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Olímpios e suas histórias – 2

Olímpios e suas histórias – 2

Naquela noite estando tão triste, eu e minha irmã Anita, altas horas da noite fomos bater na porta do Peroba, ou melhor, na porta da casa donde morava o Peroba, apelido este de como mais ele era conhecido. Motorista da Indústria Melhoramentos de Caieiras, fomos acordá-lo para que ele, motorista também da ambulância, levasse minha mãe, Carmem do Amparo Olímpio, para o hospital, pois, ela estava passando muito mal. Logo ele chegou e a levou junto com o meu pai. No dia seguinte eu continuava triste e preferi ficar sozinho lá no fundo do quintal preocupado com a minha mãe.

O tio Ernesto Olímpio e a tia Amábile vieram em casa para substituírem a minha mãe nos afazeres domésticos até que ela retornasse para casa. Foi então que o tio Ernesto ficou sabendo que eu tinha ido lá no fundo do quintal para chorar, atrás do galinheiro e entre as bananeiras. E ele toda hora repetia rindo para quem quisesse ouvir: O “Arrtino” lá na horta chorava e defecava, defecava e chorava atrás da bananeira kkkkkkk. Eu, garoto ainda ficava furioso contra ele e que vontade tive de manda-lo tomar naquele lugar.

Passados alguns dias minha mãe voltou para casa. Esteve internada na Santa Casa de São Paulo, e foi operada, se me lembro, do estômago. O médico que a operou chamava-se Dr. Watanabe. Mas, continuei a ouvir “chorava e defecava, defecava e chorava atrás da bananeira” sempre que me encontrava com o tio Ernesto pelas redondezas donde nós morávamos. Os Olímpios sempre foram brincalhões e parece que isso herdei deles.

 

Altino Olímpio