A Mariliza Turine
Eu era ainda bem jovem quando do jardim da casa donde eu morava lá no Bairro da Fábrica, de Caieiras, eu assistia todos os dias, um casal se beijando no portão de acesso à rua da casa em que moravam e sempre um pouco antes das treze horas. Os abraços e beijos eram de despedida do marido que ia trabalhar no escritório da Indústria Melhoramentos de Papel. Era uma novidade, porque lá eu nunca havia visto um casal, marido e mulher, se beijando publicamente como o casal acima citado.
Se me lembro, o nome daquele casal que se beijava nos lábios para quem quisesse ver era o Senhor Nelson Turine e sua esposa Dona Olivia. O casal, tinha três filhos, a Mariliza, o Tete e o Dudu. Eu gostava de frequentar a casa deles porque eles tinham um balanço triplo no quintal. Várias vezes me balancei ao lado da Marilisa, enquanto nós conversávamos. Foram momentos de ternura. Que felicidade que era ficar ao lado de uma menina bonita. Às vezes a mãe dela lhe fazia tranças nos cabelos longos e ela ficava mais linda.
Eu gostava muito dela e foi com tristeza que a vi se mudar de lá com a sua família. Depois “ficou triste a rua deserta e ficou a saudade comigo a morar” e eu nunca mais a vi. Hoje me lembrei dela e me veio na mente as imagens de como antigamente tudo lá era. Depois que o Senhor Nelson e família se mudaram, naquela casa vizinha vieram morar o Senhor Danilo Valbuza com a sua esposa, Dona Tonica e os filhos Vani e Vlademir Valbuza.
Altino Olímpio