear aqueles sabores gelados e refrescantes. Bons tempos aqueles, que, lembrá-los causa nostalgia.
Altino Olímpio