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Olímpios e suas histórias

Olímpios e suas histórias 

O passado sempre se faz presente quando traz “coisas” consideradas esquecidas. Tudo o que vivemos ou existimos nos fica gravado no cérebro para sempre, basta um estímulo para que algo seja desarquivado da memória e seja revivido pelo pensamento. Meu pai Alberto Olímpio, meu tio Vitório Olímpio e eu criança ainda, juntos, nós tivemos ou passamos por uns momentos que, como uma história vieram a ser parte da minha vida. Tudo se “desenrolou” no Bairro da Fábrica de Papel de Caieiras e no quintal do Tio Vitório e naquele terreno plano à casa donde ele morava. 

Meu pai e meu tio conversavam e nada do que falavam eu entendia. Conversavam em outro idioma, o italiano, e eu não sabia que meu pai falava em italiano também. Foi uma surpresa para mim. Eu pequeno ainda olhava para o alto para ouvir a voz daqueles grandalhões. O tio Vitório estava segurando uma espingarda e de repente ele a apontou para o céu e foi quando vi um grupo de pássaros voando lá no alto. Foi um tiro certeiro, pois, um dos pássaros se debateu e veio a cair próximo à nós. Não houve o interesse de localizar aquele pássaro. Entretanto, importante foi o testar da mira da espingarda (risos).

E como uma lembrança às vezes puxa outra, uma vez estando na casa do tio Vitório, algo inesquecível aconteceu. Minha tia Lucinda abriu uma pequena lata de doce. Colocou um pouco dele numa xícara para mim e foi a primeira vez que saboreei doce de coco, cocada branquinha em lata. Que delícia! Vale a pena reviver o passado quando ele nos traz lembranças que são presentes. 

Altino Olímpio

Comentários: A espingarda era uma carabina calibre 24 que herdou do pai dele o Nono Vincenzo Olympio. O fato dos irmãos Olimpio falarem em italiano entre eles, deixava minha Avó Lucinda profundamente irritada mesmo porque meu Avô Vitorio nunca traduzia ao pé da letra os assuntos que conversavam e ela desconfiava disso.Edson Navarro

E VIVA A ITALIANADA DE CAIEIRAS